Execução pública no Afeganistão: Talibã permite que parente mate assassino de mulher grávida em estádio lotado

Um homem acusado de assassinar um casal foi executado publicamente no Afeganistão, nesta quarta-feira, diante de milhares de pessoas em um estádio esportivo na cidade de Qala-i-Naw, capital da província de Badghis. A execução foi realizada por um parente das vítimas, sob o sistema de punição retaliatória adotado pelo Talibã, conhecido como qisas — princípio da lei islâmica que permite à família da vítima exigir a morte do assassino. Golpe milionário: casal britânico engana aposentados e desvia mais de R$ 200 milhões em esquema de investimentos 'E se alguém tivesse que votar por você?': o desafio dos cegos com o voto impresso na Argentina; entenda Segundo comunicado da Suprema Corte do Talibã, o homem foi condenado por matar um homem e sua esposa grávida de oito meses. A sentença foi revisada por três tribunais e recebeu a aprovação final do líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada. De acordo com testemunhas, o condenado foi baleado três vezes por um parente das vítimas, em meio a uma multidão que lotou o estádio. — Muitas pessoas vieram assistir à execução, incluindo a família das vítimas, que exerceu seu direito de acordo com a lei islâmica — relatou Juma Khan, 36 anos, à agência AFP. As autoridades locais afirmaram que avisos oficiais foram amplamente divulgados convidando a população a comparecer. “As famílias das vítimas receberam anistia e paz, mas recusaram”, afirmou o comunicado da Suprema Corte. Essa foi a 11ª execução pública no país desde que o Talibã voltou ao poder em 2021, após a retirada das tropas dos Estados Unidos. A última ocorreu em abril, quando quatro homens foram executados em três províncias no mesmo dia. As execuções públicas, comuns durante o primeiro regime talibã (1996–2001), voltaram a ser realizadas em estádios esportivos e praças desde a retomada do poder. Além da pena de morte, o grupo impõe castigos corporais severos, como açoites e amputações, para crimes como roubo, adultério e consumo de álcool. Organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas e a Anistia Internacional, condenaram as execuções públicas e o uso de punições físicas, classificando-as como violações graves dos direitos humanos.