Apple prepara MacBook Pro de alto desempenho com tela sensível ao toque e design com furo na tela para a câmera

A Apple está se preparando para finalmente lançar uma versão com tela sensível ao toque do Mac, revertendo uma postura que remonta ao cofundador Steve Jobs. De acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, a empresa está desenvolvendo um MacBook Pro reformulado com tela touch, previsto para ser lançado no final de 2026 ou início de 2027. Os novos modelos, com os codinomes K114 e K116, terão molduras mais finas e leves e rodarão com a nova linha de chips M6. Computador: Apple lança MacBook Pro com chip de IA a partir de R$ 20 mil no Brasil. Veja as novidades iPhone Air: Apple mira em novo segmento do mercado com modelo ultrafino Com essa mudança, a Apple segue o caminho do restante da indústria de computadores, que adotou notebooks com telas sensíveis ao toque há mais de uma década. A empresa levou anos para definir sua abordagem, com o objetivo de melhorar os designs já existentes. A Bloomberg News foi a primeira a divulgar, em janeiro de 2023, que a Apple estava trabalhando em um MacBook Pro com tela sensível ao toque. Entenda: Apple inicia venda no Brasil de relógio com foco em saúde e fone que traduz em tempo real Os novos laptops terão telas com tecnologia OLED, o mesmo padrão usado em iPhones e iPad Pros, segundo as fontes, que pediram anonimato por não estarem autorizadas a discutir produtos ainda não anunciados. Será a primeira vez que a Apple utilizará essa tecnologia premium e ultrafina em um Mac. Um porta-voz da Apple, sediada em Cupertino, Califórnia, se recusou a comentar. Ontem, as ações da Apple reduziram as perdas, após a Bloomberg noticiar os planos. O papel recuava 1,2%, a US$ 246,32, às 14h49 em Nova York. Design renovado e sem “notch” O MacBook Pro com tela sensível ao toque manterá um trackpad e teclado completos, seguindo o modelo de fabricantes como Dell Technologies, Acer, Lenovo e Microsoft. Isso significa que o usuário não precisará depender da tela touch, caso não queira. Na nova versão do MacBook Pro, a Apple planeja eliminar o “notch” — o recorte no topo da tela que abriga a câmera — e adotar um design com furo (“hole-punch”), que permite exibir imagens em volta do sensor. O conceito é semelhante ao da Dynamic Island do iPhone. Galerias Relacionadas A empresa também desenvolveu dobradiças e um sistema de tela reforçado para evitar que o display se mova ou vibre quando tocado, um problema comum em notebooks touch de outras marcas. Preço mais alto e foco no segmento premium Por conta dos componentes mais caros, os novos modelos de 14 e 16 polegadas devem custar mais do que as versões atuais. Hoje, os modelos sem tela sensível ao toque, com chips de alto desempenho, custam a partir de US$ 1.999 (14") e US$ 2.499 (16") nos EUA. O design atual do MacBook Pro foi lançado em 2021, embora a Apple tenha anunciado na quarta-feira a versão básica de 14 polegadas com o novo chip M5. Segundo informações da Bloomberg News, a empresa planeja versões M5 Pro e M5 Max para o início de 2026, mantendo o visual atual. Por enquanto, a Apple não está desenvolvendo outros Macs com tela sensível ao toque. A estratégia é observar como o mercado reagirá ao novo modelo antes de expandir o recurso — um movimento típico da empresa, que costuma estrear novas tecnologias em produtos de ponta antes de levá-las para versões mais acessíveis. De resistência à integração com o toque Durante anos, a Apple se opôs à ideia de incluir telas sensíveis ao toque em seus Macs, alegando que esse tipo de interação não era ergonômica e que dificultava a usabilidade. A empresa defendia que os consumidores interessados em interfaces táteis deveriam adquirir iPads. Steve Jobs, então CEO da Apple, afirmou em 2010 que “superfícies de toque não querem ser verticais”, indicando que o recurso não fazia sentido em telas de computadores. Seu sucessor, Tim Cook, chegou a comparar a fusão de um tablet com um notebook a “misturar uma torradeira com uma geladeira”. Em 2016, a Apple tentou um meio-termo com a "touch bar", uma faixa sensível ao toque acima do teclado nos Macs que substituía as teclas de função e oferecia atalhos interativos conforme o aplicativo em uso. O recurso, porém, não agradou ao público e foi abandonado nas versões mais recentes. Mudança estratégica e integração com o iPad Havia preocupações internas de que os Macs com tela sensível ao toque pudessem prejudicar as vendas do iPad, mas o crescimento do mercado de tablets já desacelerou nos últimos anos. Enquanto isso, as telas touch se tornaram recurso indispensável em laptops modernos. A Apple também vem aproximando o ecossistema do Mac e do iPad, unificando interfaces, chips e aplicativos. O lançamento do Magic Keyboard (teclado) para iPad, em 2020, demonstrou o interesse dos consumidores em combinar teclado, trackpad e toque na tela. O acessório se tornou parte essencial do iPad Pro, permitindo alternar entre o controle tradicional e o toque com facilidade. Com a chegada da tela sensível ao toque ao MacBook Pro, a Apple pode atrair usuários para modelos mais caros ou convencer consumidores de Windows a migrar para o macOS, o sistema operacional do notebook, ampliando sua base e receitas. Outros Macs em desenvolvimento Além do novo MacBook Pro, a Apple trabalha em novos MacBook Air com o chip M5, com os codinomes J813 e J815, previstos para o lançamento na primavera de 2026. A empresa também prepara novas versões do Mac Studio, do Mac mini e dois monitores externos, chamados internamente de J427 e J527. A Apple também estuda uma mudança importante: substituir o sensor de impressão digital Touch ID pelo reconhecimento facial Face ID, embora essa atualização ainda esteja a alguns anos de distância.