Fernando Fernandes fala do 'Esporte espetacular', da vontade de ser pai solo e de experiência com ayahuasca

Fernando Fernandes passou a comandar o "Esporte espetacular" ao lado de Karine Alves há pouco mais de seis meses. Ele diz estar vivendo um sonho ao apresentar o programa a que assiste desde a infância: Entrevista: Daniel Erthal fala de decisão de ir morar em seu bar e, solteiro novamente, diz que não pretende se relacionar no momento: 'Me atrapalharia' Fora da TV há 11 anos: Fabiana Scaranzi fala de carreira como palestrante e da recente formação em psicologia — A minha vida sempre foi esporte, então o "Esporte espetacular" era praticamente a minha igreja de domingo. Lá, eu via as coisas de que eu acreditava e amava. Sempre foi um sonho estar lá como um atleta e consegui isso. De um tempo para cá, comecei a sonhar em estar ali no papel de apresentador. Mas, obviamente, quando isso aconteceu, foi uma surpresa muito grande. Uma coisa é você querer, e outra é você ser. Até então, eu nunca tinha lido um TP (teleprompter) na minha vida. Sinto que estou atingindo o máximo daquilo que me propus a fazer na vida: ser um atleta e me comunicar através do maior e mais tradicional programa de esporte da televisão brasileira. Ele, que participou do "BBB 2", estreou como apresentador no "No limite", em 2022. Antes de iniciar sua carreira na TV, competiu profissionalmente como atleta paralímpico. Fernando fala da importância da sua representatividade ao ocupar o cargo de apresentador em rede nacional: — A inclusão é isso, quando você ocupa espaços que até então não te pertenceriam. Acho que muitas vezes o preconceito vem por falta de informação, de referência e de visão. Eu entendi que não adiantava só falar sobre inclusão e não agir. Vi que eu precisava ocupar esses espaços através da minha capacidade, e não da minha incapacidade, da minha deficiência. Vivemos numa sociedade que está o tempo inteiro desacreditando de mim, de você, de todos. E então chega alguém que, aos olhos da sociedade, é inválido e de repente está mostrando toda a sua validade, credibilidade e força. Solteiro aos 44 anos, o apresentador diz que planeja constituir uma família e cogita a possibilidade de se tornar pai solo: — Quando você vai chegando a uma certa idade, a solitude faz bem também. Eu me dou bem comigo, sei me resolver. Isso é um ponto positivo, mas por outro lado também é negativo quando você pensa nessa questão de família. Eu tenho vontade, sim, de ter filho, acho que esse é o plano no qual mais tenho falhado. Mas nunca é tarde para acertar. Tenho vontade de adotar também. Tenho um sobrinho adotado que é o amor da minha vida. Por isso, se eu não estiver com alguém até uma certa idade, vou adotar. Conhecido por se desafiar em viagens, Fernando recentemente viveu uma nova experiência com Ayahuasca, um chá psicotrópico à base de plantas usado em cerimônias e rituais. Ele conta que sua primeira vez foi em uma aldeia indígena no Acre: — Fiquei três horas parado olhando para a lua sem pensar em nada. Eu acredito que não tive nenhuma alucinação, só parece que meus pensamentos se limparam e que eu tive uma certa realidade daquilo que eu estava vivendo. Eu estava dentro de uma aldeia indígena onde eles usam a ayahuasca como uma forma de remédio e de celebração. Eu simplesmente pedi permissão para entrar no mundo deles. Acho que é isso de que eu gosto nas minhas experiências de vida, de ir à fonte. Foi uma troca muito grande. Levei isso para a minha vida, tanto que no ano que vem já estou planejando estar lá novamente. TV e famosos: se inscreva no canal da coluna Play no WhatsApp O apresentador comenta sobre os mitos e preconceitos em volta da prática: — Hoje em dia, nós estamos vendendo espiritualidade e religiosidade. As pessoas estão em busca da igreja mais famosa, mais popular. Vivemos um momento confuso enquanto sociedade, em que as informações estão baseadas no ter, e não no ser. E, para ser feliz, você precisa possuir. Ninguém te ensina a ser feliz com o que você já tem. A maior lição que eu tive lá é o quão pequenos nós somos no meio disso tudo. Esse preconceito acontece porque quem vai fazer um experimento de uma consagração de ayahuasca vai para mostrar para os outros, não para ele mesmo. Galerias Relacionadas Initial plugin text