A prefeitura do Rio vai formalizar neste sábado a compra de dois terrenos do Exército Brasileiro, em Realengo, na Zona Oeste, o que vai permitir a duplicação do Parque Suzana Naspolini. O projeto prevê que o espaço chegue a 150 mil metros quadrados e ganhe uma área molhada e um palco para receber shows e eventos. O município também vai levar arte para a área de lazer: um trecho será separado para receber um equipamento a ser projetado pelo arquiteto francês Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker, o “Nobel da arquitetura”. Aterros do Rio: cidade avançou sobre as águas, e parte da Lapa, Saara e até a sede do Flamengo ficam onde era mar, lagoa ou pântano Expansão da cidade: em 215 anos de aterros, espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas encolheu pela metade; veja o que mudou com o tempo A Secretaria municipal de Infraestrutura planeja gastar quase R$ 170 milhões na expansão, sendo R$ 48 milhões na compra dos dois lotes que pertencem aos militares. Uma das novidades será um playground aquático, como os que já existem em outros dois parques municipais: o Oeste, em Inhoaíba, e o Madureira, na Zona Norte. Nele, haverá fontes e chuveiros interativos para ajudar a refrescar a população nos dias de calor. O secretário municipal de Infraestrutura, Wanderson Santos, explica que nos terrenos que serão adquiridos funcionou uma fábrica de cartuchos, onde o Exército pretendia construir um conjunto habitacional. Agora, com os novos planos, a prefeitura pretende preservar toda a vegetação. — Além de expandir essa área que virou o grande centro de entretenimento e esportes da região, há a manutenção da área verde. Os parques são importantes para ampliar a cobertura vegetal e melhorar o controle de alagamentos, aumentando a permeabilização do solo, melhorando a drenagem de chuvas em todo o entorno — explica Santos. Os frequentadores do parque também ganharão um espaço 'molhado' para os dias de calor Reprodução do projeto O projeto terá um plano de gestão hídrica que vai garantir sustentabilidade e conforto térmico aos frequentadores, com sistemas de captação, tratamento e reúso da água do tanque de retardo, bombeada por energia eólica. A água da chuva será utilizada na irrigação dos canteiros, no abastecimento dos lagos de contemplação e nos brinquedos aquáticos, com filtragem biológica e mecânica para garantir sua qualidade. Pronto para eventos No novo espaço também será construída uma área de eventos, equipada para receber apresentações musicais, teatrais e culturais em diversos formatos. O local foi escolhido, diz a prefeitura, com cuidado para evitar que os vizinhos sejam incomodados pelo barulho. Além de shows, feiras e exposições temporárias poderão ser realizadas ali. Um dos espaços mais concorridos entre os frequentadores também será ampliado: a prefeitura vai construir mais churrasqueiras, que recebem festas de aniversários e comemorações. Cedae x concessionárias: dados de esgoto são contestados por mais duas empresas; compensações pedidas já somam R$ 2,7 bilhões Para as crianças, o município prepara um ambiente que vai retomar antigas brincadeiras. O foco será afastar os pequenos das telas: um playground com estruturas que vão incentivar os jogos com bola de gude, pião, amarelinha, taco e queimada. Os mobiliários dos brinquedos serão feitos a partir de troncos de árvores reaproveitados das podas da Comlurb. Terminal de ônibus O projeto de ampliação também se preocupou com a mobilidade dos frequentadores. O Suzana Naspolini vai ganhar um pequeno terminal rodoviário na esquina das ruas General Sezefredo e Pedro Gomes. E uma ciclovia de 1,7 quilômetro vai conectar a entrada do parque com a estação de trem de Realengo. A prefeitura promete ainda fazer uma pista com desenho diferente para caminhadas e corridas, evitando conflitos e acidentes com ciclistas. O parque vai ganhar um pequeno terminal rodoviário Reprodução do projeto O Espaço Kéré, que será assinado pelo arquiteto renomado, não foi definido, mas há a possibilidade de ser destinado a exposições, oficinas e atividades culturais, funcionando como um centro de aprendizado e integração entre arte, natureza e comunidade. O trabalho do arquiteto valoriza materiais locais, técnicas construtivas sustentáveis e o uso inteligente da luz e da ventilação naturais, garantindo conforto ambiental e eficiência energética.