" 'A sangue quente' não pretende explicar o Rio de Janeiro", adianta o escritor Hermés Galvão, que lança amanhã, quinta-feira, dia 28, às 19h, na Livraria Argumento, o seu terceiro livro. Desta vez, ele se debruça sobre seu amor e ódio pela sua cidade natal. Em forma de crônicas, constrói um mosaico afetivo, ácido e atual da cidade, que, segundo o autor, "insiste em ser personagem de si mesma". "Meu amor pelo Rio é incondicional, talvez por isso eu me sinta à vontade para ter uma relação conflituosa com a cidade, para criticá-la e adorá-la ao mesmo tempo", afirma. As histórias não são ficção, mas tampouco garantem que sejam realidade. "São retratos sem açúcar e com afeto de uma cidade que fala alto, que se acha única (e talvez seja). Os personagens que desfilam pelas páginas existem: alguns me deram matches, outros me deram calote, e uns poucos me deram material para escrever", explica ele, bem-humorado. Há dez anos morando fora do Brasil e há oito em Lisboa, Hermés analisa a distância. "A gente sai do Rio, mas leva ele com a gente e não há cultura alguma capaz de abafar ou anular nossa personalidade. Quanto mais longe da cidade, mais perto eu me sinto da minha história, de onde vim e de tudo que sou graças à esta fórmula carioca intransferível", afirma. Formou.