Brigitte Bardot voltou para casa nesta sexta-feira (17) após uma cirurgia realizada em um hospital em Toulon, no Sul da França, informou sua equipe em comunicado. A atriz de 91 anos, "foi brevemente hospitalizada no hospital particular Saint-Jean, em Toulon, para uma pequena cirurgia, que foi realizada com sucesso", informou a nota. "Ela agora está descansando em casa, não atenderá a nenhuma solicitação e agradece a todos por respeitarem sua privacidade e tranquilidade". Vale tudo: Como terminou a trama de Consuelo na versão original 'Dama de Ferro' fora do poder: nova biografia de Margaret Thatcher detalha vida amorosa secreta da primeira-ministra britânica Ícone do cinema francês, B.B., como é conhecida, abandonou a carreira na década de 1970 para se dedicar à luta pela defesa dos animais. Ela vive entre sua famosa residência, La Madrague, em Saint-Tropez, no sul da França, e uma segunda casa mais para o interior, La Garrigue, que abriga animais e uma capela particular. Em maio, em entrevista à BFMTV, ela afirmou que vivia como "uma fazendeira", cercada por seus animais, e que não tinha "nem celular nem computador". De acordo com o Daily Mail, Bardot foi hospitalizada há três semanas, e seu estado de saúde ainda não foi detalhado oficialmente. Fontes próximas à artista informaram que ela estava em sua casa, em Saint-Tropez, quando precisou ser transferida de emergência. Os médicos responsáveis pelo tratamento confirmaram que a atriz está se recuperando bem, mas continuará sendo monitorada nas próximas semanas. Representantes de Bardot ainda não comentaram o caso publicamente. Da bailarina parisiense ao mito de Saint-Tropez Nascida em Paris, em 28 de setembro de 1934, Brigitte Anne-Marie Bardot formou-se em balé clássico no Conservatório Nacional de Música e Dança antes de ser descoberta pelo cinema. Aos 15 anos, já estampava capas de revistas como Elle, iniciando sua trajetória como modelo. Galerias Relacionadas Ela estreou nas telonas em 1952, no filme A Garota do Biquíni, mas foi em 1956 que ganhou fama mundial com E Deus Criou a Mulher, dirigido por seu então marido, Roger Vadim. O longa, repleto de sensualidade e ousadia para a época, foi censurado em Hollywood — o que apenas aumentou sua popularidade. Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, Bardot transformou-se em um ícone da liberdade sexual feminina, desafiando padrões conservadores e provocando escândalos onde passava. Em 1957, padres em Nova York chegaram a pedir que fiéis boicotassem seus filmes, e o Vaticano a classificou como “má influência”. O resultado foi o oposto: as filas nos cinemas só cresceram. — Lá está Brigitte, esticada de ponta a ponta da tela, de cabeça para baixo e nua como o globo ocular de um censor — ironizou um crítico da época. Initial plugin text Escândalos, paixões e independência Durante sua carreira, Bardot atuou em mais de 45 filmes e gravou 70 músicas, tornando-se referência estética e cultural. Ela criou a “pose Bardot” — sentada, pernas cruzadas e olhar provocante — e popularizou o decote ombro a ombro, que até hoje leva seu nome. A atriz teve quatro casamentos: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962), Gunter Sachs (1966–1969) e Bernard d’Ormale, seu atual marido desde 1992. Com Charrier, teve seu único filho, Nicolas-Jacques, em 1960, mas manteve uma relação conturbada. — Não fui feita para ser mãe — admitiu Bardot anos depois. — Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança. Nicolas foi criado pela família paterna e só se reconciliou com a mãe décadas depois, em 1996. Apaixonada e impulsiva, Bardot também viveu romances com o cantor Sacha Distel e com o ator Warren Beatty. — Sempre busquei paixão — disse ela. — Quando ela acabava, eu fazia as malas. Da fama ao ativismo — e às polêmicas Bardot deixou o cinema em 1973, aos 39 anos, para dedicar-se à defesa dos animais. Em 1986, criou a Fundação Brigitte Bardot, que atua em resgate, proteção e campanhas de esterilização. Vegetariana convicta, chegou a doar mais de £ 90 mil (R$ 657 mil) para ajudar cães de rua em Bucareste e ameaçou se mudar para a Rússia após um zoológico francês negar tratamento a dois elefantes doentes. Apesar da carreira humanitária, sua imagem se viu novamente cercada por polêmicas. Em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro, e seu apoio à extrema direita francesa, especialmente à candidata Marine Le Pen, reacendeu debates sobre sua figura pública. — Bardot é Bardot — disse a escritora Marie-Dominique Lelièvre, amiga próxima. — Ela desafia qualquer definição. Initial plugin text