Pela primeira vez na história da Câmara de Maringá, vereadora tem mandato cassado por improbidade administrativa

Cris Lauer foi a vereadora mais votada nas eleições municipais de 2024, com 7.531 votos. Divulgação A vereadora Cris Lauer (NOVO) de Maringá, no norte do Paraná, teve o mandato cassado por improbidade administrativa. A decisão foi discutida em uma sessão especial realizada na tarde desta quarta-feira (27), na Câmara. Essa é a primeira vez que um vereador do legislativo maringaense é cassado. Ao todo, foram 20 votos favoráveis à cassação e 2 contrários. Cris Lauer e o advogado dela não compareceram à sessão. Por lei, eles teriam um prazo de até duas horas para apresentar uma defesa. Confira abaixo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maringá no WhatsApp Cris Lauer estava no segundo mandato e foi a vereadora mais votada do município nas eleições de 2024, com 7.531 votos. A decisão de cassar o mandato da vereadora é resultado de uma Comissão Processante (CP) que foi instaurada contra ela no dia 27 de maio. A ideia de instaurar a CP surgiu após Lauer ser condenada por improbidade administrativa, na modalidade de enriquecimento ilícito. Entenda abaixo. No mesmo mês, a Justiça do Paraná optou pela suspensão da Comissão Processante que avaliava o pedido de cassação da vereadora. Ainda em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Comissão Processante fosse retomada. A CP tinha o prazo de três meses para ser concluída. Nesta semana, o relator da comissão, o vereador Sidnei Telles (Podemos), informou que a comissão finalizou os trabalhos indicando a cassação da vereadora. Diante disso, o caso foi levado para votação na Câmara em uma sessão especial. Veja como foi a votação: Votos favoráveis à cassação Akemi Nishimoto (PSD) Angelo Salgueiro (Podemos) Bravin Junior (PP) Diogo Altamir da Lotérica (PSDB) Flávio Mantovani (PSD) Guilherme Machado (PL) Italo Maroneze (PDT) Jeremias (PL) Lemuel do Salvando Vidas (PDT) Luiz Neto (AGIR) Majô (PP) Maninho (Republicanos) Mário Hossokawa (PP) Mário Verri (PT) Odair Fogueteiro (PP) Pastor Sandro (União) Professora Ana Lucia (PDT) Sidnei Telles (Podemos) Uilian da Farmácia (União) Willian Gentil (PP) Votos contrários à cassação Daniel Malvezzi (Novo) Giselli Bianchini (PP) O resultado final será comunicado pela presidência da Câmara de Maringá à Justiça Eleitoral. Cris Lauer informou que não vai se manifestar no momento e marcou uma coletiva de imprensa prevista para às 9h desta quinta-feira (28), para se pronunciar sobre o caso. Leia também: VÍDEO: Cachorro 'dorme em pé' para acompanhar live do Frei Gilson com tutoras durante a madrugada, no PR Golpe: Com bota ortopédica e muleta para fingir deficiência, homem vai a banco para tentar abrir conta bancária e sacar FGTS com documento falso e é preso 161,5 kg: Polícia apreende R$ 800 mil em cabelo humano com motorista Investigação Em maio deste ano, Cris Lauer foi condenada pela Justiça por ato de improbidade administrativa. Ela deve devolver R$ 19.638,02 aos cofres públicos e pagar a mesma quantia em multa civil. Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), detalhada na decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá, a vereadora é suspeita de usar o serviço de advocacia do chefe de gabinete para processos particulares durante o horário de expediente. "Com o término da fase investigativa, foi possível identificar a ocorrência de irregularidade cometida pela requerida por fazer uso de mão de obra de servidor público comissionado, por agente político, para fins particulares, o que caracteriza a prática de ato de improbidade administrativa [...]", consta na ação civil pública. O MP-PR estima que o serviço foi prestado em oito processos. Um deles no dia 23 de fevereiro de 2021, em que Cris Lauer não foi a uma audiência pública porque estava, junto ao chefe do gabinete, em uma audiência virtual. Em todas as ocasiões, de acordo com o MP-PR, a vereadora não usou recursos próprios para pagar pelo serviço, configurando "vantagem patrimonial". O juiz Márcio Augusto Matias Perroni também decidiu que Cris Lauer deve pagar as custas processuais da ação civil pública. Em junho, o vereador Mario Hossokawa (PP) registrou um boletim de ocorrência contra Cris. O parlamentar registrou que foi perseguido pela vereadora, com ataques à honra e à reputação. Vereador de Maringá vai à polícia contra colega VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias em g1 Norte e Noroeste.