O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender que pode enviar mísseis de cruzeiro Tomahawk para a Ucrânia, o que daria ao presidente Volodymyr Zelensky a capacidade de atacar a Rússia com munições precisas e capazes de grande destruição. Trump, que se encontrará com o Zelensky na Casa Branca nesta sexta-feira, disse que sabia que o líder ucraniano queria as armas. Com novos mísseis em mente: Zelensky parte para reunião decisiva na Casa Branca; Trump anuncia encontro com Putin 'Guerra contra os civis': Ucrânia denuncia ataque russo com quatro mortos, 600 drones e 12 horas de duração — Temos muitos Tomahawks — afirmou Trump em entrevista, na última terça-feira. Devido ao seu longo alcance, precisão e baixo custo em comparação aos aviões de guerra, os Tomahawks são vistos, há muito tempo, como uma arma essencial no arsenal do Pentágono. Os Estados Unidos, por exemplo, lançaram mais de 2.300 Tomahawks em combate ao longo de mais de quatro décadas. Initial plugin text As versões mais recentes custam cerca de US$ 2,5 milhões cada (quase R$ 8 milhões, na cotação atual. A geração mais nova de mísseis Tomahawk da Marinha americana também será capaz de atacar navios em movimento no mar. Até agora, esses mísseis seriam as armas de maior alcance fornecidas pelos EUA à Ucrânia durante a guerra. Conheça os mísseis Tomahawk Um míssil de cruzeiro é movido por um pequeno motor a jato e tem asas para produzir sustentação, permitindo que ele voe como um avião que se guia até um alvo. O Tomahawk é novo? Não. De acordo com o governo dos EUA, o desenvolvimento do Tomahawk começou no início da década de 1970. Os militares americanos os utilizaram pela primeira vez em combate durante a Guerra do Golfo Pérsico, em 1991, e, desde então, em dezenas de conflitos. Quão longe eles conseguem voar? Mais de 1.600 km. Qual é a distância entre Moscou e Kiev? Cerca de 800 km. Quais as vantagens do Tomahawk? Em modo de cruzeiro, eles podem voar baixo, o que os torna mais difíceis de serem detectados pelo radar. Eles também voam relativamente rápido: 880 km/h, ou aproximadamente 70% da velocidade do som. Como os mísseis são lançados? Como qualquer míssil de cruzeiro, o Tomahawk precisa de alguma assistência antes de começar a voar em direção a um alvo por conta própria. Os Tomahawks da Marinha dos EUA usam um motor de foguete, com combustível sólido, para impulsionar o míssil até cerca de 450 metros acima da superfície. O motor do foguete se afasta, as asas do míssil se abrem e a entrada de ar do motor a jato se abre, permitindo que o Tomahawk comece a voar como um avião. Como a Ucrânia poderia lançá-los? Em 2024, o Exército dos EUA implantou um novo lançador terrestre para Tomahawks e outros mísseis navais chamado Typhon, que é essencialmente um contêiner de transporte padrão que esconde quatro tubos de mísseis que giram para cima para disparar. O Exército testou pela, primeira vez, um Tomahawk com esse lançador em 2023. Entenda: O que significaria para a Ucrânia ceder o Donbass, como exige Putin? O Pentágono desenvolveu o Typhon com rapidez depois que o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário entre Rússia e Estados Unidos — que proibia mísseis de cruzeiro terrestres — entrou em colapso em 2019. O Exército americano enviou o Typhon, pela primeira vez, às Filipinas em 2024 como uma demonstração de força à China. Em julho do ano passado, os lançadores foram enviados para a Austrália para um exercício e, em setembro, para o Japão. Tropas ucranianas precisariam de muito treinamento para usá-los? Não tanto. No verão de 2022, o Exército ucraniano aprendeu rapidamente a usar outro sistema de lançamento móvel de fabricação americana, chamado HIMARS , que dispara foguetes guiados a um alcance de mais de 112 km, além de mísseis ATACMS a até 305 km. Embora o sistema Typhon seja diferente em alguns aspectos, ele também exige que os soldados insiram dados em um computador de controle de disparos antes do lançamento. Initial plugin text O Pentágono, provavelmente, também enviaria o equipamento necessário para compilar as informações de planejamento de voo que o míssil requer, ou teria de fornecer à Ucrânia pacotes de dados para alvos dentro da Rússia. O que os Tomahawks carregam? Normalmente, uma ogiva com o equivalente explosivo de cerca de 180 kg de TNT. Existem também versões do Tomahawk com armas de fragmentação, sendo que mais comum carrega 166 pequenas bombas. Esse tipo foi usado em dezembro de 2009, durante um ataque secreto e fracassado dos EUA a supostos campos de treinamento da Al-Qaeda no Iêmen. A outra variante, cuja existência segue sob sigilo, foi projetada para desativar temporariamente a rede elétrica de um adversário ao liberar pequenos invólucros de filamentos de fibra de carbono que cobrem linhas de transmissão e provocam curto-circuito em transformadores e outros equipamentos. De acordo com o "Congressional Research Service", uma variante armada com uma ogiva nuclear foi desativada em 2013. Como os Tomahawks encontram seus alvos? O Tomahawk foi projetado originalmente para usar dados inseridos em seu computador de orientação antes do lançamento — mapas de contorno do terreno para verificar sua localização, bem como fotos digitais do alvo. Versões posteriores incorporaram guia por GPS e antenas de rádio que permitem que os mísseis sejam redirecionados para um novo alvo após o lançamento. São armas manobráveis que podem mudar de curso para contornar obstáculos, como defesas aéreas inimigas, prédios ou montanhas, antes de alcançarem o alvo.