John Textor tem tentado se defender de todas as formas dos rescaldos da crise financeira e administrativa na Eagle Football Holdings (EFH) nos últimos meses, mas tem enfrentado dificuldades. Nesta sexta-feira, o empresário americano sofreu uma derrota preliminar no caso com a Iconic Sports, uma das acionistas da EFH, na justiça da Inglaterra. No pleito, a credora da Eagle pede o ressarcimento de 97 milhões de dólares (aproximadamente R$ 528 milhões). Numa das etapas do processo, que seguirá nas próximas semanas, John Textor pleiteou que a Justiça britânica desse ganho de causa a ele e encerrasse o caso por entender que a Iconic não teria direito ao ressarcimento exigido. A argumentação do americano, através de seus advogados, foi de que, como a empresa não conseguiu viabilizar a abertura de capital da EFH na Bolsa de Valores de Nova Iorque, eles não teriam direito de reaver o dinheiro que investiram — pelo contrato firmado entre as partes, caso o objetivo não fosse concretizado, Textor teria que recomprar as ações. No entanto, no entendimento preliminar da corte comercial britânica, a Iconic tem direito, sim, de pleitear o valor. Com isso, a ação continuará em julgamento. Entenda o caso Em 2022, Textor recebeu um investimento de US$ 75 milhões da Iconic, que passou a deter 15,7% das ações da Eagle. O acordo previa que a Iconic viabilizasse a abertura de capital da holding por meio de uma empresa de propósito específico (SPAC), mas o processo nunca avançou. Pelo contrato, caso a SPAC não fosse concretizada, Textor teria que recomprar as ações — e a Iconic teria o direito de assumir o controle da Eagle Football, adquirindo todas as ações do empresário. Foi com base nessa cláusula que, em junho deste ano, a Iconic exigiu a recompra das ações por US$ 94 milhões — o valor, que já incluía juros, foi atualizado e está na casa dos 97 milhões de dólares. Textor contestou e o litígio chegou ao tribunal inglês em julho. Durante o litígio, John Textor se comprometeu a não vender qualquer participação de clubes de futebol da Eagle Football Holdings. O empresário também concordou com a condição de não autorizar que qualquer empresa do grupo transfira ativos para ele mesmo ou para entidades que ele controle. O objetivo é impedir a movimentação de bens ou participação societária da Eagle durante o processo em andamento. Por outro lado, a Iconic Sports aceitou que não pode adotar medidas que resultem na remoção de Textor do controle da Eagle e também aceitou que não pode "veicular qualquer declaração ou representação que implique ou sugira ter adquirido ou assumido o controle do Grupo Eagle". Os compromissos assumidos pelas partes perante o tribunal são uma forma de preservar o status atual do Grupo Eagle até que sejam resolvidas disputas contratuais entre as partes.