Depois do desabamento que causou a morte da cozinheira Suênia Maria Tomé Bezerra, de 51 anos , a Polícia Civil de São Paulo busca identificar quem responde pelo restaurante Jamile, na Bela Vista. O esclarecimento é fundamental para apurar responsabilidades civis e criminais pelo acidente e pelas condições do prédio. + Leia mais notícias de Brasil em Oeste Segundo o portal UOL, o registro da empresa está em nome de Mislaine Monteiro Silva, moradora de um conjunto habitacional em Itapevi, que não possui histórico empresarial. Desde a inauguração, porém, o negócio foi apresentado como um empreendimento do chef Henrique Fogaça, do ex-deputado Alberto Hiar (PSDB-SP), conhecido como Turco Loco, e de Anuar Tacach. https://www.youtube.com/watch?v=B-EA9GNBIfs Relações familiares e empresariais no restaurante Alberto Hiar é fundador da marca Cavalera. Documentos apontam ligação da família Hiar com o restaurante: a conta de energia está em nome da HAM Consultoria, empresa fundada por Hiar e sua esposa, Valéria Stek Hiar, depois transferida à filha Maria Luiza. O endereço do restaurante já abrigou outras empresas da família, como a Tredici Bar e Restaurante Ltda., registrada em 2012, com Viviane Esteque — cunhada de Hiar — entre os sócios. Hanna Wadih Hiar Neto, filho de Turco Loco, possuía procuração para representar a Tredici, segundo documento de cartório. De acordo com o UOL, o domínio jamilerestaurante.com.br foi registrado em 2015 por Hanna Hiar e renovado em setembro de 2025. A Tredici mudou de ramo em 2015, migrou para tecnologia, ficando apenas com Viviane Esteque. Atualmente, a empresa responde a processo judicial por dívidas tributárias. Sociedades, dívidas e bloqueios judiciais Maria Luiza Hiar, filha de Turco Loco, é sócia do gerente do Jamile, José Genilson Tomé Bezerra — irmão da vítima. Eles dividem sociedade em três empresas, entre elas a MG Gestão de Negócios Ltda. e a Jamile Pinheiros, ambas de 2024 e 2025, respectivamente. Genilson ainda está à frente da TBZ Tapetes e Decorações Ltda. O chef Henrique Fogaça, associado à imagem do Jamile desde 2015, negou participação societária depois do acidente. “Apenas assino o cardápio e não sou sócio do restaurante”, afirmou Fogaça em nota . Não há documentos que mostrem vínculo formal dele com a empresa. A Studio Bar e Restaurante Ltda., aberta em 2019 e registrada por Mislaine Monteiro Silva, responde a processo de execução fiscal por mais de R$ 700 mil em dívidas do Simples Nacional referentes a 2021 e 2022. As contas da empresa estão bloqueadas, exceto valores para salários. Em 2023, Maurício Pinheiro Lopes, contador, passou a figurar como administrador da Studio Bar, e o endereço de Mislaine mudou para a sede do restaurante. A defesa apresentou uma fatura de energia de abril de 2025, em nome da HAM Consultoria, no processo fiscal. A HAM Consultoria, assim como outras empresas da família Hiar, está com bens bloqueados por decisão judicial em ação do governo estadual que cobra dívidas tributárias. Entre as empresas citadas está também a Cavalera. Irregularidades no Jamile O imóvel onde funciona o Jamile permanece interditado pela Defesa Civil desde o acidente, classificado como irregular pelo Cadastro de Edificações do Município. O local, um casarão antigo, foi alvo de ampliações sem autorização e teve o pedido de reforma arquivado pela Subprefeitura da Sé. Leia também: "Sem alarde, Lula promove ‘revogaço’ prometido na campanha" , artigo de José Fucs publicado na Edição 291 da Revista Oeste Os alvarás de funcionamento do restaurante foram concedidos por autodeclaração, dispensando vistoria prévia. Em 2022, o Jamile apresentou laudos técnicos assinados por profissionais habilitados, atestando condições adequadas de higiene, segurança e estabilidade. O post Polícia busca identificar dono do restaurante Jamile apareceu primeiro em Revista Oeste .