Encerrada na noite desta terça-feira (14), a Pré-COP, evento preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), reuniu representantes de 67 países em Brasília. Durante dois dias de debates, os negociadores discutiram temas como financiamento climático, transição energética e proteção das florestas tropicais. Embora não tenham sido firmados acordos concretos, autoridades afirmaram que houve avanços importantes nas conversas. As informações são da Agência Brasil. Brasil tenta alinhar prioridades antes da COP30 O presidente designado da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, avaliou que o encontro permitiu traçar um panorama claro sobre o que cada país está disposto a negociar em Belém. Segundo ele, a reunião serviu para identificar pontos de convergência e de impasse. Corrêa do Lago explicou que, dos 140 temas oficiais da conferência, cerca de 30 têm relevância central, sendo sete considerados decisivos para os próximos meses. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou que as mudanças climáticas ultrapassam fronteiras e exigem respostas conjuntas. Para ela, fenômenos extremos como enchentes e queimadas demonstram a urgência de políticas coordenadas e do fortalecimento do financiamento internacional voltado à adaptação climática. Pressão social e defesa das florestas Organizações da sociedade civil também participaram da reunião e cobraram maior protagonismo para a proteção das florestas tropicais, especialmente por a COP30 ocorrer na Amazônia. A especialista do Greenpeace Brasil, Camila Jardim, criticou a ausência de compromissos mais concretos sobre o tema e destacou que a floresta tem papel essencial na regulação do clima global e no combate às emissões de carbono. Entre as medidas apresentadas pelo governo brasileiro está o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposto para conservar biomas em cerca de 70 países. O fundo prevê US$ 125 bilhões em recursos e repassará 20% diretamente a comunidades indígenas e tradicionais, que desempenham papel fundamental na preservação da biodiversidade. Financiamento e adaptação no centro das conversas Durante o encontro, a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, enfatizou que há consenso entre os países sobre a necessidade de criar novos instrumentos econômicos para valorizar a natureza. Segundo ela, o objetivo é fazer da conferência de Belém uma “COP de implementação”, voltada à execução das promessas assumidas em edições anteriores. Além disso, a ministra Marina Silva destacou a importância de garantir recursos para preservar florestas e oceanos, lembrando que as mudanças climáticas não respeitam fronteiras e exigem solidariedade entre as nações. Expectativa para Belém Até agora, 62 países, responsáveis por 31% das emissões globais, apresentaram novas metas de redução de gases (NDCs). Grandes economias, como União Europeia e Índia, ainda não atualizaram seus compromissos, o que aumenta a pressão sobre a conferência. Corrêa do Lago afirmou que os encontros bilaterais realizados em Brasília mostraram disposição dos países em avançar no diálogo.