Criança é encontrada morta no quintal de casa; padrasto e mãe foram presos O padrasto que confessou ter matado a enteada, de cinco anos, e enterrado o corpo no quintal de casa, em Itapetininga (SP), já tem passagens policiais por crimes graves, incluindo estupro, roubo e ameaça. A mãe da criança confessou participação no crime e também está presa. O corpo da menina, Maria Clara Aguirre Lisboa, estava enterrado em uma cova rasa e concretada no fundo da casa onde eles viviam. Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Conforme apuração do g1, entre as ocorrências registradas na ficha de Ribeiro Machado, de 23 anos, consta uma denúncia de ameaça e vias de fato, registrada em janeiro de 2025, cuja vítima era a própria Maria Clara Aguirre Lisboa. O caso foi enquadrado na Lei Maria da Penha por se tratar de violência doméstica. Além desse registro, o homem responde por porte de arma, também em janeiro de 2025; roubo qualificado, em março de 2025; estupro, em agosto de 2022; e roubo, em setembro de 2019. Padrasto que confessou ter matado menina no interior de SP tem passagens por estupro, roubo e violência doméstica Reprodução O Conselho Tutelar informou que Maria Clara Aguirre Lisboa estava sob os cuidados da mãe, Luiza Aguirre Barbosa Da Silva, de 25 anos, e que já haviam sido aplicadas medidas protetivas para orientar e acompanhar a família. O órgão não detalhou quais medidas seriam essas. O Conselho Tutelar ressaltou que não tem poder para retirar a guarda de uma criança, cabendo essa decisão à Justiça. Segundo o órgão, foram feitas diversas tentativas de contato com a mãe por telefone e em visitas aos endereços cadastrados, mas todas sem sucesso. "O boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia em que o órgão recebeu denúncia sobre a possível morte da criança, em 8 de outubro", disse em comunicado divulgado na quarta-feira (15). Confira a cronologia do caso: Veja cronologia do caso da menina morta pela mãe e padrasto em Itapetininga (SP) Arte/g1 De acordo com a perícia, o corpo de Maria Clara, encontrado em 14 de outubro, estava enterrado havia cerca de 20 dias, ou seja, no fim de setembro. A investigação aponta que o casal ocultou o corpo dois dias após o crime. No início de outubro, a avó paterna de Maria Clara procurou o Conselho Tutelar para denunciar o desaparecimento da neta. Segundo o órgão, a equipe já acompanhava o caso da mãe desde um episódio de ameaça feita pelo padrasto meses antes. Conforme o boletim de ocorrência registrado pelo Conselho Tutelar, não havia contato com a mãe desde agosto. O órgão formalizou o desaparecimento da menina na Polícia Civil no dia 8 de outubro. Após denúncia e diligências, a Polícia Civil encontrou o corpo de Maria Clara em uma cova rasa, já em estado avançado de decomposição, no dia 14 de outubro. A menina apresentava sinais de lesões provocadas por instrumento contundente, possivelmente ferramenta. No mesmo dia, Luiza e Rodrigo foram localizados pela polícia e, durante o interrogatório, confessaram o crime. Segundo a polícia, eles admitiram ter matado a menina e concretado o corpo para esconder o crime. No dia 15 de outubro, foi divulgado um áudio que o padrasto enviou ao pai da criança, dizendo que a menina estava morta e que, com isso, acabaria o vínculo dele com a mãe da criança. Ainda na mensagem, o suspeito pede ao pai que pare de "encher o saco" dele e da mãe da criança. Ouça abaixo. De acordo com a avó da vítima, a gravação foi enviada duas semanas antes da descoberta do corpo. Ainda no dia 15, após audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva da mãe e do padrasto. Ela foi transferida para a cadeia de Votorantim (SP) e ele para Capão Bonito (SP). Os dois devem responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Segundo o delegado responsável pelo caso, Franco Augusto, a menina de cinco anos sofria agressões frequentes da mãe e do padrasto. Ainda conforme o delegado, o padrasto já tinha histórico criminal e torturava psicologicamente a criança e a mãe dela, utilizando a menina como forma de pressão, além de agredi-la fisicamente. Na tarde do dia 15, a menina foi sepultada. O corpo de Maria Clara foi encontrado em estado avançado de decomposição, o que impediu a realização de velório. O sepultamento ocorreu no Cemitério Colina da Paz, e somente familiares do pai biológico acompanharam. Sem velório, menina achada morta no quintal é enterrada em Itapetininga (SP) Reprodução/TV TEM Menina Maria Clara Aguirre Lisboa, de cinco anos, foi encontrada morta na tarde de terça-feira (14) Vanderleia Monteiro do Amaral/Arquivo pessoal Padrasto e mãe suspeitos de matar menina de cinco anos e enterrar corpo em quintal de casa, em Itapetininga (SP) Reprodução Mãe e padrasto confessam terem matado criança e concretado o corpo no quintal de casa em Itapetininga Polícia Civil/Divulgação Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região