Uma fábrica clandestina localizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, é apontada pela Polícia Civil de São Paulo como a provável fonte de todas as bebidas adulteradas com metanol identificadas no Estado, de acordo com o delegado-geral Artur Dian. Uma operação realizada nesta sexta-feira, 17, marcou o fim de uma fase da apuração. As investigações mapearam uma cadeia criminosa que abrange desde a produção da bebida adulterada , comandada por um núcleo familiar, até a distribuição em bares, restaurantes e postos suspeitos de comercialização do produto contaminado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo + Leia mais notícias do Brasil em Oeste "A principal hipótese é que a fábrica da Vanessa distribui para a maioria dos lugares. Já constatamos três locais que recebem dela, outros estão sendo verificados", afirmou Dian. "Temos mais quatro casos, alguns em São Bernardo, outros em Osasco. Não é uma quantidade enorme de mortes, são seis mortes, o que é extremamente grave, mas duas a gente já comprovou que saiu dali e uma pessoa que está cega, também." Bebidas contaminadas por metanol já provocaram as mortes de cinco pessoas no Brasil | Foto: Divulgação/Governo de SP A Polícia Civil afastou a possibilidade de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema. A Polícia Federal, por sua vez, analisa se metanol abandonado por criminosos durante ação policial voltada ao combate do crime organizado no setor de combustíveis está sendo usado para adulterar bebidas alcoólicas. “Essas outras quatro mortes a gente vai constatar [ a origem ] ainda. Pode ser que tenha saído da fábrica dela também", afirmou Dian. "A investigação continua. Mas o primeiro ciclo dessa cadeia criminosa foi fechado com a operação de hoje.” A delegada Isa Lea Abramavicus, da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações sobre Infrações, declarou que “os postos não são da mesma rede, não acredito que possa ser estabelecido vínculo com a operação Carbono Oculto”. https://twitter.com/DerriteSP/status/1976707291299643900 Polícia descobriu fábrica depois de mortes por metanol A localização da fábrica ocorreu depois de a polícia investigar a morte de Ricardo Lopes, 54 anos, que morreu em 16 de setembro, e Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos. Ambos consumiram bebidas no Bar Torres, na Mooca, zona leste da capital, interditado pela Vigilância Sanitária. O Bar Torres informou colaborar com as autoridades e garantiu que “todas as bebidas são originais, adquiridas apenas de fornecedores oficiais e com nota fiscal, garantindo procedência e confiança”. As apurações apontam que o irmão, o pai e o cunhado de Vanessa integravam o esquema de adulteração e todos foram presos. Eles adquiriam etanol misturado com metanol de dois postos no ABC paulista, identificados devido a transações financeiras com a família. Força-tarefa em fiscalização pela Grande São Paulo | Foto: Pablo Jacob/Governo de SP O delegado-geral explicou que “o combustível que estava na casa da Vanessa foi comprado nesses postos de gasolina e foi constatado que essas 'bombonas' continham etanol com metanol”. Dian informou que ainda não há confirmação de elo entre os casos de São Paulo e ocorrências em outros Estados. “Não temos essa correlação ainda. Estamos checando para verificar se ela vendeu para outros locais. Não podemos precisar se ela vendeu para outros Estados.” Segundo boletim do Ministério da Saúde, o total de casos confirmados de intoxicação por metanol no Brasil aumentou de 32 no início da semana para 41 até a última quarta-feira, 15. O post Bebidas adulteradas com metanol saíam da mesma fábrica no ABC apareceu primeiro em Revista Oeste .