Por Vítor Ventura Com a chegada do período chuvoso na capital, a semana foi marcada por pancadas isoladas e fortes rajadas de vento que causaram estragos em algumas regiões do Distrito Federal. As principais ocorrências são as quedas de galhos ou das próprias árvores. Na Asa Norte, por exemplo, uma árvore de grande porte caiu e atingiu alguns carros estacionados na tarde desta quarta-feira (15). Apesar do susto, a queda causou apenas prejuízos materiais. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a árvore caiu sobre quatro carros estacionados em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) II, causando danos consideráveis aos veículos. Nenhum pedestre ou passageiro estava próximo ao local no momento do acidente. Outra ocorrência parecida aconteceu na madrugada da terça-feira (14), em uma quadra do Setor Leste do Gama. Uma árvore, também de grande porte, caiu sobre fiações e obstruiu a entrada e saída de algumas casas. Ela foi arrancada pela raiz por conta ventos fortes. Novamente não houve pessoas feridas pela queda, e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) mobilizou uma equipe para fazer a retirada da árvore caída. O CBMDF reforçou a importância de evitar estacionar veículos ou permanecer próximo a árvores durante períodos de chuva e ventos intensos. De acordo com Tiago Alencar, assessor da Diretoria das Cidades da Novacap, a demanda por pedidos de poda cresce bastante nessa época do ano. “O período das chuvas é o mais comum para acontecer as quedas de árvores”, destacou. Ele também reforçou que a Novacap não trabalha com um cronograma fixo de podas, mas que os cidadãos podem e devem acionar a companhia caso necessário. “Nós pedimos para a população entrar em contato com a Novacap através do portal do cidadão ou, se preferir, ir pessoalmente até a administração regional da sua cidade”, completou Tiago. A Novacap informou ao Jornal de Brasília que de janeiro a junho de 2025 já realizou 82.892 intervenções arbóreas em todo o DF, um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2024. A companhia também destacou que durante o período chuvoso, as medidas preventivas são mantidas e o horário de atendimento é ampliado com equipes de plantão das 7h às 19h, de segunda a domingo, podendo o horário ser estendido, em caso de necessidade, até as 22h. Segundo a Novacap, cortes e podas em áreas públicas são gratuitos. Esse serviço é feito em duas etapas: na primeira uma equipe realiza o corte e poda das árvores e na segunda uma equipe em um outro momento passa recolhendo o material. Por fim, a companhia afirmou que segue as normas técnicas vigentes e realiza o manejo de forma criteriosa, sempre após vistoria presencial de engenheiros ou técnicos florestais. O objetivo é garantir a diminuição dos riscos à população, especialmente em períodos de ventos fortes e chuvas mais intensas, preservando ao mesmo tempo a saúde e o equilíbrio das árvores. A Neoenergia também apresentou um plano de contingência para enfrentar as ocorrências típicas do período chuvoso, como quedas de energia por queda de galhos em fiações. A estratégia inclui o reforço na operação de rua, aumento de equipes técnicas e ampliação dos canais de atendimento à população. Segundo a empresa, o número de profissionais nas ruas e no Centro de Operações Integradas (COI), que monitora o sistema elétrico 24 horas por dia, poderá ser triplicado em caso de necessidade. Outros riscos Outras situações as quais as pessoas precisam ficar atentas durante o período chuvoso são os alagamentos. O Corpo de Bombeiros alerta que as medidas de prevenção nesses casos são evitar contato com as águas das enchentes, não transitar, de carro ou a pé, por caminhos inundados e, se precisar retirar algo de sua casa, pedir ajuda para a Defesa Civil (telefone 199) e ao CBMDF (telefone 190). No início do mês de outubro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em parceria com a Defesa Civil do DF, acompanhou vistorias preventivas em áreas que normalmente registram acidentes por conta das chuvas, como alagamentos e erosões. Foram feitas visitas em regiões de Vicente Pires, Sol Nascente, Arniqueira, Águas Claras, Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante. Segundo a 6ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do MPDFT, entre os principais fatores que agravam os riscos estão as ocupações irregulares, o crescimento urbano desordenado, a falta de drenagem adequada e o descarte inadequado de resíduos em rios e encostas. As medidas preventivas incluem obras de engenharia, como construção de galerias de drenagem, bacias de retenção e contenções de encostas, priorizando métodos menos impactantes para minimizar transtornos urbanos. Em paralelo, ações educativas envolvem os moradores em mutirões de limpeza, oficinas e campanhas de conscientização. Materiais informativos, como panfletos e placas, auxiliam na identificação de sinais de instabilidade do solo e orientam sobre os canais de denúncia disponíveis.