Manifestantes pró-Palestina entram em confronto com a polícia na Itália antes de jogo de Israel

Manifestantes protestam contra Israel em Udine, na Itália, em 14 de outubro de 2025 REUTERS/Yara Nardi Manifestantes pró-Palestina entraram em confronto com a polícia em Udine, no norte da Itália, nesta terça-feira (14). A cidade recebe a partida entre Israel e Itália pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Os manifestantes saíram às ruas para pedir que a Fifa suspenda Israel de todas as competições de futebol, alegando que a seleção israelense apoia políticas de ocupação nos territórios palestinos. Cerca de 5 mil pessoas participaram do ato, segundo a polícia. Os manifestantes carregavam uma bandeira palestina de 18 metros e uma faixa vermelha com o slogan da manifestação: "Mostre o cartão vermelho a Israel". Uma estátua de metal simbolizando a justiça segurava uma balança em uma mão e um cartão vermelho na outra. No final da marcha, alguns manifestantes atiraram fogos de artifício e barreiras de controle de multidão contra a polícia, que respondeu com canhões de água e gás lacrimogêneo. A agência de notícias Ansa informou que um jornalista ficou ferido durante os confrontos e foi levado para o hospital. Os organizadores decidiram manter o protesto mesmo após Israel e o grupo terrorista Hamas assinarem um acordo de cessar-fogo, que prevê o recuo das tropas israelenses na Faixa de Gaza. Os militares continuam controlando mais de 50% do território palestino. Andrea Ciampi, que viajou de Veneza para participar da manifestação, disse ser grande fã de futebol, mas que considerou mais importante protestar nas ruas do que ir ao estádio desta vez. “O cessar-fogo é bom porque para os massacres. Mas quais são as condições? Onde está a voz do povo palestino nesse acordo?”, questionou em entrevista à Reuters. Diante da possibilidade de manifestações, as autoridades locais adotaram diversas restrições, como bloqueios de ruas e instalação de barreiras de concreto ao redor do estádio para criar zonas de segurança. Alguns comerciantes optaram por manter as lojas fechadas o dia todo. A Federação Italiana de Futebol informou que pouco mais de 9 mil ingressos foram vendidos para a partida contra Israel, abaixo da capacidade reduzida de 16 mil.