Mulher descobre intolerância ao glúten e troca o trabalho CLT pela produção de pães Foi com as mães na massa, que uma mulher, diagnosticada com intolerância ao glúten, descobriu o verdadeiro significado do “pão de cada dia”. Ela trocou a rotina do CLT, depois de duas décadas de trabalho com carteira assinada, pelo sonho de viver da produção artesanal e inclusiva de pães em São José do Rio Preto (SP). Nesta quinta-feira (15), Dia do Pão, o g1 conta a história da Lucilene Evangelista, de 46 anos, que trocou o cargo de gestora no departamento administrativo de uma franqueadora, na pandemia, pela cozinha. Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Lucilene aprendeu o ofício ainda na adolescência, ao lado da mãe. A paixão nasceu cedo, mas só ganhou força quando descobriu a restrição alimentar. Por isso, ela contou que precisou reinventar a forma de comer e de produzir a iguaria. Em fevereiro de 2021, Lucilene aproveitou a fornada para pegar as encomendas de pães livres de glúten, conservantes e com ingredientes saudáveis. Contudo, para conciliar os dois empregos, chegava da empresa e precisava trabalhar na cozinha até de madrugada. Lucilene Evangelista cozinha os pães livres de glúten em Rio Preto (SP) Lucilene Evangelista/Arquivo pessoal Após trabalhar o dia inteiro, Lucilene lembra que passava as noites assando pães em uma cozinha compartilhada. Diante da certeza de querer atuar com a produção, ela pediu demissão do emprego CLT. Hoje, vive exclusivamente da panificação. “Ouvi muitos me chamarem de louca por abrir mão de um salário bom justamente em um período de pandemia. Mas, acreditei em mim e queria proporcionar o melhor aos que precisam desta alimentação. Decidi que era hora de transformar minha própria luta em uma oportunidade de ajudar”, conta Lucilene. O que começou como uma busca pessoal se transformou no propósito de vida de Lucilene, que comanda a produção artesanal e atende desde bebês com alergias até adultos com diabetes, autismo ou demais restrições. Na cozinha, ela decidiu criar receitas livres de glúten, leite, ovos e conservantes. Para evitar a contaminação cruzada, a cozinheira separa utensílios, alimentos e higieniza a bancada. Na receita, alguns ingredientes como farinhas funcionais e cúrcuma unem o sabor ao valor nutricional. E o queridinho do cardápio? O carro-chefe atual é o pão francês sem glúten. “Ninguém fica sem o pão. É o patrimônio do brasileiro. Então, eu quis levar isso às pessoas, para que elas pudessem comer um pão que fosse fresquinho, um pão saboroso. Teve uma celíaca que chegou a chorar porque ia comer o pão”, lembra Evangelista. Lucilene Evangelista faz os pães artesanais e inclusivos em Rio Preto (SP) Lucilene Evangelista/Arquivo pessoal Pães artesanais produzidos pela cozinheira em Rio Preto (SP) Lucilene Evangelista/Arquivo pessoal Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM