Exposição sobre Vinicius de Moraes chega ao MAR

O quadro “Retrato de Vinicius de Moraes” (1938), de Cândido Portinari, recebe o público na entrada da exposição “Vinicius de Moraes — Por toda a minha vida”. A inauguração do evento será neste sábado, 18, no Museu de Arte do Rio (MAR) . Exposta pela primeira vez na capital fluminense, na véspera dos 112 anos de nascimento do poeta e compositor, a pintura abre o percurso que mergulha na vida e na obra de um dos maiores nomes da cultura brasileira. “Ele era fascinado por esse quadro. Sempre que se separava de uma mulher, levava só duas coisas: o retrato e a escova de dentes”, relembra o jornalista José Castello, conforme reportagem de O Globo . Castello é o autor da biografia Vinicius de Moraes: o poeta da paixão (1994). O escritor admite não se recordar do número exato de casamentos do artista (foram nove). Exposição tem manuscritos, fotos e instrumentos Depois de passar pelo Farol Santander de São Paulo, em 2022, e por Porto Alegre, em 2024, a mostra chega ao Rio com mais de 300 peças. Inclui raridades como os manuscritos do poema Soneto de fidelidade e das letras de clássicos como Garota de Ipanema (1963) e Chega de saudade (1959) - composições em parceria com Tom Jobim. Além disso, tem Tarde em Itapuã (1977), ao lado de Toquinho. O público também poderá ver o jornal O Mexerico , criação de Vinicius quando tinha 8 anos. Há documentos originais, fotografias ao lado de Chico Buarque e Maria Bethânia, e ainda um piano e um violão que pertenceram ao artista. Leia também: “Imagem da Semana: Expresso Oriente” , artigo de Daniela Giorno publicado na Edição 291 da Revista Oeste Dividida em cinco núcleos, a exposição percorre diferentes fases e facetas do homenageado — do diplomata ao poeta, do boêmio ao compositor consagrado. “Essa exposição no Rio tem um sentido especial porque Vinicius de Moraes é um personagem carioca na sua essência”, diz Helena Severo, ex-secretária municipal de Cultura do Rio e uma das curadoras da mostra, ao lado do poeta Eucanaã Ferraz. Ela acrescenta que Vinicius pertence a uma geração que produziu grandes transformações na cultura brasileira — muitas delas tendo o Rio como epicentro. “Foi nesse período que surgiram a bossa nova, o Cinema Novo, a poesia concreta, o teatro de vanguarda, e de tudo isso Vinicius participou, sempre com um espírito libertário”. ‘Orfeu da Conceição’ e a parceria com Tom Jobim Entre os destaques do percurso está o espetáculo “Orfeu da Conceição” (1956), que marcou o início da parceria histórica entre Vinicius e Tom Jobim. Uma sala inteira é dedicada à obra, com cartazes de divulgação assinados por Djanira, Carlos Scliar e Luiz Ventura, croquis de figurinos, um desenho de Oscar Niemeyer para o cenário e fotografias de cena da “tragédia carioca”, apresentada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O espaço também exibe cartazes e trechos do filme “Orfeu negro” (1959), dirigido pelo francês Marcel Camus, adaptação da peça que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, consagrando internacionalmente a criação de Vinicius. + Leia mais notícias de Cultura na Oeste O post Exposição sobre Vinicius de Moraes chega ao MAR apareceu primeiro em Revista Oeste .