Pense na sua energia como a bateria de um celular: cheia ao acordar, mas drenada ao longo do dia por reuniões, conversas e compromissos. Ao chegar em casa com 5% de carga restante, a última coisa que você quer é receber visitas. Essa situação, embora cotidiana, é um exemplo clássico de burnout social, um esgotamento emocional relacionado à sobrecarga de interações sociais. Dizer não às visitas: saiba o que a psicologia diz para quem prefere ficar sozinho em casa Segundo Emilly Ballesteros, mestre em psicologia organizacional, autora do livro A Cura do Burnout: Como encontrar equilíbrio e recuperar a sua vida após o esgotamento, o burnout social acontece porque os relacionamentos exigem uma troca constante de tempo, atenção e energia, recursos limitados que nem sempre conseguimos preservar. “O burnout social ocorre porque os relacionamentos são uma troca – uma troca que oferecemos recursos limitados (tempo, energia, atenção) que são difíceis de preservar”, escreve a especialista. O que é burnout social De acordo com a revista online VC S/A, apesar de contraintuitivo, o burnout social atinge principalmente pessoas que buscam agradar a todos e sentem culpa ao dizer “não”, mesmo quando estão esgotadas. Indicadores incluem assumir tarefas por obrigação, justificar decisões pensando no que fariam por você, ou desejar desaparecer de certas interações sociais. Como aponta Ballesteros, “o burnout social pesa no espírito”, diferentemente do burnout por volume, que pesa na agenda. O papel do lar como refúgio Diante desse esgotamento, o lar pode se tornar um espaço de recuperação essencial. Estudos e especialistas, segundo o La Nación, indicam que a preferência por não receber visitas não é um sinal de rejeição, mas uma estratégia de autocuidado emocional. O lar deixa de ser apenas um espaço físico e passa a funcionar como um refúgio pessoal, onde se pode recarregar a energia e preservar o bem-estar mental. Para enfrentar o burnout social sem prejudicar relações, é recomendável estabelecer limites claros e comunicar disponibilidade de forma honesta. Criar rituais de calma, planejar encontros externos e refletir sobre o que desgasta nas interações ajuda a reduzir a fadiga. Marian Rojas, especialista em saúde mental, ressalta, ao jornal argentino, que dizer “não” às visitas não é egoísmo, mas uma decisão fundamentada na sabedoria emocional. Embora momentos de solitude sejam saudáveis, o isolamento constante ou a culpa intensa podem prejudicar a vida cotidiana. Nestes casos, a orientação de um profissional de saúde mental é fundamental para identificar padrões prejudiciais e desenvolver estratégias de equilíbrio emocional. Em suma, priorizar tempo sozinho é uma forma legítima de recarregar a energia emocional. Ao respeitar seus limites e compreender o burnout social, é possível se reconectar com as pessoas a partir de um estado mais calmo e autêntico, prevenindo desgastes desnecessários e garantindo bem-estar psicológico.