O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o governo brasileiro vê com otimismo a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, marcada para esta tarde em Washington. Segundo Haddad, Vieira “está bastante confiante no clima que se restabeleceu entre os dois governos” e tem trabalhado para separar divergências políticas das negociações econômicas. — Ele (Mauro Vieira) me pareceu bastante confiante com o clima que se restabeleceu entre os dois governos. Nós estabelecemos relações cordiais, como sempre tivemos e isolando essa questão política da questão econômica — disse Haddad. O encontro entre Vieira e Rubio é parte da preparação para uma futura reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A expectativa de interlocutores brasileiros é que o diálogo com a Casa Branca resulte em gestos concretos, como a suspensão do tarifaço de 50% sobre produtos nacionais e a revogação de sanções impostas a autoridades do país, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo Haddad, o ponto mais sensível nos últimos meses foi justamente a mistura de questões políticas com interesses econômicos nas negociações bilaterais. Desde julho, quando Trump anunciou sobretaxas e sanções, o Brasil reagiu defendendo sua soberania e a independência de seus Poderes. Agora, o Itamaraty trabalha para retomar o diálogo em bases pragmáticas, priorizando previsibilidade e acesso a mercados. Além do comércio, os temas em pauta incluem fornecimento de minerais estratégicos, investimentos digitais e regulamentação de grandes plataformas, áreas em que os Estados Unidos buscam influência estratégica e garantias de alinhamento geopolítico, enquanto o Brasil busca proteger seus interesses econômicos e soberania. O governo brasileiro aposta que a reunião de Vieira com Rubio possa abrir caminho para um acordo mais amplo, garantindo medidas concretas e evitando que a futura conversa presidencial fique restrita a declarações simbólicas.