A Câmara Municipal de Niterói realiza nesta quarta-feira (27) uma audiência pública para discutir a regulamentação do voo livre na cidade, após o acidente que vitimou duas pessoas no Parque da Cidade, em São Francisco, no início do mês. Entre os presentes estará Dulce Calor, mãe de Luan Calor, uma das vítimas da tragédia. Ela pretende usar a tribuna para defender mudanças na legislação e a memória do filho. Niterói: Instituto criado por grupo de amigos promove ações culturais e educativas para crianças de Piratininga Cinema: Cineasta cubano vai ministrar oficinas gratuitas de roteiro em Niterói — Estão dizendo que ele não tinha certificado, que não era qualificado, mas isso não é verdade. O certificado é um só, e ele tinha. Temos que esperar terminar a perícia. Só falta o laudo para confirmar se houve falha humana. Parece que arrebentou alguma coisa, uma corda; não que ele tenha deixado de conferir. O que é preciso no local é fiscalização — disse Dulce. Segundo ela, o filho não cobrava por voos, e só praticava a atividade com pessoas conhecidas. — Ele não era instrutor, era piloto. Voava com amigos. No Parque da Cidade, existe uma pressão para que pilotos façam parte de escolas de voo, mas não é isso que define se alguém pode ou não voar — completa. A audiência pública foi convocada pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, em parceria com a Câmara. A intenção é definir normas locais que complementem a regulação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), abordando segurança operacional nas rampas e áreas de pouso, regras ambientais para preservação das unidades de conservação e determinações de locais de acesso, horários e sinalização, além de critérios para atuação de escolas e clubes de voo. O encontro será às 19h, no plenário da Câmara Municipal, no Centro. Entenda o caso No dia 8 de agosto, Luan Calor e Vanessa Nascimento caíram de parapente logo após decolarem da rampa do Parque da Cidade. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas os dois morreram no local. As causas ainda estão sendo investigadas. O acidente deixou órfã a filha de 3 anos que Luan e Vanessa tinham juntos. A menina está sob os cuidados da avó materna. Após a tragédia, a prefeitura suspendeu temporariamente as decolagens no Parque da Cidade e anunciou a audiência pública para discutir regras de segurança. A Anac, por sua vez, afirmou que atua apenas em casos de denúncia e recomendou que pilotos obtenham habilitação em associações reconhecidas, como a Confederação Brasileira de Voo Livre.