CNJ abre processo contra desembargador por ‘declarações misóginas’

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu por unanimidade abrir um processo administrativo disciplinar contra o desembargador Luis César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A informação é do jornal Folha de S. Paulo . Durante uma sessão de julgamento em julho de 2024, Espíndola afirmou que “as mulheres estão loucas atrás dos homens”. Ele fez a declaração enquanto analisava um caso de assédio envolvendo um professor e uma menina de 12 anos. + Leia mais notícias de Brasil em Oeste O magistrado está afastado do cargo desde julho por decisão do CNJ e continuará fora até o fim do processo. Mesmo afastado, Espíndola seguiu recebendo remuneração e penduricalhos. Em setembro, seu salário líquido registrado chegou a mais de R$ 60 mil, segundo o site do conselho. A apuração começou a partir de uma denúncia apresentada pela seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente da entidade, Luiz Fernando Casagrande Pereira, relatou que o comportamento de Espíndola se repete há anos. “São declarações misóginas e repugnantes”, afirmou. Declarações motivaram reação do CNJ À Folha de S. Paulo, o corregedor do CNJ, Mauro Campbell Marques, classificou o episódio como “gravíssimo” e disse que o desembargador demonstra “descaso com o combate à desigualdade de gênero e à violência contra mulheres e meninas”. Para o corregedor, Espíndola mantém um “padrão de comportamento incompatível com a função pública”. O desembargador criticou a manutenção da medida protetiva em favor da menina e afirmou que “qualquer coisa hoje em dia é considerada assédio” durante a sessão que deu origem ao caso. Ele também afirmou que as mulheres estariam “assediando os homens” e que “só os cachorrinhos têm sido os companheiros delas”. https://www.youtube.com/watch?v=j5ItMK2WP5A Ao ser contestado pela desembargadora Ivanise Maria Tratz Martins, Espíndola reagiu chamando a fala da colega de “discurso feminista desatualizado”. Mais tarde, pediu desculpas e classificou o episódio como “conversa mundana sem relação com o processo”. O caso corre sob sigilo no Tribunal de Justiça do Paraná. Espíndola ainda não comentou a decisão do CNJ. Leia também: "OAB pede fechamento de 8 cursos de Direito no Paraná" O post CNJ abre processo contra desembargador por ‘declarações misóginas’ apareceu primeiro em Revista Oeste .