Eu testei o Gemini no lugar do Chrome - e isso é o que achei

Trocar o navegador por uma inteligência artificial não parecia uma ideia muito lógica no começo. Afinal, o Chrome sempre foi meu ponto de partida para qualquer pesquisa, de uma forma que até chega a ser intuitiva. Substituir essa rotina por um chatbot parecia estranho. Contudo, o Gemini Google, assistente de IA do Google, promete justamente isso: mudar o jeito como buscamos informações, dispensando as abas e os links intermináveis que os navegadores entregam. Os resultados são filtrados e entregues na palma da mão. Assim, a proposta do teste foi clara: em vez de abrir o Chrome e digitar termos no campo de busca, a ideia era conversar com o Gemini com o intuito de receber respostas prontas em alguns segundos. Isso porque a ferramenta é capaz de reunir dados, gerar textos, exibir imagens e até abrir páginas da web dentro do próprio ambiente, sem precisar sair do app. Com tantas promessas, fiquei curiosa para saber se a assistente do Google realmente poderia substituir o navegador que uso todos os dias. Então, por um período, decidi testar o Gemini no lugar do Chrome e ver até onde essa troca faz sentido. Nas linhas a seguir, confira o resultado da experiência. Perplexity vs Gemini: qual chatbot é melhor? Compare as duas IAs Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews Grupo do TechTudo no Telegram: receba ofertas e cupons de desconto todos os dias O Gemini pode substituir o Chrome no dia a dia? Testei a ferramenta por um período e conto, a seguir, as minhas percepções Laura Storino/TechTudo Inteligência artificial é perigosa? Saiba Mais no Fórum do TechTudo Diferenças entre Gemini e Chrome Enquanto o Chrome disponibiliza links como resultado das buscas, o Gemini apresenta respostas precisas Laura Storino/TechTudo O Chrome é um navegador tradicional e muitas pessoas já estão acostumadas a utilizá-lo há anos. Ele serve como uma “porta de entrada” para a web, abrindo sites, exibindo resultados de pesquisa do Google e permitindo que as páginas sejam exploradas por conta do usuário, visto que é possível abrir qualquer link durante a navegação, comandando a experiência. Por sua vez, o Gemini é um assistente de IA (inteligência artificial) que funciona de forma conversacional, focando em fornecer aos usuários respostas pontuais. Em vez de mostrar listas de links a cada busca, como o Chrome, ele interpreta as perguntas e entrega um resumo direto, muitas vezes acompanhado de fontes. Enquanto o Chrome é apenas o meio para acessar a informação, o Gemini atua como um “intermediário” - ele entende o contexto das perguntas, cria textos e ajuda a resolver problemas do dia a dia, entre outras diversas possibilidades que podem ser exploradas na ferramenta. Além disso, o layout também é completamente diferente. O Chrome pode abrir várias abas, enquanto o Gemini é mais limpo e centrado no diálogo. Em vez de navegar entre diferentes páginas, o usuário fica em uma única janela de conversa que reúne respostas, imagens, links, tudo em um mesmo lugar. Você pode ser redirecionado para sites ao clicar em um link no Gemini, mas tudo acontece dentro do próprio aplicativo, por meio de um esquema que abre conteúdos da web no app, sem precisar sair dali. Ou seja, o uso do Gemini é centralizado, o que torna a experiência mais guiada: é ele quem decide o que mostrar. Pontos positivos Além de disponibilizar respostas "certeiras", Gemini permite que usuários acessem links dentro do próprio app Reprodução/Mariana Tralback Eu, particularmente, não sou uma pessoa viciada em inteligência artificial. Por isso, nunca havia considerado usar uma IA no lugar de um navegador convencional, até começar a fazer esse teste. Eu gostei de descobrir essa forma de fazer pesquisas, com a sensação de que a informação chega “filtrada” às minhas mãos. Achei interessante a praticidade que o Gemini proporciona quando preciso confirmar informações - tudo fica resumido ali e eu consigo sanar a dúvida em poucos minutos. Além das perguntas e respostas, gostei de ter links na palma da mão, de forma precisa. Dei o comado “Quero acessar o portal TechTudo” e recebi o endereço sem mais delongas, podendo acessá-lo dentro do próprio Gemini, de forma centralizada. Outro ponto que me chamou atenção é a integração do Gemini com outros serviços do Google, como Gmail, Google Maps, YouTube e Google Agenda. Para isso, basta conectar o Google Workspace à IA. Assim, você pode solicitar que a plataforma marque um compromisso na sua agenda, por exemplo, o que não seria possível em um navegador tradicional. Pontos negativos O que considero um aspecto interessante também pode ser um ponto negativo do Gemini: o usuário perde o acesso à lista de links que o navegador entrega. Ele ainda não substitui completamente a experiência de abrir sites, comparar resultados e explorar páginas visualmente. No Chrome , ao fazer uma pesquisa, você pode navegar por várias sugestões de resultados, até achar aquela que seja mais satisfatória. O Gemini trabalha de uma forma guiada, entregando a informação para o usuário sem que ele precise continuar fazendo as buscas – no dia a dia, isso pode se tornar uma limitação. Vale destacar, ainda, que o foco do Gemini é na resposta, não na fonte. Assim, pode fazer falta para o usuário ver de onde aqueles dados saíram (a IA mostra a origem das informações, mas nem sempre). É importante falar, também dos riscos de alucinação da IA, já que os modelos muitas vezes podem gerar respostas incorretas, mesmo que pareçam verdadeiras. No navegador, por sua vez, você consegue visualizar o conteúdo original e analisar a credibilidade da fonte. Também me chamou atenção a “demora” da IA para gerar respostas – nada que atrapalhe muito, mas para quem tem o costume de receber retornos instantâneos, isso pode se tornar um pouco irritante. Realizei o teste com dois tipos de conexão (Wi-Fi e dados móveis) para ter certeza de que o problema não era a minha internet. Ela geralmente leva alguns segundos para dar uma devolutiva, mesmo em comandos simples, como apresentar o link de algum site. Apesar das vantagens, Gemini é mais limitado e ainda apresenta erros Reprodução/Mariana Tralback Ademais, ao dar comandos para encontrar sites, ainda percebi outra falha: alguns endereços aparecem como “link suspeito removido” - o que não faz sentido, já que eu estava fazendo testes para encontrar o G1, que é completamente seguro. Desse modo, acredito que a inteligência artificial tem pontos a melhorar com relação às buscas por endereços. Vale a pena usar o Gemini no lugar do Chrome? Gemini Reprodução/Yuki Iwamura/Bloomberg Eu achei interessante usar o Gemini no lugar do Chrome , mas somente para experimentação. Meu apego por costumes – como o de usar um navegador tradicional – me impedirá, ao menos por enquanto, de seguir com a troca. Contudo, essa é uma perspectiva totalmente pessoal. Acredito que vale a pena usar a assistente do Google para buscas rápidas, dúvidas pontuais ou tarefas do dia a dia, tendo as respostas e orientações de forma prática, sem a necessidade de recorrer a uma infinidade de links e leituras. É como ter um filtro inteligente sempre à palma da mão. Para quem deseja uma navegação completa, cheia de abas e com consultas em diferentes sites, o Chrome ainda pode fazer mais sentido, já que é mais completo, flexível e confiável, já que você mesmo pode analisar a credibilidade da fonte. Em suma, eu diria que o Gemini é interessante como complemento, sendo ideal para aqueles momentos em que você deseja um retorno rápido. O Chrome, por sua vez, é o canal de acesso para informações mais completas. Ao final do teste, devo assumir que voltei a usar o Chrome normalmente – mas talvez um dia eu ainda migre para a IA, dependendo da evolução da ferramenta. Veja também: Fim dos provadores de roupas? Gemini apresenta recurso inédito! 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