Lula vai a reunião sobre política mineral e mostra suas meias coloridas a jornalistas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (16) que “possivelmente” será candidato à Presidência da República no ano que vem, durante um discurso com tom de autocrítica sobre a atuação da esquerda e a necessidade de reconectar o discurso progressista à realidade das pessoas. O discurso ocorreu durante congresso do Partido Comunista do Brasil (PC do B), em Brasília. "Eu possivelmente, possivelmente serei candidato a presidente outra vez, se eu estiver com saúde. Mas eu vou ser candidato para quê? PAra continuar falando de Bolsa Familia, de Luz para Todos, de água para todos. É preciso pensar um pais maior, mas um país que o povo seja capaz de compreender que país a gente está propondo para ele. Não pode ser um país que o povo não queira conhecer e não queira construir. Tem que ser um país em que as pessoas acreditem que é possivel ser construído", afirmou Lula Mais adiante, no mesmo discurso, Lula voltou ao tema eleitoral: "Eu me questiono todo dia para que eu tenho que ser candidato outra vez. Eu tenho 80 anos, mas voces pensam que eu tenho 30. Mas eu fico pensando para quê? Qual é o projeto que vamos apresentar neste país?", completou. Lula usou grande parte do discurso para fazer uma crítica aos partidos e movimentos de esquerda. Segundo o presidente, essas instituições não estão conseguindo dialogar com a sociedade, o que criou espaço para a extrema direita. “Muitas vezes, acho que o nosso discurso está muito distante do nível de compreensão das pessoas que querem nos escutar. Precisamos aprender a falar de um jeito que elas entendam o que estamos dizendo, o que queremos dizer”, afirmou. Lula argumentou que a extrema direita tem crescido porque a democracia “deixou de cumprir o que prometeu”. “Todo mundo sabe que a democracia foi derrotada. E por que foi derrotada? Porque deixou de cumprir o que prometeu. Não há democracia sem comida na mesa, sem salário, sem universidade, sem direitos humanos, sem participação das mulheres, sem combate ao preconceito racial”, afirmou o presidente. Redes sociais e ativismo Ele também voltou a criticar a atuação da esquerda nas redes sociais e disse que o campo progressista demorou para compreender o poder de mobilização da internet. “A surra que nós tomamos nas redes digitais, desde que elas foram criadas, foi grande. A direita tomou conta da internet, e nós levamos muito tempo para descobrir isso. Eu não falo ‘rede social’, falo ‘rede digital’, porque de social tem muito pouco. O que há é pedofilia, ofensa, preconceito, agressão, desrespeito a mulheres que lutam e a pessoas progressistas”, declarou. Lula encerrou dizendo que a esquerda precisa recuperar o diálogo com a população e abandonar disputas internas. “Tem que ser uma prática cotidiana, não pode ser de vez em quando. Tem que ser todo santo dia — senão, a gente vai perder. Cada um cuida do seu mandato, da sua reeleição. É preciso mudar isso.” Ele também abordou a dificuldade eleitoral de esquerda junto a setores evangélicos. "Evangélico nao é contra nós, nada. Nós é que não sabemos conversar com eles", completou.