O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou nesta quinta-feira (16) a reunião do Congresso Nacional marcada para esta tarde, com objetivo de analisar os vetos do presidente Lula ao projeto que flexibiliza exigências ambientais para grandes obras. Ou seja: a previsão era derrubar esses vetos e flexibilizar os licenciamentos ambientais. O cancelamento foi decidido com base em uma série de fatores. Senadores passaram a quarta-feira (15) levando pressões e pedidos a Alcolumbre sobre o tema. Uma ala queria o afrouxamento citando obras como a da BR-319; outros falavam que era preciso discutir melhor alguns vetos, e que a oposição não tinha acordo sobre isso; e o governo, reiteradas vezes, pedia para cancelar a sessão. Alcolumbre atendeu ao pedido do governo. Mas não foi só isso que pesou. Aliados de Alcolumbre contaram ao blog que dois cenários pesaram mais que as pressões: a proximidade da COP 30, evento da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater as mudanças climáticas — que ocorrerá em novembro, em Belém (PA); e o receio de reação popular. As pessoas têm ido às ruas reclamar da Câmara em relação a propostas como a PEC da Blindagem e anistia, o que desgastou muito a imagem de deputados – a um ano da eleição. O Senado, até aqui, não foi alvo desses atos, mas poderia passar a ser, caso aprovasse o afrouxamento do licenciamento. Exigir menos de empreiteiras em obras de grande impacto ambiental é uma pauta impopular. E também é incoerente. O Brasil está às vésperas da COP 30, que trata justamente sobre meio ambiente com repercussão pelo mundo inteiro. Senadores analisaram que as proximidades da conferência abasteceria a vontade popular de reagir ao Senado e isso desgastaria muito os parlamentares.