Relatório das Forças de Defesa de Israel (FDI) descreveu, dias depois da chegada dos 20 últimos reféns vivos, na segunda-feira 13, os maus-tratos a que eles foram submetidos no cativeiro do grupo terrorista Hamas. + Leia mais notícias de Mundo em Oeste Um dos casos citados foi o de Alon Ohel. Ele se preparava para entrar, naquele mês de outubro de 2023, na renomada Escola de Música de Rimon. Aos 22 anos, já era considerado um talentoso pianista. Sua especialidade maior é o jazz , mas, também com formação clássica, sempre adorou tocar Claire de Lune , de Claude Debussy. A canção resgata o lado mais nobre da vida, numa melodia que descreve a luz do luar ondulante e contemplativa. Sua vida, porém, estava prestes a entrar em uma pausa. Houve o sequestro do Hamas, que invadiu o Festival Nova, em que ele estava. Arrastado até a caminhonete que o levou a Gaza, passou dois anos em um túnel. Bem longe da luz da lua. Só foi liberado na última segunda-feira. Junto com outros 19 reféns. Soube da libertação praticamente no dia. Até poucas horas antes de rever sua família, os relatos revelam que o que ele mais escutou foram gritos, ameaças, em um cenário de tortura e negligência. No cativeiro, Alon foi acorrentado. Alguns sequestrados disseram que ele estava com estilhaços no olho. A ferida não foi tratada adequadamente. Sua condição física foi se deteriorando. Era alimentado de forma escassa. A água que bebia, em grande parte, não era potável. Sofria humilhações, com ofensas, e presenciava o sofrimento de outros reféns. Assim como outros presenciavam o seu. Os soldados das FDI , Matan Angrest e Nimrod Cohen, também foram feridos no sequestro. Depois, passaram por severos abusos físicos. Cohen, no início do cativeiro, ficou junto com os irmãos Horn (Yair e Eitan), Sagui Dekel-Chen e David Cunio. Os terroristas chegaram a permitir que, em alguns momentos, eles assistissem às Olimpíadas. Mas o terror não diminuía. Os extremistas inventaram, para Cohen, que o pai dele havia “atacado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu” nos Estados Unidos. Já Angrest, de 23 anos, estava na base de Nahal Oz quando seu tanque foi atingido. Ferido e agredido, passou meses em jaulas, submetido a choques elétricos, queimaduras e fraturas, além de paralisia parcial de uma mão. Cada dia de cativeiro era uma batalha pela própria sobrevivência, com tortura física e psicológica, privação de alimentos e isolamento. Segundo o Canal 13, muitos deles ficaram constantemente acorrentados. A maioria foi mantida em túneis sem luz natural, vários permaneceram descalços por longos períodos e tiveram dificuldade para voltar a usar sapatos. A perda de peso foi significativa, incluindo em Eitan Horn e Maxim Herkin. O relatório acrescenta que o Hamas interrogou os reféns com dureza, especialmente os soldados. O grupo usou trechos da mídia israelense para causar dano psicológico. “Fazia muito tempo que eu não via o céu”, disse um dos libertados aos oficiais israelenses depois do retorno. Evyatar David, 24 anos, também vivenciou dias aterrorizantes. Filho do meio em sua família de Kfar Saba, irmão de Eli e Ye’ela, estava com seu melhor amigo e outros colegas quando foram capturados. Em vídeos divulgados pelo Hamas, aparecia deitado no chão, mãos amarradas, olhos iluminados por lanternas, assustado. Durante o cativeiro, foi forçado a assistir à libertação de outros reféns apenas para ser devolvido aos túneis e obrigado a cavar sua própria cova. A imagem dele esquelético, com uma pá, ganhou o mundo, em forma de terror psicológico que o Hamas se deu o direito de fazer. O sofrimento físico era acompanhado por humilhações verbais constantes. Seu melhor amigo é Guy Gilboa Dalal. Ambos foram sequestrados juntos e, depois do sofrimento, se encontraram, já libertados. Deram um longo abraço, no centro médico. Reféns torturados Avinatan Or, engenheiro elétrico, 32 anos, viveu momentos de solidão absoluta. Foi pego enquanto tentava fugir ao lado de sua namorada Noa Argamani no início do ataque. O casal foi separado dela. Noa foi libertada em um cessar-fogo anterior e ele, mantido em isolamento completo por 738 dias. Sem contato com outros reféns, sem notícias do mundo exterior, sobreviveu apenas com alimentação mínima e água escassa. Leia mais: "Casal israelense sequestrado pelo Hamas se reencontra depois de 2 anos" Em outro ponto, Elkana Bohbot, 36 anos, também sofria abusos. Produtor do festival, havia permanecido no local ajudando feridos antes de ser capturado. Morador de Jerusalém, pai de Reem, de três anos, enfrentou torturas físicas, fome prolongada e exploração em vídeos de propaganda do Hamas. Em um dos registros, aparece fragilizado, rasgando a camiseta, chorando, tentando respirar depois de longos períodos sem alimento. Em outro, ao lado de Yosef-Haim Ohana, testemunha da mesma barbárie, mostrava o peso do cativeiro na mente e no corpo. O ato de coragem de Rom Braslavski, 22 anos, segurança do festival, que permaneceu no local para salvar vidas, se tornou motivo de punição. Foi submetido a espancamentos, humilhações e restrições intensas de comida e água. Vídeos gravados pelos sequestradores mostravam sua angústia, o olhar perdido, sem saber o que viria no dia seguinte. “Estou à beira da morte”, disse, em um vídeo divulgado no último mês de agosto. Ao Canal 13, Tami Braslavski, mãe de Rom, disse que o filho “foi mantido sozinho” pela Jihad Islâmica Palestina. Foi levado para os túneis apenas “dois dias antes de sua libertação”. “Os sequestradores exigiram que ele se convertesse ao islamismo", afirmou ela. "Ele se recusou. Sofreu abusos, e eu prefiro não entrar em detalhes. Nada realmente me conforta, exceto uma coisa, que ele ficava na janela olhando para o céu.” O post Reféns foram torturados e sofreram abusos no cativeiro do Hamas apareceu primeiro em Revista Oeste .