Erika Schneider passou pelo procedimento de congelamento de óvulos, explicando como funciona todo o processo, desde o estímulo hormonal até a coleta e preservação das células reprodutivas. A influenciadora destacou os desafios, os efeitos colaterais e os benefícios da criopreservação para quem deseja adiar a gravidez. Em entrevista à revista Quem, Erika contou sobre a experiência após a aspiração de óvulos realizada na última terça-feira (14). “Comecei a tomar hormônios quando estava em Paris, na Semana da Moda. Não foi fácil. Eu tinha terminado o namoro e estava muito sensível. Chorei muito, porque também estava emocionalmente afetada pelo uso dos hormônios. O inchaço dura até 14 dias”, contou. Para Erika, o procedimento representa autonomia. “Congelar os óvulos dá mais liberdade para a mulher. Ela não precisa brigar contra o relógio, pode ter filhos quando quiser e se sentir pronta. Acho que esse procedimento deveria ser mais divulgado e se tornar mais acessível. Esse poder de escolha é um direito que toda mulher deveria ter”, acrescentou. Como funciona o congelamento de óvulos O congelamento de óvulos consiste na criopreservação dessas células em nitrogênio líquido a -196°C. Pode ser realizado por motivos médicos, como antes de tratamentos oncológicos, ou por questões pessoais, como carreira, falta de condições de ter filhos no momento ou ainda não ter encontrado o parceiro certo. Todo o processo leva cerca de três semanas. Antes da coleta, a mulher passa por exames para verificar a qualidade dos óvulos. Inicialmente, são usadas pílulas anticoncepcionais por uma a duas semanas para desativar temporariamente os hormônios naturais. Em seguida, aplicam-se injeções hormonais por cerca de 10 dias para estimular os ovários e amadurecer vários óvulos. Só então os óvulos são coletados, sob sedação, por meio de uma agulha guiada por ultrassom até os ovários, sendo congelados imediatamente após a aspiração. Efeitos colaterais e segurança Apesar de seguro, o procedimento pode causar efeitos temporários devido ao uso dos hormônios, como dor de cabeça, instabilidade emocional, inchaço, náusea e dor muscular, sintomas semelhantes aos da TPM. Todos geralmente desaparecem após o fim da estimulação hormonal e podem ser acompanhados com suporte médico. Por que considerar o congelamento de óvulos O congelamento de óvulos é indicado para mulheres que desejam adiar a gravidez, já que a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem com o tempo, aumentando o risco de erros genéticos e abortos espontâneos. No entanto, é importante destacar que o procedimento não garante gravidez futura. Alguns óvulos podem não sobreviver ao descongelamento, nem sempre a fertilização é bem-sucedida, e a idade da mulher continua influenciando o processo. Atualmente, taxas de descongelamento e fertilização de até 75% são esperadas em mulheres de até 38 anos. Embora não haja uma idade que contraindique o congelamento, o ideal é realizá-lo até os 35 anos, quando as chances de o óvulo gerar um bebê são maiores. Custos e planejamento O congelamento de óvulos envolve custos que variam entre clínicas e incluem medicações, procedimento, armazenamento e, futuramente, a fertilização in vitro. Um bom planejamento é essencial, incluindo a escolha de um especialista em reprodução humana e a definição do número de filhos desejados. Recomenda-se armazenar cerca de 10 óvulos por tentativa de gravidez. Mulheres com até 38 anos podem coletar de 10 a 20 óvulos por ciclo, garantindo maior segurança para futuras tentativas. O acompanhamento médico e o planejamento cuidadoso são fundamentais para que o procedimento seja realizado com segurança e sucesso, proporcionando autonomia e mais opções para a maternidade.