O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que a situação fiscal do Brasil está menos grave em 2025, mas alerta para um novo salto da dívida pública em 2026, ano de eleição presidencial. O alerta consta do relatório Monitor Fiscal , divulgado nesta quarta-feira, 15, durante as reuniões anuais do fundo em Washington, Estados Unidos . O organismo prevê que a dívida bruta brasileira suba de 87,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 para 91,4% neste ano. Embora o avanço supere quatro pontos percentuais, a estimativa é menor que a de abril, de 92%. Para 2026, a projeção foi reduzida, mas ainda aponta aumento para 95% do PIB — o maior nível desde 2020, quando os gastos públicos cresceram durante a pandemia. + Leia mais notícias de Economia em Oeste O FMI também revisa para cima o crescimento do PIB brasileiro em 2025, de 2,3% para 2,4%, mas reduz a projeção de 2026 para 1,9%. O fundo diz que a economia já mostra sinais de moderação diante das políticas fiscal e monetária mais restritivas. FMI prevê piora gradual da dívida até 2030 O FMI calcula que o endividamento do Brasil deve crescer mais de 11 pontos percentuais ao longo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, menor que o aumento de 12 pontos projetado em abril. Por outro lado, o organismo projeta que a dívida alcance 97% do PIB em 2027 e 98,1% em 2030, fim do próximo governo. https://youtu.be/_sF_LtccJsw?si=IvJcJvpRUVl1gtRc Para este ano, o FMI estima déficit primário de 0,6% do PIB e não acredita que o País volte ao superávit durante o atual mandato. A projeção é de redução do déficit para 0,4% em 2026 e superávit de 0,3% apenas em 2027. O fundo prevê melhora gradual até 2030, quando o indicador deve chegar a 1,4%. O governo Lula, por sua vez, mantém meta de superávit primário de 0,25% do PIB em 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou mudanças nas metas fiscais e reuniu-se com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir cenários de receita e despesa na LDO de 2026. O FMI calcula inflação média de 5,2% em 2025 e 4% em 2026, dentro da margem de tolerância da meta de 3%. A taxa básica de juros, mantida em 15%, segue como fator de contenção da atividade. O Banco Central indica que a Selic permanecerá estável por um período prolongado. Tarifas dos EUA e entraves políticos afetam o cenário As projeções do fundo também consideram o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em agosto, o presidente Donald Trump elevou em 50% as tarifas de exportação, justificando a medida como resposta à “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Depois de negociações, alguns produtos foram isentos, e Lula e Trump devem se reunir em breve. Leia também: "Brasil deve liderar alta global de carga tributária até 2050" O FMI incluiu o Brasil entre as economias que terão aumento “significativo” da dívida em 2025, ao lado de China, França e EUA. O fundo destacou ainda que tarifas mais altas e incertezas na política comercial global estão reduzindo o apetite de investimento e a demanda externa. Na América Latina e Caribe, o FMI prevê crescimento de 2,4% em 2025 e 2,3% em 2026. O desempenho regional será puxado principalmente pelo México e pelo Brasil, que teve produção agrícola recorde e recuperação do setor de serviços no primeiro semestre. O post FMI vê melhora temporária nas contas do Brasil, mas alerta para salto da dívida em 2026 apareceu primeiro em Revista Oeste .