Entenda como vai funcionar sistema digital que substituirá tíquetes de papel na cobrança de estacionamento nas ruas do Rio

Os tíquetes de papel usados na pagamento de estacionamentos rotativos nas vias públicas do Rio podem estar com os dias contados. O projeto de lei que cria a cobrança digital dessas vagas nas ruas da cidade foi aprovado, por unanimidade, pela Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira (16). A proposta visa a combater a atuação de falsos guardadores de carros e cobranças indevidas. Outro propósito é garantir a transparência da arrecadação e a destinação dos recursos para mobilidade urbana e segurança viária. Agora, o projeto segue para análise do prefeito Eduardo Paes, que tem 15 dias úteis para sancionar ou vetar. Veja abaixo o que determina o texto. Cedae x Águas do Rio: o erro que pode custar R$ 900 milhões ao Estado do Rio e pelo qual ninguém assume a responsabilidade Motoboys em pauta: prefeitura lança regras para transporte e entregas por motocicletas que prevê descredenciamento por conduta indevida — A população não aguenta mais ser extorquida pelos falsos flanelinhas, bandidos que ameaçam danificar os veículos se o motorista se recusar a pagar o valor estipulado por eles. Ganha o cidadão, que se livra da extorsão. Ganham os cofres públicos, que vão arrecadar. E ganham os bons guardadores, que vão ganhar trabalho formal, serão contratados pela empresa que for administrar o sistema — destaca o autor da proposta, o vereador Marcelo Diniz (PSD). Cerco contra flanelinhas sem autorização O texto proíbe, em todo o território do município do Rio de Janeiro a cobrança, exigência, intermediação ou recebimento de qualquer valor pelo uso de vagas de estacionamento rotativo em vias públicas por pessoa física ou jurídica não autorizada pelo poder público. Caberá à Guarda Municipal a fiscalização e repressão de práticas ilícitas de guardadores irregulares. Vagas devidamente sinalizadas A proposta institui o que chama de Área Azul Digital, conjunto de vagas de estacionamento rotativo tarifado, delimitadas por sinalização especifica, cujo uso é condicionado ao pagamento de tarifa e monitorado por sistema digital integrado. Entende-se por vaga de estacionamento rotativa aquela que é sujeita a tempo máximo de permanência. Meios de pagamento De acordo com o projeto, o sistema de Área Azul Digital poderá ser operado diretamente pelo Município, por meio de órgão ou entidade competente; ou mediante concessão, permissão ou parceria público-privada. A operação deverá assegurar meios múltiplos e acessíveis de pagamento, incluindo aplicativo oficial, PIX, cartões de débito e crédito, parquímetros eletrônicos, pontos de venda autorizados e guardadores de veículos devidamente credenciados. Leitura automática de placas A ideia é que o controle eletrônico seja feito por meio de utilização de equipamentos ou softwares para registro e acompanhamento da ocupação das vagas, inclusive por leitura automática de placas ou tecnologia equivalente. Atribuições do fiscal O controle da ocupação dessas vagas será feito por um fiscal, que, de acordo com o texto, será um profissional autorizado pela operadora do sistema (ente público ou privado responsável pela gestão, manutenção, fiscalização e arrecadação do sistema) ou pelo Poder Público, responsável pela verificação da ocupação das vagas e do respectivo pagamento, sem atribuição de autuar infrações de trânsito. Capacitação do guardador autorizado A implantação do sistema poderá ocorrer de forma gradativa, por regiões ou bairros. Além de coibir a cobrança irregular e práticas abusivas relacionadas ao estacionamento em vias públicas, o projeto se propõe a aproveitar prioritariamente os atuais guardadores formalizados e capacitá-los. O ofício de guardador de veículos é autorizado pela Lei Nº 88, de 23 de dezembro de 1979, e pelo Decreto Nº 79.797, de 8 de junho de 1997. É considerado em situação regular o profissional credenciado pelo poder público ou pela futura operadora do sistema, com a função de intermediar a utilização das vagas e atuar com a venda de créditos eletrônicos da Área Azul Digital, em substituição à comercialização de tíquetes de papel. Fundo Municipal da Área Azul Digital O projeto cria o Fundo Municipal da Área Azul Digital (FMAAD), vinculado à Secretaria Municipal de Transporte, destinado a receber e administrar os recursos provenientes da exploração do sistema. Os fundos arrecadados deverão ser aplicados, por exemplo, em manutenção, modernização e expansão do próprio sistema e campanhas educativas de trânsito e uso adequado do espaço público. O projeto aprovado, de autoria do vereador Marcelo Diniz (PSD) e outros 15 parlamentares, é um substitutivo à proposta original, cujo autor também é Diniz. Segundo Diniz, no substitutivo foram feitas adaptações técnicas para que a proposta seja considerada constitucional. O novo texto determina que a fiscalização seja feita pela Guarda Municipal. Um dos parágrafos estabelece também que a prefeitura e a empresa vencedora da licitação para operar o sistema dê preferência aos guardadores registrados no sindicato da categoria. O projeto original seria votado na terça-feira (14), mas, após apresentação de substitutivo, precisou sair da pauta para passar pelas Comissões da Casa, antes de voltar ao plenário nesta quinta-feira. A proposta também ganhou duas emendas de autoria das Comissões.