Ainda que o glamour e o poder financeiro acompanhem, a rotina de um atleta da NBA, repleta de viagens em curto período de tempo é desgastante. Principalmente para quem jogou 20 anos na liga, como o ex-ala-pivô Udonis Haslem. Hoje vice-presidente de desenvolvimento de jogadores do Miami Heat e comentarista da NBA no Prime Video, o ex-jogador foi sincero ao falar sobre o novo estilo de vida e a distância das quadras: — Não sinto falta nenhuma. Não sinto falta de pousar em cidades às 3 da manhã e ter que acordar às 10, com o corpo dormindo e a mente acordada. Não sinto falta disso. Mas tenho essa chance de ser o vice-presidente de desenvolvimento de jogadores do Miami Heat. Ainda vou aos treinos, treino com os caras, tento me manter conectado com o vestiário e com Spo (Erik Spoelstra, técnico). Ainda tenho influência e impacto sobre as gerações mais jovens. Esse é meu objetivo — disse ele, ao GLOBO, em evento de lançamento da temporada da NBA do Prime Video, em Culver City, na última terça-feira. Initial plugin text Aposentado em 2023, aos 43 anos, Haslem colecionou três títulos da NBA e teve a camisa 40 aposentada pela franquia. Ele entrou no top 10 de carreiras mais longevas da liga. Animado com a nova temporada e com o novo papel no entretenimento, ele aponta uma das principais mudanças que vê no cenário tático da liga: a queda do um contra um. — A bola se movimenta mais rápido que os jogadores. O movimento dela, o ritmo de jogo e o espaçamento da quadra têm sido enfatizados. Se você pode explorar um duelo individual, tudo bem, mas acho que essa é a última opção comparando com quando eu cheguei na liga. O um contra um, naquela época (início dos anos 2000) era a primeira opção. Agora, é a última. Os times querem ritmo, espaço, criar duelos desfavoráveis. Se não conseguem, aí recorrem ao trabalho dos pontuadores — diz Haslem, que aposta num próximo MVP europeu, seguindo a sequência não americana. *O repórter viajou a convite do Prime Video.