8 de janeiro: STF vai julgar supostas omissões de Anderson Torres

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ocupa posição central nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dedicou 87 páginas das alegações finais para argumentar que o então auxiliar de Jair Bolsonaro teve papel ativo na articulação dos atos do 8 de janeiro. + Leia mais notícias de Política em Oeste A acusação indica que Torres, em diferentes funções públicas, favoreceu juridicamente as ações do grupo e interferiu no funcionamento das forças de segurança. No dia dos protestos na Praça dos Três Poderes, ele respondia pela segurança do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha (MDB), mas se encontrava nos Estados Unidos. A Polícia Federal localizou na casa de Torres a chamada “minuta”. Segundo as autoridades, o material previa medidas contra o sistema eleitoral, o que reforçou a linha de investigação da PGR. https://www.youtube.com/watch?v=MBgFe5qXwdw Os investigadores afirmam que, durante sua gestão no Ministério da Justiça, ele teria atuado para desacreditar as urnas eletrônicas. Além disso, teria também coordenado ações da Polícia Rodoviária Federal do Nordeste durante o segundo turno da eleição. Depois dos atos do 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sua prisão preventiva por omissão. Torres passou três meses detido e teve a liberdade restituída em 11 de maio de 2023. Defesa de Torres rebate acusações e destaca falta de mensagens Os advogados do ex-ministro apresentaram uma resposta de mais de 300 páginas ao STF. Um dos principais pontos da defesa é a alegação de que a Secretaria de Segurança agiu dentro do possível para evitar tumultos em Brasília e seguiu protocolos de resposta integrada. O suposto sumiço do celular de Torres, ocorrido logo depois de o ex-ministro saber da ordem de prisão, também se tornou alvo da PGR. A defesa nega o desaparecimento e afirma ter fornecido o acesso completo aos dados armazenados em nuvem. https://www.youtube.com/watch?v=kyAzzJ_Fvak Como resultado, os advogados afirmam que os investigadores não encontraram nenhuma troca de mensagens que incriminasse o cliente. Paralelamente, a estadia de Torres nos EUA durante os ataques se tornou um dos pontos-chave da acusação. Os advogados ressaltam que ele já havia planejado a viagem antes dos eventos e não tinha como prever os atos. A acusação, por outro lado, sustenta que a ausência contribuiu diretamente para a falha de contenção. Conforme Oeste , os documentos mostram que Torres e sua família embarcaram para Orlando dois dias antes dos protestos do 8 de janeiro . “Adicionalmente, o acusado apresenta reserva oficial de aluguel de veículo junto à empresa Sixt Rent a Car, com retirada marcada para o dia 6/1/2023 às10h”. + Leia também: "Defesas de investigados por suposto golpe pedem absolvição ao STF" Torres também participou de uma acareação no STF com o ex-comandante do Exército, Freire Gomes. O procedimento serviu para confrontar versões sobre reuniões e decisões tomadas no período prévio aos atos. A defesa, portanto, respondeu a sete pontos centrais levantados pela PGR na fase final do processo. Torres integra o “núcleo 1” da “trama golpista” de 2022. A Primeira Turma do STF vai julgar o grupo entre os dias 2 e 12 de setembro. O post 8 de janeiro: STF vai julgar supostas omissões de Anderson Torres apareceu primeiro em Revista Oeste .