O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a dívida pública bruta do Brasil vai passar de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e vai alcançar 98,1% daqui a cinco anos. O cenário, traçado no relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira, é um pouco melhor que na última edição do documento, liberada em julho, mas ainda assim é preocupante para as contas públicas brasileiras. A previsão para a dívida neste ano é de 91,4% do PIB, pouco abaixo dos 98,2% previstos anteriormente. No ano passado, o débito ficou em de 87,3% do PIB, nos cálculos do FMI. A estimativa anterior para 2030 era de 99,4% do PIB. O endividamento bruto é um dos principais indicadores de solvência de um país e é observado de perto por analistas e investidores. Mas o critério do FMI para calcular a dívida bruta é diferente do usado pelo governo brasileiro. O Fundo inclui na conta os títulos do Tesouro Nacional que estão na carteira do Banco Central (BC), o que não é considerado na nossa metodologia. Pelas regras brasileiras, o endividamento bruto estava em 77,5% do PIB em agosto, segundo os últimos dados disponíveis. A dívida totalizava R$ 9,6 trilhões naquele mês. Comparando os dados do Brasil com outras 37 economias emergentes listadas no relatório, só há três países com relação dívida/PIB maior que a brasileira. São eles: Bahrein (142,5% do PIB), Ucrânia (108,6% do PIB) e a China (96,3% do PIB).