Odete Roitman volta dos mortos e desafia a biologia: padrão Globo de qualidade ou roteiro de mutante?

Ontem, as minhas amigas do Cosme Velho estavam um escândalo de tão maravilhosas. Todas elas segurando sua taça de gin, enquanto eu, claro, tomando meu bom drink sem metanol, porque a gente aprende com as tragédias da vida e principalmente das novelas. E o assunto da noite, como não poderia deixar de ser, era ela: Odete Roitman, a defunta mais teimosa do Brasil. Pois é, minha gente, a maior vilã da dramaturgia brasileira retornou dos mortos! A matriarca dos Roitman levou um tiro do Marco Aurélio e desaba como uma santa mártir na parede de sua belíssima suíte do Copacabana Palace e no frame seguinte, ela acorda toda ensanguentada, respirando fundo, como se tivesse tirado só um cochilinho mais pesado no meio da tarde. Eu olhei para a tela e juro: pensei que estava vendo o Wolverine fazendo novela na Globo, gente. Só faltou colocarem a trilha sonora da Marvel e uns efeitos de garra saindo do peito. E ali, entre um gole e outro, alguém me fez a seguinte pergunta: "Kátia, isso é o tal do padrão Globo de qualidade?” E eu respondi, com meu melhor sorriso debochado: "Querida, isso aí é padrão Globo de colágeno! Porque gastariam 50% do colágeno mundial pra regenerar uma personagem dessas.” Obviamente, minhas amadas meninas do Cosme Velho riram tanto que quase uma delas acabou derramando gin no tapete persa. Então, a gente chegou a seguinte conclusão: Manuela Dias que já escreveu coisa boa, viu? Ontem parecia ter perdido o roteiro e se inspirado num tutorial de necromancia. Odete, meu amor, você é eterna. Mas, nem toda eternidade precisa passar por tanto constrangimento no desfecho de uma novela do horário nobre. Enfim, Globo, vocês podem devolver a coerência ou pelo menos, manda a receita desse colágeno milagroso, por favor, nunca te pedi nada.