‘Não foi química, foi uma indústria petroquímica’, diz Lula ao celebrar conversa com Trump após os dois ficarem 'de mal'

Pouco mais de uma semana após a conversa por telefone com Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que usou a idade parecida para conquistar o americano e chamá-lo de “você” durante a ligação. Ao celebrar o entendimento que teve com o republicano, o petista brincou ainda que pintou uma “indústria petroquímica” entre eles, uma forma de maximizar a “química” citada pelo próprio Trump. Entrevista: ‘Trump sacrifica Bolsonaro se tiver ganhos com Lula’, diz Matias Spektor, professor da FGV Outro republicano: ‘Química’ citada por Trump também ajudou Lula a se aproximar de Bush — Quando eu fui falar com o Trump, eu não conhecia ele, a gente estava de mal. (Mas) tinha gerado uma química na ONU — começou Lula. — Então, ele me ligou e eu falei: “Presidente, eu queria estabelecer uma conversa sem liturgia. Eu estou fazendo 80 anos hoje, você vai fazer dia 14 de julho. Significa que sou oito meses mais velho que você. Então vamos nos tratar por ‘você’, sem liturgia”. E comecei a falar o que eu achava que tinha que falar. Não pintou uma química, pintou uma indústria petroquímica. O petista confirmou ainda que ocorrerá amanhã uma conversa entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para negociar o tarifaço. Também entrarão na pauta as sanções dos EUA a autoridades brasileiras. Lula tem como hábito usar a descontração como forma de fazer diplomacia. Outro republicano dos Estados Unidos, George W. Bush, foi "conquistado" pelo brasileiro por causa da “química” inesperada que se viu no Salão Oval da Casa Branca em dezembro de 2002. A tendência é que Lula e Trump tenham em breve uma conversa bilateral cara a cara. Uma das possibilidades é ainda este mês, na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que será prestigiada pelos dois. Evento com professores no Rio As declarações de Lula foram feitas em evento no Rio em comemoração do Dia do Professor. Ele e o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciaram a abertura dos pedidos para a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), que começa amanhã. O documento facilitará o acesso a vantagens já garantidas à categoria, como descontos em eventos culturais (cinemas, teatros e shows), e a benefícios que estão sendo costurados pelo programa Mais Professores para o Brasil, como cartões de crédito com condições diferenciadas e descontos em hotéis. O lançamento da CNDB foi realizado no Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado. Segundo Camilo Santana, o documento também dará descontos em empresas como Ifood, Decolar, Samsung, Amazon e redes de farmácias. Os professores precisarão pedir a CNDB na página Mais Professores, com acesso via conta gov.br. Para isso, é preciso que o profissional tenha Cadastro de Pessoa Física (CPF) regular junto à Receita Federal e esteja em exercício da atividade docente em uma instituição de ensino. O documento será válido por dez anos.