O especialista em Direito Bancário Antonino Piazzi criticou as medidas do governo federal para socorrer especialmente os produtores do Rio Grande do Sul . Os agricultores gaúchos ainda tentam se recuperar de uma crise climática que combinou, nos últimos cinco anos, uma sucessão de enchentes e principalmente estiagens. As consequências para o setor têm sido quedas severas na produção. Assim, cresce o endividamento por falta de recursos para honrar empréstimos junto aos credores. Nesse contexto, o advogado afirma que as políticas que a gestão Lula da Silva apresentou “não acolhem nem o produtor brasileiro, tampouco o produtor gaúcho”. Governo: longe de atender às necessidades Piazzi se refere à Resolução nº 5.247, de 19 de setembro de 2025, do Conselho Monetário Nacional (CMN). O documento criou uma nova linha de crédito rural com recursos sob a supervisão do Ministério da Fazenda ou de fontes livres das instituições financeiras. O objetivo é permitir sobretudo a liquidação ou amortização de operações de crédito rural. Inclui também Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPRs) destinadas a produtores prejudicados por eventos adversos. Segundo o advogado, o problema está no volume de recursos liberado. O total de R$ 12 bilhões, distribuído para todo o país, é considerado “totalmente inadequado” diante da dimensão da crise. “Esse valor não cobre sequer 5% dos pequenos e médios produtores rurais endividados no Brasil, seja pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ou pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp)”, afirmou. Leia também: “Desespero e mortes no agro” , reportagem de Fábio Bouéri publicada na Edição 291 da Revista Oeste Piazzi destaca que somente o Rio Grande do Sul acumula uma dívida atualizada de R$ 106 bilhões, ou apenas 12% do passivo gaúcho. Os números convergem com o que diz a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. De acordo com a Farsul, 65 mil dos 360 mil agricultores gaúchos devem a bancos ou a cooperativas de crédito agrícola. Para Piazzi, a medida “é uma política econômica que não soluciona nada, um engodo”. Embora as novas linhas de crédito prevejam juros entre 2% e 6% ao ano, o advogado alerta para a necessidade de atenção às vendas casadas oferecidas por instituições financeiras, que podem elevar os custos efetivos da operação. “Se o produtor não ficar atento, esses juros podem dobrar ou até triplicar”. + Leia mais notícias de Agronegócio na Oeste O post ‘Ajuda do governo ao produtor rural é engodo’, diz especialista apareceu primeiro em Revista Oeste .