Quem é o padre processado pela família de Preta Gil em acusação por intolerância e racismo religioso

O padre Danilo César, de 32 anos, natural de Monteiro, no interior da Paraíba, se tornou alvo de um processo judicial movido pela família de Gilberto Gil após declarações consideradas ofensivas às religiões de matriz africana. O episódio ocorreu durante uma pregação transmitida ao vivo pela Paróquia de São José, em Areial, no Agreste paraibano — uma semana após a morte de Preta Gil, em julho deste ano —, e provocou ampla repercussão nas redes sociais. Ecos do passado: Olavinho de 1988 garantiu ser o assassino de Odete e criou confusão com jornal; entenda 'Nova chance': Vini Jr diz que Virginia Fonseca foi a sua melhor 'ficante', e web resgata comentário após revelação Durante a homilia, o sacerdote ironizou uma oração feita por Gilberto Gil aos orixás, divindades do candomblé e da umbanda, e questionou publicamente, em tom de deboche: "Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê o poder desses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?". O vídeo, transmitido pelo canal da paróquia no YouTube, acabou viralizando e, diante da repercussão negativa, foi retirado do ar. O caso segue agora na Justiça. A advogada Layanna Piau, representante da família Gil, confirmou que o processo foi formalizado e que o músico e seus familiares pedem uma indenização de R$ 370 mil por danos morais, com base nas leis que tipificam intolerância e racismo religioso. Quem é o Padre Danilo César? Padre Danilo César iniciou sua formação religiosa em 2011, na Paróquia de São Judas Tadeu, em Campina Grande (PB). Formou-se em Filosofia (2014) e Teologia (2018) pelo Seminário Maior São João Maria Vianney. Foi ordenado sacerdote em 2019 e, desde então, passou por diversas paróquias da Paraíba, incluindo Monteiro, Alagoa Nova e Campina Grande. Atualmente, o religioso é pároco da Paróquia de São José, em Areial, no Agreste paraibano, onde celebra missas e coordena atividades pastorais. Após a repercussão do caso, nem o padre nem a Diocese de Campina Grande se manifestaram publicamente sobre o processo. O GLOBO tentou contato com as instituições, mas não obteve retorno. Initial plugin text Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Brasil registrou um aumento de 45% nas denúncias de intolerância religiosa em 2024, com maior incidência contra praticantes de candomblé e umbanda. A Constituição Federal garante a liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos, e o Código Penal tipifica como crime a prática de atos que visem "impedir ou embaraçar" o exercício de qualquer religião, com pena de até três anos de reclusão.