Do espaço à Terra: há 13 anos, Felix Baumgartner fez o salto mais alto da história e rompeu a barreira do som

Em 14 de outubro de 2012, o mundo parou para assistir a um homem cair do céu. A imagem de Felix Baumgartner deixando a cápsula presa a um balão na estratosfera, a 39 mil metros de altura, marcou uma geração. Treze anos depois, as pessoas ainda falam sobre aquele salto que uniu ciência, coragem e espetáculo em uma só cena. Veja também: De porquinho sobre rodas, unhas de outro mundo e burros gigantes: conheça os 10 recordes mais insanos do Guinness 2026 Saiba mais: O açougueiro de Plainfield: a história real do assassino mais perturbador dos EUA que inspirou 'O Massacre da Serra Elétrica' Felix Baumgartner tinha 43 anos quando se lançou ao vazio sobre o deserto de Roswell, no Novo México, em um experimento que parecia coisa de filme. Vestido com um traje pressurizado, como de astronauta, ele abriu a escotilha, olhou para a curvatura da Terra e disse a frase que o eternizou: “Às vezes é preciso ir muito alto para entender o quão pequeno você é.” Em seguida, mergulhou (de cabeça) no desconhecido — e, por quatro minutos e vinte segundos, tornou-se o homem mais rápido do mundo. O salto que mudou a história humana Na queda livre, o austríaco quebrou três recordes mundiais: realizou o salto mais alto já registrado, ultrapassou a velocidade do som — 1.357 km/h — e chegou à maior altitude atingida por um voo tripulado de balão. Tudo isso graças ao projeto Red Bull Stratos, que investiu US$ 20 milhões e cinco anos de pesquisa para tornar possível o que parecia impensável. O feito não só rendeu a Felix o Guinness, como também abriu novas fronteiras tecnológicas e científicas. Mais de 130 veículos de mídia e 40 redes de TV transmitiram o evento ao vivo. No YouTube, quebrou-se outro recorde: o salto se tornou uma das transmissões mais assistidas da história, com centenas de milhões de visualizações. A façanha impulsionou estudos sobre segurança em grandes altitudes, inspirou novos protocolos aeroespaciais e ajudou a desenvolver equipamentos hoje usados por astronautas e pilotos. Mas o homem que desafiou a estratosfera também viveu no limite fora dela. Nascido em Salzburgo, em 1969, Baumgartner começou a saltar aos 16 anos e, antes de se tornar ícone global, serviu nas forças especiais do Exército austríaco. Ao longo da carreira, acumulou feitos impressionantes: cruzou o Canal da Mancha sem motor, saltou das Torres Petronas e da Taipei 101 e até se lançou em queda livre dentro da Caverna Mamet, na Croácia. Treze anos após seu voo mais famoso, a notícia de sua morte, em julho de 2025, abalou o mundo. Durante um voo de parapente motorizado na Itália, Baumgartner perdeu o controle da aeronave e caiu sobre a piscina de um hotel em Porto Sant’Elpidio. Sua morte encerrou um ciclo, mas não sua influência: Felix Baumgartner permanece como um dos maiores símbolos da ousadia humana.