A Justiça de São Paulo condenou a Prefeitura de Tatuí a pagar R$ 300 mil de indenização à família de Jaiane Tibellio, jovem de 20 anos que morreu em 2022 depois de não receber o diagnóstico correto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. A sentença foi proferida pela 3ª Vara Cível, que apontou falhas graves na condução do caso da jovem. O governo municipal já anunciou que irá recorrer, conforme informações divulgadas pelo portal G1. + Leia mais notícias de Brasil em Oeste Segundo o processo, Jaiane buscou atendimento três vezes na UPA com sintomas de cetoacidose diabética — condição grave associada ao diabetes e que exige intervenção imediata. Ainda assim, ela foi liberada sem a realização de exames adequados e sem diagnóstico preciso. O quadro se agravou e a jovem morreu. O laudo pericial anexado ao processo confirmou a negligência médica e afirmou que a morte poderia ter sido evitada “caso fossem seguidos os protocolos clínicos e laboratoriais compatíveis com o quadro apresentado”. Relato da família A juíza responsável determinou que a prefeitura pague R$ 100 mil para cada um dos três autores da ação: pai, mãe e marido de Jaiane. Para a magistrada, houve “atendimento deficiente e tardio” por parte da unidade de saúde, configurando omissão do poder público. Abalado, o pai de Jaiane, Marcelo Mesquita Tibellio, disse ao G1 que a decisão representa justiça, mas não traz alívio: “Não é pelo dinheiro, é para que não aconteça com outras famílias”. “Deus nos fortalece, só quem é pai sabe a dor de perder um filho”, lamentou. Prefeitura vai recorrer da indenização à família da jovem Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que lamenta o ocorrido, mas ressaltou que, na época do caso, a UPA era administrada por uma Organização Social (OS) contratada pelo município, cujo nome não foi revelado. A prefeitura informou ainda que vai recorrer da decisão e ingressar com ação de regresso para tentar repassar a responsabilidade financeira à organização que geria o serviço de saúde. O processo movido pela família de Jaiane Tibellio contra a Prefeitura de Tatuí começou em 2022 e seguiu com base no argumento de que houve negligência médica e falha no dever de atendimento do poder público. Durante a investigação judicial, foram ouvidos profissionais de saúde que atuavam na UPA, anexados prontuários médicos e solicitado um laudo técnico-pericial para esclarecer a conduta adotada pelos médicos. A perícia concluiu que não foram realizados exames básicos de glicemia e hemograma nas primeiras consultas, apesar dos sintomas compatíveis com descompensação diabética. Para o Ministério Público e para a Justiça, ficou comprovado que houve omissão do serviço público de saúde, o que configurou responsabilidade civil do município. A defesa da família também ressaltou que Jaiane não tinha histórico conhecido de diabetes e buscou atendimento médico confiando na avaliação feita pelos profissionais da UPA. O post SP: Justiça condena prefeitura a pagar R$ 300 mil por morte de jovem na UPA apareceu primeiro em Revista Oeste .