Paciente perde 120 quilos enquanto aguarda bariátrica em enfermaria adaptada para pessoas com obesidade extrema no RJ

Instituto estadual tem enfermaria adaptada para pessoas com obesidade extrema no RJ O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia adaptou o ambulatório e uma enfermaria para atender pessoas com obesidade extrema no Rio de Janeiro. É a única unidade de saúde do estado especializada no atendimento a esses pacientes. Os leitos e equipamentos têm capacidade para suportar mais de 300 quilos, e os pacientes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar. O objetivo é o emagrecimento, mas também a recuperação de autonomia e autoestima. O instituto atende a população em geral, pelos sistemas de regulação, mas conta com o aparato adaptado, como cadeiras mais resistentes, braçadeiras de aferir pressão maiores e até fitas métricas mais longas. O local atende cerca de mil pessoas no setor de endocrinologia por mês. Entre eles, cerca de 400 também buscam acompanhamento de nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e até profissionais de educação física. Na enfermaria, dos 15 leitos de internação, sete são adaptados. É nesse setor que está internada a dona de casa Viviane da Silva Moreira. Ela perdeu 120 quilos em seis meses enquanto aguarda uma bariátrica. Viviane faz tratamento e aguarda uma cirurgia de bariátrica no RJ Reprodução/TV Globo Viviane conta que chegou a pesar mais de 300 quilos e sequer conseguia levantar da cama sozinha. “Cheguei muito debilitada, já não tinha mais esperança de melhorar, de evoluir, e aqui eles sempre me deram esperança de melhora. Eu já não subia, não descia escada, não fazia nada. Dependia dos meus filhos pra tudo, para fazer tudo por mim”, conta a paciente. Ela se emociona ao relembrar que está há seis meses longe de casa e dos filhos, mas afirma que não vai desistir. "Eu tô há seis meses longe de tudo que eu mais amo que é meus filhos. Queria ir embora, mas quando eu vejo meu processo, olho e falo que não quero ir embora não. Eu quero continuar, eu vou vencer", destaca. Viviane se emociona ao lembrar da trajetória Reprodução/TV Globo Nem todos os pacientes têm indicação de bariátrica, a prioridade no local é o processo de mudança de vida. A dona de casa Gláucia Silva saiu de 330 para 147 quilos. “A minha rotina mudou totalmente porque uma pessoa que não tinha vida, não andava, não saía de dentro de um quarto, quando saía era pra fazer as coisas mais banais que pra mim seria o mais difícil que era tonar um banho e hoje eu tenho uma vida”, destaca ela. Aos 42 anos, ela é mãe, esposa, dona de casa e recuperou sua autonomia. Segundo Gláucia, o objetivo dela é reduzir mais o peso e alcançar dois dígitos na balança. "É uma mudança que tem que acontecer na nossa mente e no nosso coração", aponta ela. Gláucia com a família Reprodução/TV Globo Gláucia e outras cerca de 250 pessoas com obesidade de graus 4 e 5 fazem tratamento no local. O coordenador da enfermaria do instituto aponta que a bariátrica é apenas uma parte do tratamento, que envolve uma mudança de vida. “A gente trabalha aqui perda de peso com equipe nutricional, com acompanhamento de profissional de educação física e com a nossa equipe médica, de enfermagem e de fisioterapia para que a gente possa recuperar esses pacientes do ponto de vista funcional. O tratamento é contínuo, é para a vida toda”, afirma o médico, Rafael da Costa.