Europa aprova nova injeção semestral que previne HIV

Uma nova opção de prevenção contra o HIV, que promete proteção prolongada com apenas duas aplicações anuais, recebeu sinal verde das autoridades europeias. O lenacapavir, desenvolvido pela Gilead Sciences e batizado de Yeytuo no mercado europeu, foi aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para uso em adultos e adolescentes com peso mínimo de 35 kg. + Leia mais notícias de Saúde em Oeste A eficácia desse medicamento se aproxima de 100%, segundo dados de estudos clínicos. A aprovação na Europa seguiu-se à liberação do remédio nos Estados Unidos, ocorrida no final de junho. O diferencial do lenacapavir está na facilidade de adesão, já que exige apenas uma aplicação a cada seis meses, ao contrário da PrEP oral diária, disponível desde 2017 e oferecida pelo SUS no Brasil. O Lenacapavir é um medicamento de ação prolongada que pode marcar uma nova era e transformar a prevenção do HIV. A ampliação de opções seguras e eficazes para prevenção contribui para fortalecer a resposta ao HIV e possibilita novas estratégias para reduzir novas infecções. pic.twitter.com/K76bMhUFEF — UNAIDS Brasil (@UNAIDSBrasil) August 26, 2025 A EMA acelerou o processo de avaliação do lenacapavir, com a justificativa de que o medicamento representa uma inovação relevante para a saúde pública tanto na União Europeia quanto globalmente. A Organização Mundial da Saúde também endossou o uso da nova injeção, a qual considera uma importante alternativa enquanto não há vacina aprovada para o HIV. No cenário atual, o cabotegravir é o outro medicamento injetável disponível, administrado a cada dois meses e com custo elevado. O lenacapavir se diferencia por ampliar o intervalo entre as doses para seis meses. No entanto, o preço, estimado em US$ 28 mil por ano nos Estados Unidos, impõe barreiras à ampliação do acesso em larga escala. Laboratório faz acordos para distribuir injeção contra HIV Com o objetivo de ampliar a distribuição, a Gilead firmou acordos para produção e comercialização de versões genéricas em 120 países de alta incidência de HIV e recursos limitados. Países como o Brasil, além de outras na América do Sul, Ásia e Europa, ficaram fora desses acordos. O vírus HIV causa a doença chamada conhecida como Aids | Foto: Reprodução/Wikipedia Os estudos clínicos Purpose-1 e Purpose-2 evidenciaram a elevada eficácia do lenacapavir. No Purpose-1, realizado com 5,3 mil mulheres na África do Sul e Uganda, nenhuma participante que recebeu o medicamento contraiu HIV em cerca de dois anos, enquanto 55 infecções ocorreram entre as que usaram PrEP oral. O Purpose-2, com 3,3 mil pessoas de diferentes origens, registrou dois casos de HIV entre usuários do lenacapavir, contra nove no grupo da PrEP oral. As análises apontaram eficácia entre 96% e 100%, confirmando vantagem sobre a PrEP oral. Apesar do formato injetável, o lenacapavir não é uma vacina. O medicamento não estimula a produção de anticorpos, mas atua bloqueando a multiplicação do vírus, o que exige a aplicação contínua para garantir a proteção. Até o momento, não há vacinas aprovadas para o HIV em nenhum país. O post Europa aprova nova injeção semestral que previne HIV apareceu primeiro em Revista Oeste .