Polícia Civil faz operação contra grupo suspeito de movimentar R$ 250 milhões A operação da Polícia Civil “Straw Man” bloqueou lanchas, imóveis e carros de luxo contra grupo suspeito de movimentar R$ 250 milhões com empresas de construção de fachada. Ao g1, o delegado do caso, Bruno Costa, informou que os imóveis e veículos permanecem com os investigados, mas foram bloqueados judicialmente, o que impossibilita a transferência. Como o nome dos suspeitos não foram divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem. Segundo a polícia, a operação bloqueou bens no valor de R$ 17 milhões. Os mandados foram cumpridos em um atacadista de materiais de construção, residências e escritório de contabilidade em Goiânia e Uruana, informou a polícia. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Segundo o delegado, a investigação iniciou em novembro de 2024. Nessa fase da operação, foram presos um empresário, dono de uma empresa real, um técnico de contabilidade e um laranja. Sonegação fiscal Segunda a polícia, os suspeitos podem responder por crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, o objetivo do esquema era se apropriar indevidamente de recursos e deixar de recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O empresário é o dono de um atacadista de materiais de construção, o técnico de contabilidade era quem prestava auxílio ao dono e o vaqueiro era o laranja que tinha oito empresas no nome, mas não tinha capacidade econômica para pagar imposto, informou o delegado. "O técnico de contabilidade que prestava auxílio ao dono, criando as ferramentas necessárias para falsificar os documentos públicos e particulares e o registro dessas empresas em nome de laranjas," informou Bruno. LEIA TAMBÉM: Grupo é preso suspeito de movimentar R$ 250 milhões com empresas de construção de fachada e usar vaqueiro como laranja Megaoperação cumpre 70 mandados de prisão e sequestra cerca de R$ 2 milhões de suspeitos do golpe do falso intermediário em Goiás e mais três estados Operação cumpre 27 mandados de prisão contra suspeitos de movimentar mais de R$ 3 milhões com fraudes eletrônicas Como funcionava o esquema Segundo o auditor da Receita Estadual, Wagner Machado, o esquema das empresas "noteiras" funcionava quando a empresa original não lançava as notas para que ela não sofresse o ônus do crédito tributário, ou seja, não pagasse imposto. “Porque toda nota fica registrada no sistema e ela é suscetível a autuação,” informou Wagner. Por outro lado, segundo o auditor, quando o registro é feito em uma empresa paralela que não tem capacidade de pagamento, o estado não pode cobrar o que não existe, esse crédito é chamado de crédito podre. “Então, nesse esquema, a empresa original reduzia suas atividades de emissão para que ela não pudesse receber esse ônus, enquanto as empresas paralelas emitiam as notas para que houvesse o ônus em cima de quem não pode pagar,” contou Wagner. Fases da investigação De acordo com o delegado, a polícia investigou dois períodos. De 2018 a 2023, foi o período do lançamento do crédito tributário que consta na dívida ativa de Goiás, o valor de R$ 17 milhões. Segundo Bruno, essa descoberta deu início à investigação. Durante a operação, a polícia obteve o valor de movimentação de R$ 250 milhões, esse faturamento corresponde ao período de 2021 a 2025. Próximos passos Segundo o delegado, a operação continua investigando outras empresas "noteiras", como restaurantes e empresas de tecidos. Segundo o delegado, essas empresas são clientes do contador e em vez estarem registradas no nome dos empresários estão em nome de laranjas. Ao g1, o delegado informou que outras ações estão sendo tomadas pela Polícia Civil no combate ao esquema das empresas "noteiras". A investigação contou com o trabalho integrado da Polícia Civil de Goiás, da Receita Estadual, da Delegacia Regional de Fiscalização de Goiânia e da Polícia Rodoviária Federal para a prisão de um dos investigados. Polícia bloqueou bens no valor de R$ 17 milhões, como veículos de luxo e imóveis, Goiás Divulgação/Polícia Civil Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás