Ex-presidente peruano Martín Vizcarra é enviado novamente a prisão para ex-mandatários

O governo do Peru decidiu nesta quarta-feira (27) transferir o ex-presidente Martín Vizcarra para uma prisão destinada a ex-mandatários, revertendo uma ordem penitenciária que o enviou a uma prisão comum devido a um suposto caso de corrupção. Vizcarra, ex-chefe de Estado entre 2018 e 2020, cumpre prisão preventiva por um processo que o acusa de supostos subornos quando foi governador da região de Moquegua há 11 anos. O ministro da Justiça, Juan José Santiváñez, informou que o político de 62 anos retornará à pequena prisão em uma base policial ao leste de Lima, onde também estão encarcerados os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Castillo. "Está retornando hoje" para a prisão de Barbadillo, anunciou Santiváñez em uma coletiva de imprensa. Ele afirmou que a medida foi tomada após o Instituto Nacional Penitenciário (INPE), que havia transferido Vizcarra na sexta-feira para uma prisão comum, reavaliar o fato de que "essa pessoa havia exercido o cargo de presidente da República". Um juiz ordenou em 14 de agosto a prisão preventiva de Vizcarra por cinco meses, alegando risco de fuga. A procuradoria o acusa de ter recebido subornos de 2,3 milhões de sóis (cerca de 640 mil dólares ou 3,4 milhões de reais) de empresas de construção, em troca da concessão de obras públicas. Vizcarra, que sempre defendeu sua inocência, estava respondendo em liberdade ao processo relacionado ao caso que remonta à sua época como governador (2011-2014). Vice-presidente no governo de Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Vizcarra assumiu a presidência após a renúncia do mandatário devido ao escândalo de corrupção da empresa brasileira Odebrecht. Em 2019, dissolveu o Congresso e convocou novas eleições legislativas. O renovado Parlamento o destituiu em novembro de 2020, o que ocasionou enormes protestos que resultaram na morte de dois manifestantes. © Agence France-Presse