Lojas vazias e fechadas, comércio se reinventa em Campos Edson Araújo O Centro de Campos, que já foi sinônimo de movimento e vitrines cheias, hoje convive com lojas fechadas, prédios vazios e ruas mais silenciosas. O coração comercial da cidade bate em outro ritmo e mais devagar. O comerciante Pedro José da Silva Moço, que atua há 46 anos no setor, sente o impacto das mudanças. “Teria que fazer alguma coisa no centro para levantar o centro, porque tá acabando. Cada dia que passa, pior fica.” Siga o canal do g1 Norte Fluminense no WhatsApp. A queda no fluxo de clientes tem várias causas, mas uma delas se destaca: o avanço das compras online. A concorrência, que antes vinha de outras lojas da região, agora vem das telas do celular. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, Fábio Paes, explica que o comércio local vem perdendo espaço para o e-commerce. “Campos tem um volume gigantesco de encomendas que chegam aqui diariamente na cidade. Algo em torno de 14 mil encomendas. Então tudo isso é recurso que sai do comércio local, do centro da cidade, e a própria degradação natural de um espaço que é muito antigo.” Mesmo diante das dificuldades, há quem ainda acredite no potencial do Centro. A CDL relembra que há um projeto de revitalização pronto, visando atrair novamente o público para as ruas. “A gente fez o seminário no ano passado, a gente reuniu, no auditório da Uenf, mais de 500 pessoas envolvidas e interessadas no tema, e foi um seminário importante porque a gente trouxe para a nossa cidade a inteligência do que está acontecendo nos grandes centros. E isso é importante para a gente para entender o que pode ser feito no nosso Centro Histórico.”, ressaltou Fábio Paes. Entidades como a Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC) também defendem que a recuperação do Centro depende de uma ação conjunta entre empresários e poder público. “O empresário passou por vários desafios. Nós tivemos pandemia, reestruturação do comércio, as indústrias, então o comerciante vem de vários desafios e cabe aí, a iniciativa pública e privada estarem de mãos dadas para viabilizar mobilidade urbana, investimentos, segurança, iluminação. Então, isso são fatores que podem contribuir”, afirmou o presidente da Acic, Maurício Cabral. Com a chegada do Dia do Comerciário, o cenário serve como reflexão. Entre portas fechadas e vitrines esvaziadas, ainda há quem acredite que o Centro de Campos pode voltar a viver dias de movimento e não apenas de saudade.