Caso Gabriel Lincoln: Ministério Público denuncia PMs por morte de adolescente em abordagem em Palmeira dos Índios, AL

Gabriel Lincoln Pereira da Silva morreu durante abordagem policial Reprodução/Redes Sociais O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) denunciou três policiais militares pela morte de Gabriel Lincoln, de 16 anos, baleado durante uma abordagem em Palmeira dos Índios, no Agreste alagoano, no dia 3 de maio. A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira (27). O sargento que disparou o tiro que matou o adolescente foi denunciado por homicídio qualificado com dolo eventual (assumiu o risco de matar, mesmo sem intenção direta) e fraude processual. Os outros dois policiais (motorista e patrulheiro) foram denunciados por fraude processual, com base no concurso de pessoas, ou seja, participaram da tentativa de encobrir o crime. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 AL no WhatsApp “O cenário probatório revela que o policial agiu impelido por dolo eventual, pois atuou conscientemente de que poderia ocasionar o resultado morte. Mesmo atirando em direção à vítima, sem a suposta intenção de matá-la, ao apertar o gatilho sabia que poderia atingi-la fatalmente e, mesmo assim, concluiu sua ação, então não há como tratarmos esse crime como culposo, ainda mais quando a vítima estava desarmada, sem esboçar injusta agressão contra a guarnição", afirmou o promotor de Justiça João de Sá Bomfim Filho. Segundo o Ministério Público, os laudos periciais da Polícia Científica comprovaram que o adolescente estava desarmado e que ele não teve nenhum contato com a arma apresentada pelos policiais como sendo dele. "Verificamos a ocorrência da prática do crime descrito no art. 23 da Lei nº 13.869/19 (fraude processual, pois os policiais buscaram plantar a existência de uma arma de fogo, como se tivesse sido utilizada pela vítima, para justificar uma possível legítima defesa", disse o promotor. O laudo também comprovou que Gabriel Lincoln não tinha condições de ter sacado uma arma e atirado enquanto pilotava a motocicleta. "O laudo afirma, categoricamente, que diante das limitações de equilíbrio, pelo seu porte físico, uso de mochilas e capacete, a vítima não teria a mínima condição técnica, tampouco física ou operacional para sacar e disparar arma de fogo enquanto pilotava a motocicleta. Por tantas evidências, pormenorizadas cientificamente, o Ministério Público entendeu por denunciar os militares pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, para que possam ser responsabilizados por suas condutas de forma individualizada”, disse o promotor de Justiça João Sá de Bomfim Filho. Gabriel Lincoln foi morto por tiro disparado por PM durante abordagem em AL Adolescente é morto durante abordagem policial em Palmeira dos Índios Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL Veja mais notícias da região no g1 AL