Tamanduá-bandeira foi solto em mata de fazenda em Sandovalina (SP) Polícia Militar Ambiental Um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) foi capturado após ser encontrado em um trecho da Avenida Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Jardim Iguaçu, em Presidente Prudente (SP). Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp Conforme a Polícia Militar Ambiental, moradores do bairro informaram ao Corpo de Bombeiros que o animal estaria andando pela avenida na altura do nº 6.896. Os bombeiros foram até o local, fizeram o resgate do tamanduá e o levaram à sede da Polícia Ambiental para que fosse realizada a soltura na natureza. Em boas condições de saúde e sem ferimentos, o animal foi conduzido até uma área de mata, em uma fazenda, em Sandovalina (SP), onde foi recolocado no meio ambiente, nesta terça-feira (26). Tamanduá-bandeira foi solto em mata de fazenda em Sandovalina (SP) Polícia Militar Ambiental Espécie A espécie tem distribuição em campos e cerrados das Américas Central e do Sul, desde a Guatemala até a Argentina. Os tamanduás-bandeiras são os únicos mamíferos terrestres que não possuem dentes. Os tatus e preguiças possuem dentes incompletos, sem a presença de esmalte. Seu comprimento da cabeça e do corpo é de 1 a 1,2 metro. Só de focinho, são quase 45 centímetros e, tem ainda a cauda, com 60 a 90 centímetros. A cauda tem pelos longos que formam uma espécie de bandeira, o que serviu para adjetivação de nome vulgar. São insetívoros. Comem formigas e cupins. Abrem os cupinzeiros e os formigueiros com as garras nas patas dianteiras. Eles introduzem a longa língua, com diâmetro entre 1cm e 1,5cm, que pode se projetar a 60cm para fora da boca. Os insetos ficam grudados na língua e, desta forma, o animal apenas os engole. Animal de hábitos diurnos, normalmente vagaroso, mas quando perseguido, pode fugir em galope. O famoso abraço de tamanduá, tido como símbolo de traição, é praticamente a única defesa desse animal desajeitado e de visão e audição muito limitadas. O melhor sistema de alerta do tamanduá-bandeira é o olfato, que é apuradíssimo. Ao pressentir o perigo, ele faz uso de articulações extras e levanta as patas dianteiras, apoiando o peso num tripé formado pelas duas patas traseiras e a cauda. É a posição de defesa, mas, mesmo assim, o tamanduá-bandeira suporta certa proximidade com o homem, sobrevivendo em áreas de lavouras e até perto de cidades. Tamanduá-bandeira foi solto em mata de fazenda em Sandovalina (SP) Polícia Militar Ambiental Risco de extinção De acordo com o ambientalista e presidente da Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), Djalma Weffort, o tamanduá-bandeira é um controlador natural da população de insetos, porém, é presa para animais predadores que estão no topo da cadeia alimentar, como onças-pintadas e pardas, espécies comuns no Oeste Paulista. Ele se alimenta de formigas e cupins e outros insetos, mas também aprecia sementes nativas. “É espécie-chave na cadeia alimentar na natureza, o tamanduá-bandeira promove o controle biológico, como por exemplo, ao alimentar-se de formigas e cupins! Come aproximadamente 30 mil formigas e cupins por dia, sendo um importante controlador das populações destes insetos. Por outro lado, é alimento para predadores topo de cadeia como a onça-pintada [Panthera onca] e a onça-parda [Puma concolor]”, explicou Weffort. Conforme o ambientalista, o animal desempenha um papel importante no equilíbrio ecológico dos ambientes onde vive porque é considerado espécie indicadora de ambientes naturais saudáveis e equilibrados. "Infelizmente a redução de hábitats levou à perda de 30% da população nos últimos 30 anos por conta da degradação dos biomas brasileiros e substituição por pasto, agricultura extensiva e processos de urbanização, em especial o Cerrado, a Mata Atlântica e a Amazônia", lamentou o ambientalista. Os tamanduás ainda são muito caçados, principalmente por carregarem, em algumas regiões do país, o estigma popular de que trazem má sorte. São também vítimas da intoxicação por agrotóxicos e atropelamentos. "Os tamanduás têm sofrido extremamente por conta dos incêndios que têm atingido, principalmente regiões como Cerrado e Pantanal, e também a nossa região nos períodos mais secos!", disse Weffort. De acordo com o ambientalista, projetos dedicados à espécie, como os do Instituto Tamanduá, tem resgatado os indivíduos feridos pelo fogo e trabalhado na reintrodução ao habitat natural. "Os tamanduás são animais muito delicados quando se fala de mudanças climáticas, pois não toleram grandes variações de temperatura", finalizou Weffort. Tamanduá-bandeira foi solto em mata de fazenda em Sandovalina (SP) Polícia Militar Ambiental VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região. Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.