Órgãos públicos federais devem ganhar em breve acesso a uma plataforma de inteligência artificial desenvolvida especialmente para tratar dados governamentais. O projeto, chamado ConversAI Studio, está sob responsabilidade do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) , estatal de tecnologia, e terá como diferencial o uso exclusivo de informações e bancos de dados do governo. Durante a fase de testes, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional avaliam a performance da ferramenta. A Receita Federal será o próximo órgão a experimentar o sistema, que ainda não tem data definida para lançamento ao público. Características da plataforma de inteligência artificial Governo Lula trabalha em parceria com o DeepSeek, o 'ChatGPT chinês' | Foto: Reprodução/Pexels De acordo com representantes do Serpro, o objetivo do ConversAI Studio é garantir que dados sensíveis, como informações financeiras, possam ser processados por inteligência artificial sem risco de exposição em plataformas públicas ou controladas por empresas estrangeiras. O funcionamento da plataforma permitirá que cada órgão inclua seus próprios documentos, regulamentos e informações. Usuários poderão interagir com o sistema, fazendo perguntas e obtendo respostas sobre conteúdos específicos, em um ambiente seguro e restrito. Na construção do ConversAI Studio, o Serpro conta com parcerias de grandes empresas do setor, como Google e DeepSeek, esta última conhecida pelo lançamento de uma plataforma de IA no início deste ano. Outras big techs , como a Microsoft, também colaboram em projetos relacionados, como as chamadas nuvens soberanas. + Leia mais notícias de Tecnologia em Oeste Além do ConversAI Studio, o Serpro já fornece soluções de inteligência artificial para órgãos como o Conselho de Administração de Recursos Fiscais, que utiliza a ferramenta Iara para análise de recursos tributários. O sistema foi projetado para auxiliar na análise de 75 mil processos em andamento, contribuindo para maior agilidade no julgamento. Ferramentas de IA desenvolvidas pelo Serpro também estão em uso no judiciário, com foco em otimizar a leitura de processos extensos. De acordo com a estatal, as parcerias são mantidas "para garantir que dados dos brasileiros sejam armazenados em território nacional, reforçando a segurança das informações sensíveis". O plano de IA do governo O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), divulgado oficialmente em junho, foi desenvolvido com participação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Estruturado em cinco eixos principais, o PBIA propõe iniciativas para infraestrutura, formação profissional, aprimoramento de serviços públicos, inovação empresarial e regulação. O investimento total previsto ultrapassa R$ 23 bilhões. Projetos destacados incluem modelos de linguagem em português para uso médico, robôs autônomos para inspeção de energia, soluções industriais de IA generativa e plataformas educacionais personalizadas. O plano também propõe uma futura regulamentação da ferramenta. Será criado Centro Nacional de Transparência Algorítmica e IA Confiável, responsável por "garantir que critérios dos sistemas de IA sejam claros e não ampliem desigualdades". O post Governo vai usar inteligência artificial para tratar dados apareceu primeiro em Revista Oeste .