Oposição vê empréstimo aos Correios como ‘mais dívida para o povo pagar’

A oposição da Câmara dos Deputados criticou o anúncio do governo federal sobre a viabilização de um empréstimo de R$ 20 bilhões para estancar o rombo dos Correios. A operação financeira ocorreria com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e instituições privadas, com respaldo do Tesouro Nacional. Para os parlamentares, o empréstimo aos Correios é apenas “mais uma dívida para o povo pagar” e demonstra “mais um entrave no caminho da responsabilidade fiscal” do governo Lula: “Revela-se os efeitos da gestão desastrosa em estatais estratégicas”. + Governo articula empréstimo de R$ 20 bilhões para ajudar Correios https://www.youtube.com/watch?v=Xkb2J7F0kgk Para o vice-líder da oposição, deputado Sanderson (PL-RS), “esse empréstimo representa mais uma dívida que recairá sobre os brasileiros”. “Em vez de ajustar as finanças, o governo opta por endividar os Correios, transferindo ao contribuinte a responsabilidade pelo rombo criado”, analisou. O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Rodolfo Nogueira (PL-MS), também destacou que não é possível “permitir que mais essa dívida venha do bolso do povo”. “Os Correios precisam de reestruturação real, com corte de privilégios e gestão eficiente, não empréstimos emergenciais”, avaliou o deputado. “O Congresso fiscalizará cada passo.” Gestão “falha” da estatal O novo presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon | Foto: Reprodução/Youtube Na análise do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), houve uma falha na gestão dos Correios: “Estatais não são cabide de emprego e nem cabem em manobras fiscais”. “Se os Correios estão pedindo R$ 20 bilhões emprestados, é porque a governança falhou”, alertou. “O Congresso precisa investigar responsabilidades e evitar que a sociedade arrole mais uma dívida.” Leia mais: "Uma bomba chamada Correios" , reportagem de Lucas Cheiddi e Uiliam Grizafis publicada na Edição 287 da Revista Oeste O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) afirmou ser “essencial que esse processo de empréstimo seja acompanhado com rigor”: “Quem explica esse déficit? Onde foram aplicados os recursos? É inadmissível que uma empresa pública tão importante precise de socorro emergencial”. Já o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) alertou que “esse tipo de empréstimo encarece impostos, compromete o orçamento e reduz o espaço para investimentos sociais”. “O governo cria rombos, depois pede dinheiro para cobri-los, o que demonstra uma administração irresponsável”, destacou. Leia também: "A nova caixa-preta de Brasília" , reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 291 da Revista Oeste https://www.youtube.com/shorts/5b_KJKyj5ds Empréstimo para os Correios O governo Lula busca garantir recursos para manter as operações dos Correios e executar um plano de reestruturação que prevê demissões voluntárias, ajustes no plano de saúde e renegociação de dívidas. As informações foram reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo . A estatal estima necessidade de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões em 2026, valores destinados a reforçar o capital de giro e financiar ações do plano de recuperação. O montante final do empréstimo ainda está em negociação e não está descartado um aporte adicional do Tesouro, dependendo do cenário fiscal. As tratativas avançaram em reunião realizada na semana passada, com participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações), além de representantes do Tesouro Nacional, PGFN, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. + Leia mais notícias de Política em Oeste O post Oposição vê empréstimo aos Correios como ‘mais dívida para o povo pagar’ apareceu primeiro em Revista Oeste .