O preço do cacau bateu recorde e deixou produtores da Bahia eufóricos — mas aí veio o 'banho de água fria'

O preço do cacau bateu recorde e deixou produtores da Bahia eufóricos — mas aí veio o 'banho de água fria'

Josenilda Silva tinha esperança de modernizar sua lavoura na Bahia, mas planos já mudaram com queda do cacau Acervo pessoal "Os grandões brigam lá fora e vem bater na gente aqui." A reclamação de um pequeno agricultor de cacau do sul da Bahia foi ouvida no armazém de uma cooperativa de produtores em Ituberá, na Costa do Dendê, no início de agosto. O comentário era sobre o valor que estava sendo pago pela arroba do cacau (15 kg) que ele havia colhido — uma queixa comum entre os produtores nos últimos meses. No final do ano passado, o preço do cacau bateu recorde global, diante da escassez do produto devido a uma safra ruim na maior região produtora, na África. Os valores causaram uma euforia inédita entre os agricultores do sul da Bahia, região historicamente produtora do cacau no Brasil que vem se reerguendo nas últimas décadas após a devastadora praga da vassoura-de-bruxa nos anos 1980 e 1990. "Quando todo mundo se animou, veio um banho de água fria", resume José Luís Fagundes, produtor em Igrapiúna (BA). Do fim de 2024 para cá, em uma dinâmica comum de mercado, o preço recuou na cotação do cacau na bolsa de Nova York, usada como base para estabelecer o preço no Brasil. Entre outros motivos, pela expectativa de alguma recuperação da safra em Gana e na Costa do Marfim, os dois maiores produtores. Mas, além desse movimento, o baque para os pequenos produtores brasileiros acabou sendo maior. Em meio à baixa nos valores pagos pelas poucas multinacionais que controlam o mercado no Brasil e às incertezas da indústria diante das tarifas de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, a ponta da cadeia já sente que o chocolate mais caro no mercado não vai significar necessariamente mais dinheiro no bolso. Da lavoura de cacau até o chocolate fino Bahia ainda tenta se recuperar após pragas dizimarem plantações e afetarem a renda de toda a região Rafael Martins/AFP via Getty Image Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), que representa cerca de 5 mil produtores, considerando os valores cotados no mercado internacional na bolsa atual, o que tem sido pago no Brasil chegou a ser R$ 85 a menos por arroba em agosto. "As indústrias fazem o que querem na precificação interna", critica Vanuza Barroso, presidente da ANPC. A percepção geral entre os produtores com quem a BBC News Brasil conversou nas últimas semanas é que as fábricas conseguem puxar juntas o valor do cacau para baixo no Brasil diante de incertezas no mercado. A associação que representa a indústria cacaueira do Brasil, inclusive as três empresas que dominam esse mercado — a americana Cargill, a suíça Barry Callebaut e a singapurense Olam/Ofi — diz que não comenta os valores praticados por suas associadas especificamente, mas ressalta que os valores refletem as relações do mercado. "A gente muito provavelmente está tendo nas relações de compra um cenário de demanda e oferta mais equilibrado", diz Anna Paula Losi, presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Segundo ela, a indústria já vem experimentando um recuo da demanda pelos derivados de cacau, já que, com preços tão elevados nos últimos anos, há agora menos compradores de chocolate — e menos cacau na fórmula dos produtos. A BBC News Brasil questionou as três multinacionais que dominam o mercado sobre os preços praticados no mercado. A Barry Callebaut disse não comentar suas relações comerciais. A Cargill e a Ofi não responderam. Agora, a previsão do setor é que a indústria cacaueira brasileira perca R$ 180 milhões até o fim de 2025 com as tarifas de 50% aplicada pelos EUA. O cacau não entrou na lista de exceções do governo Trump, apesar de o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ter falado que o produto, por não ter produção em território americano, pudesse ser isento. Ao processar o cacau, a indústria cacaueira brasileira exportou cerca de US$ 72,6 milhões (R$ 397 milhões) aos EUA em 2024, o que representa 16% de seu mercado. No primeiro semestre de 2025, antes das tarifas, o valor já estava em US$ 64 milhões (R$ 350 milhões), agora 20% do total de exportações. O principal produto exportado aos americanos é a manteiga de cacau, que tem o maior valor agregado que o pó, mais consumido na indústria chocolateira nacional. Na prática, a queda do preço do cacau no Brasil mudou os planos de quem estava apostando em finalmente modernizar as lavouras na Bahia. Sem o comércio com os EUA e com pouca margem para redirecionar a manteiga a outros mercados, as fábricas trabalham com mais redução de moagem nos próximos meses. Produtores interrompem plano Em Jitaúna, Josenilda esperava usar os valores mais altos recebidos por seu cacau para ampliar produtividade Acervo pessoal Com o que chegou a receber no ano passado, a pequena produtora Josenilda Silva, de Jitaúna (BA), queria investir em equipamentos, fertilizantes e até energia solar para impulsionar sua produção. Agora, adiou tudo. "Os pequenos agricultores são os que mais trabalham, mas o retorno nem sempre é leal com a gente", reclama dona Jô, como é conhecida. Ela conta que, desde que voltou à Bahia para plantar cacau em 2017, pela primeira vez estava conseguindo ter um retorno financeiro suficiente para investir e ter uma renda. Isso explica por que a decepção nos últimos meses tem sido grande na região. O analista e produtor Adilson Reis, fundador do site especializado Mercado do Cacau, que monitora preços do produto, avalia que não é possível dizer hoje que o produtor está ganhando mal, levando em consideração a média de valores nas últimas décadas. Mas, numa região que nunca se recuperou plenamente da devastação dos anos 1980 e 1990 e em que a agricultura, de maneira geral familiar, ainda é realizada sem muitos recursos, "a maior dor é ver o ciclo de reconstrução se interromper", avalia Reis. A vassoura-de-bruxa foi maior praga da história da cacauicultura brasileira, derrubando até hoje a renda e acesso à educação em municípios afetados. Brasil chegou a ser segundo maior produtor de cacau - até os anos 1980. Na foto, uma plantação na Bahia em 1933 Keystone-France\Gamma-Rapho via Getty Images Em Igrapiúna, José Luis Fagundes esperava plantar uma área nova, comprou um trator, mas a incerteza sobre o futuro também o fez frear os investimentos. "A gente fica muito inseguro de tomar decisão no ânimo de um preço alto", diz Fagundes. "Vou me endividar agora para fazer uma renovação de uma área? Será que os preços não vão cair novamente? Não há credibilidade. Não temos relação de confiança com a cadeia produtiva do cacau." Os produtores também sentem que partem sempre em desvantagem na negociação com as multinacionais que compram quase todo seu cacau. Cerca de 70% da produção brasileira é feita por pequenos e médios produtores, segundo a AIPC. "É uma cadeia com poucos compradores e muitos vendedores. E as indústrias são representantes do exterior. Numa queda de braço, vai para elas", explica a pesquisadora do cacau Mônica Pires, professora de economia da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus. Segundo relatos ouvidos pela reportagem no início de agosto, a indústria de repente passou a estabelecer o valor de compra com base na bolsa futura de março de 2026 — na prática, promovendo um "deságio". O termo se refere a quando o produtor recebe menos do que o preço que o produto valeria em teoria no mercado global. Em agosto, a bolsa de março de 2026 chegou a cotar o cacau em um valor US$ 1 mil dólares mais baixo por tonelada do que as cotações mais atuais, segundo a ANPC. "As indústrias trabalham muito alinhadas, com pouca margem de diferença entre si", diz Luis Fagundes. Anna Paula Losi, da AIPC, explica que a prática da bolsa futura ocorre por análises de expectativas de mercado: "É uma relação onde todo mundo pondera risco". Na lógica da indústria, ela explica que, "se hoje o cacau na bolsa está tanto, mas aqui no mercado brasileiro a demanda por esse cacau está baixa, a indústria pode esperar mais seis meses para comprar". "Mas, se você quer me vender, ok. Então, meu custo de estocar esse cacau, de ter segurança, de botar seguro, eu vou pagar menos X no seu cacau para compensar esse risco que estou assumindo", completa Losi. Na prática, porém, os produtores avaliam que poucos conseguem fazer uma negociação ou esperar para vender quando a indústria subir o valor. "Como nossa base econômica é frágil, o produtor não consegue ficar segurando para vender e assim fazer pressão na indústria. Se bate a fome, tem que vender. O ideal seria não entregar até eles mudarem, mas não existe isso", diz Fagundes. Como resultado, avalia o produtor, a produção cacaueira na Bahia segue sendo na maioria de subsistência, ainda com pouca capacidade de organização entre os produtores e pouco lucro. Uma realidade não vista apenas na Bahia, Estado que, junto ao Pará, responde por mais de 90% da produção nacional. Mesmo com potencial econômico do cacau, as regiões produtores do mundo permanecem empobrecidas, com produtores dependentes da estrutura internacional de compra do produto. Luiz Fagundes defende que cacauicultores precisariam de patamares prolongados de preços bons para reestruturar o setor na Bahia Acervo Pessoal/BBC Indústria cacaueira diz viver momento delicado Em geral, as grandes moageiras compram o cacau dos produtores brasileiros diretamente ou por meio de associações, cooperativas ou dos chamados atravessadores. Nas fábricas, industrializam as amêndoas e as transformam em produtos para consumo interno e exportação em forma de pó, licor ou manteiga. Esses serão vendidos para a indústria alimentícia, que faz chocolates e biscoitos, por exemplo. Segundo a indústria, o cacau produzido pelo Brasil hoje não é suficiente nem para suprir a demanda interna, especialmente o pó, nem para manter as fábricas em pleno funcionamento. Por possuírem um parque fabril de grande proporção na região de Ilhéus, herança dos tempos áureos da região, as indústrias então importam cacau da África a uma taxa zero, um sistema conhecido como drawback. Nesse sistema, toda amêndoa importada obrigatoriamente tem que ser exportada como um produto de valor agregado. Segundo a AIPC, ainda assim, a ociosidade das fábricas brasileiras hoje é de 12% e pode chegar a 18% esse ano com as tarifas dos EUA. Cultura do cacau na Bahia é movida pela produção familiar Christopher Pillitz/Getty Images Para os produtores, esse cenário de falta de cacau para moer que faz a indústria importar amêndoas da África mostra que o cacau brasileiro deveria ser mais valorizado. A ANPC vem fazendo campanha para que se importe menos cacau, algo justificado também pelo risco de se trazer pragas africanas ao Brasil. A AIPC justifica que a redução da moagem se dá não só pela falta de cacau, mas de demanda — algo que deve piorar com as tarifas americanas. "Quando eu prenso a amêndoa, a gente extrai o pó [direcionado ao mercado nacional] e a manteiga ao mesmo tempo. Se eu não consigo exportar a manteiga, vou ter que moer menos, porque não tenho como extrair só pó. A gente pode ter que começar a importar mais pó para o Brasil", prevê Anna Paula Losi. Segundo a AIPC, a manteiga que iria para os EUA dificilmente terá outro destino, já que outros mercados como Chile e Argentina já têm a demanda atendida. Além disso, os EUA podem buscar a manteiga em outros países com facilidade. A "crise de demanda", explica Adilson Reis, do Mercado do Cacau, ocorre porque, com o cacau caro, a indústria chocolateira passou a comprar menos e a adotar estratégias que, por sua vez, pioraram a qualidade do chocolate. "Ha um problema nesse ciclo rápido de crescimento de preço, porque virou uma matéria-prima muito cara", diz Reis. No Brasil, segundo a AIPC, essa queda ainda foi maior, porque o consumidor é pouco resistente à subida de preços. Segundo analistas, os valores cotados na bolsa do cacau nos EUA também passaram a ter uma volatilidade "nunca vista antes" diante da entrada de fundos de investimento nos últimos anos. Isso teria causado um desequilíbrio entre o que é o cotado internacionalmente e o que seria vantajoso para indústria no Brasil. "O valor era insustentável para toda cadeia. Era positivo para o produtor, mas chegaria ao ponto de inviabilizar o consumo final", diz Losi. Segundo ela, esse descolamento brasileiro da bolsa hoje acontece porque o que acontece no Brasil não influencia a bolsa, já que o país responde por apenas 4% do mercado global. "O que influencia a bolsa é o que acontece na África", diz. Chocolate tem perdido qualidade (e cacau) no Brasil Paulo Fridman/Bloomberg via Getty Images O preço global subiu tanto que, em Gana e Costa do Marfim, hoje há tráfico de cacau, cenário semelhante à da "cocaína na Colômbia", segundo mostrou reportagem do Financial Times. A AIPC diz ainda que incentiva produtores a vender diretamente para a indústria (sem ter que passar por atravessadores) e adotar práticas de sustentabilidade para que seu cacau valha mais. Para o produtor José Luiz Fagundes, diante de tantas crises já vividas no setor, para os cacauicultores saírem de "inércia" e impulsionarem sua produção, os produtores precisariam de pelo menos três anos de um patamar melhor de preços. Essa esperança, porém, já vem arrefecendo. "Porque aí tivemos um ano bom e agora vem o freio. Será que indústria que já faturou tanto não consegue manter um patamar de preços altos para ajudar a estruturar a cadeia?"

Calouro com 210 kg é dispensado antes de estreia na NFL por estar com sobrepeso e não atingir meta; entenda

Calouro com 210 kg é dispensado antes de estreia na NFL por estar com sobrepeso e não atingir meta; entenda

O Tampa Bay Buccaneers decidiu dispensar o calouro Desmond Watson, de 22 anos, que havia chamado a atenção da mídia pelo sobrepeso. Com 210 quilos, ele se tornaria o jogador mais pesado a atuar em campo na história da NFL, mas sua condição física acabou lhe custando o emprego na franquia da Flórida. NFL: Jogador mais pesado da história, com 210kg, é proibido de estrear Imprensa internacional repercute goleada do Flamengo contra o Vitória: 'Recital magnífico' Segundo a Fox Sports, a equipe avaliou que o atleta não cumpriu os objetivos físicos estipulados em seu contrato. Watson havia chegado à NFL após passagem pelo Florida Gators. Sem ser selecionado no Draft, recebeu dos Buccaneers um vínculo de três anos no valor de até US$ 3 milhões, com apenas US$ 70 mil garantidos. Caso tivesse atuado em ao menos uma partida oficial, Watson superaria os atuais recordistas de peso da liga: Trent Brown e Daniel Faalele, ambos com 172 quilos. Para ajudá-lo, a franquia montou um programa específico de recondicionamento físico, incluindo nutricionistas e preparadores. O defensor chegou a ser afastado dos treinos e colocado na lista de lesionados. O técnico Todd Bowles já havia destacado que o objetivo era torná-lo mais saudável, dentro e fora de campo. — Trata-se de ajudá-lo a se tornar um jogador melhor e uma pessoa mais saudável — afirmou recentemente. Em entrevistas, o próprio Watson dizia querer ser reconhecido não apenas pelo peso, mas pelo talento. — Não quero que minha história seja só sobre ser o cara mais durão da NFL. Quero ser lembrado como um bom jogador de futebol americano — declarou meses atrás.

Mãe de grávida agredida por homem no meio da rua expressa revolta: 'Não consegui ver o vídeo todo'

Mãe de grávida agredida por homem no meio da rua expressa revolta: 'Não consegui ver o vídeo todo'

Grávida é agredida com socos, chutes e puxões de cabelo por motorista A mãe da jovem de 18 anos que está grávida de quatros meses e foi agredida com socos, chutes e puxões de cabelo por um motorista no meio da rua, na madrugada de sábado (23), em General Salgado (SP), diz estar revoltada com a violência sem justificativa. Uma câmera de segurança registrou o crime. No vídeo é possível ver que o homem desce do carro e começa a violência contra a mulher. A vítima contou que foi atingida pelo retrovisor do carro e apanhou após questionar o condutor. Assista ao vídeo abaixo. Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Em entrevista à TV TEM, Elaine Gomez revelou que não conseguiu assistir à imagem da violência e está revoltada não só por ser a mãe da gestante, mas também por ser mulher. "Revoltante. Como mãe e como mulher também, porque a gente vê tantos casos crescendo. Cada dia mais mulheres sendo agredidas, e eu, como mãe, não consegui ver o vídeo todo, é uma revolta muito grande", revela. Alguns dos machucados no rosto da grávida que foi agredida por um homem na rua em General Salgado (SP) David Santos/TV TEM Conforme apurado pela reportagem, a violência começou após a mulher reclamar do motorista que passou próximo a ela e aos amigos na rua. A mulher do suspeito, que estava no banco do passageiro do veículo, foi quem conteve as agressões ao segurar o marido. Na sequência, ele entrou no veículo e fugiu. LEIA TAMBÉM: Homem é encontrado morto e com rosto desfigurado em praça no interior de SP; casal confessou crime Suspeito de invadir e tentar furtar casa morre ao ser esfaqueado por morador em Jaú Polícia investiga morte de casal encontrado baleado dentro de residência em Boituva Mulher é presa suspeita de esfaquear companheiro e ferir cunhado com blocos cerâmicos em Sorocaba Grávida é agredida com socos, chutes e puxões de cabelo por homem no meio da rua A grávida ficou com hematomas, foi socorrida e levada para o pronto-socorro, onde recebeu atendimento médico e foi liberada. O bebê, segundo apurado pela reportagem, está bem. A mãe tem acompanhado de perto o quadro de saúde da filha e do bebê. Ela diz que espera por justiça. "Ele agrediu covardemente, e ela poderia ter perdido a criança ou ter acontecido coisa pior com ela. Então, o que a gente quer é justiça, que a justiça faça alguma coisa, isso não pode ficar desse jeito", finalizou Elaine. Na segunda-feira (25), o advogado do suspeito se apresentou à polícia com uma procuração na qual está autorizado a representar o motorista, que deve ser ouvido nos próximos dias. A vítima entrou com pedido de medida protetiva. Delegacia da Polícia Civil de General Salgado (SP) David Santos/TV TEM Grávida é agredida com socos, chutes e puxões de cabelo por homem no meio da rua em General Salgado (SP) Reprodução/Câmera de segurança Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM

Por que Trump demitiu diretora do Banco Central americano em ação sem precedentes

Por que Trump demitiu diretora do Banco Central americano em ação sem precedentes

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que removerá imediatamente Lisa Cook, funcionária do Federal Reserve (Fed), do seu cargo, em uma grande escalada em sua batalha contra o banco central americano. Ele afirmou que havia "motivos suficientes" para acreditar que Cook deu informações falsas sobre contratos imobiliários pessoais e citou poderes constitucionais que, segundo ele, lhe permitiram removê-la. Em resposta, Cook afirmou que Trump não tem autoridade para demiti-la e que ela não renunciará. A demissão de um membro da liderança do banco central pelo presidente é uma ação sem precedentes nos EUA, e ocorre em um momento em que Trump vem pressionando cada vez mais o Fed — especialmente seu presidente, Jerome Powell — pelo que ele considera uma relutância em reduzir as taxas de juros. Cook é um dos sete membros do Conselho de Governadores do Fed e, neste cargo, integra o comitê de 12 membros responsável por definir as taxas de juros nos EUA. Ela votou, juntamente com Powell e a maioria dos outros membros do comitê, pela manutenção das taxas de juros americanas na última reunião do Fed, no final de julho. Ela foi nomeada pelo antecessor de Trump, o democrata Joe Biden, em 2022, e é a primeira mulher negra a ocupar o cargo. A decisão de Trump de demitir Cook provavelmente levantará questões jurídicas, com especialistas sugerindo que a Casa Branca precisará demonstrar — possivelmente em juízo — que tinha motivos suficientes para demiti-la. "O presidente Trump alegou ter me demitido 'por justa causa' quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo", disse Cook em um comunicado. "Não vou renunciar. Continuarei a cumprir minhas obrigações para ajudar a economia americana, como tenho feito desde 2022", acrescentou. "Tomaremos todas as medidas necessárias para impedir a tentativa de ação ilegal [de Trump]", disse o advogado de Cook, Abbe David Lowell. O Federal Reserve (Fed) ainda não se pronunciou sobre o anúncio do presidente, feito na noite de segunda-feira (25/8) por meio de sua plataforma de mídia social Truth Social. Ele publicou uma carta endereçada a Cook na qual a informava de sua decisão de removê-la do conselho de diretores do banco com efeito imediato. Trump também aventou repetidamente a possibilidade de demitir Powell. De acordo com a carta de Trump, Cook assinou um documento atestando que um imóvel em Michigan seria sua residência principal pelo próximo ano. "Duas semanas depois, você assinou outro documento para um imóvel na Geórgia, afirmando que seria sua residência principal pelo próximo ano", disse o presidente. "É inconcebível que você não estivesse ciente de seu primeiro compromisso ao assumir o segundo", escreveu ele. O presidente havia pedido sua renúncia na semana passada devido à alegação de fraude hipotecária, feita pela primeira vez em uma carta pública do regulador de financiamento imobiliário, Bill Pulte, um aliado de Trump, à Procuradora-Geral Pam Bondi. O regulador de financiamento imobiliário disse que a carta denunciava um crime e instou o Departamento de Justiça a investigar. Não está claro se uma investigação foi aberta. Cook disse à BBC em um comunicado na semana passada que soube das alegações pela mídia e que o assunto decorreu de um pedido de empréstimo hipotecário que ela fez quatro anos antes de ingressar no Fed. "Não tenho intenção de ser pressionada a renunciar ao meu cargo por causa de algumas questões levantadas em um tuíte", disse ela. "Pretendo levar a sério quaisquer perguntas sobre meu histórico financeiro como membro do Federal Reserve e, portanto, estou reunindo informações precisas para responder a quaisquer perguntas legítimas e fornecer os fatos." Se Cook ou o Fed resistirem à decisão de Trump de destituí-la, especialistas sugerem que isso poderá desencadear um impasse entre o banco central e a Casa Branca. O Fed conquistou a independência do governo dos EUA em 1951. Trump tem expressado crescente animosidade contra Powell, chamando-o de "idiota" e "imbecil teimoso" por não apoiar os apelos do presidente por cortes rápidos e significativos nas taxas de juros. Mas, na semana passada, Powell aumentou as expectativas de que haverá um corte na taxa de juros em setembro. Em entrevista a banqueiros reunidos em Jackson Hole, Wyoming, ele também argumentou que o impacto inflacionário das tarifas de Trump pode ser temporário. O dólar americano se desvalorizou em relação às principais moedas mundiais no mercado asiático nesta terça-feira (26/8), com os investidores apostando que o substituto de Cook provavelmente pressionaria por mais cortes nas taxas de juros. "A questão-chave para os mercados é: se Trump conseguir substituir Cook, ele poderia reformular a composição do Fed e como isso impactar a percepção do mercado sobre a capacidade de investimento nos EUA?", disse Julia Lee, da empresa de dados financeiros FTSE Russell, à BBC. Shoki Omori, estrategista-chefe do banco japonês Mizuho, ​​destacou as preocupações com a pressão que Trump vem exercendo sobre Powell nas últimas semanas. "Powell parece estar reagindo, mas quem vier a seguir pode simplesmente ouvir o que a Casa Branca quiser. Não parece nada bom." 'Vamos combater fogo com fogo': como governador da Califórnia lidera oposição a Trump nos EUA O magnata cubano que desafia Trump com mensagens em outdoors em Miami Bancos estrangeiros no Brasil precisam obedecer sanções americanas como a lei Magnitsky?

PlatôBR: Comissão geral vai medir aceitação da reforma administrativa na Câmara

PlatôBR: Comissão geral vai medir aceitação da reforma administrativa na Câmara

As discussões sobre a reforma administrativa vão ganhar um palco privilegiado no próximo dia 3 de setembro com a realização de uma reunião da comissão geral anunciada em rede social nesta segunda-feira, 25, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na prática, será uma audiência pública em escala ampliada para dar visibilidade a um assunto […]

Senado tenta pela 5ª vez votar projeto que afrouxa Lei da Ficha Limpa

Senado tenta pela 5ª vez votar projeto que afrouxa Lei da Ficha Limpa

CAIO SPECHOTO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) A proposta que afrouxa a Lei da Ficha Limpa entrou pela quinta vez na pauta de projetos a serem votados pelo Senado. A autora do texto é a deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, cassado em 2016. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluiu o projeto como primeiro da lista de votações desta terça-feira (26). O texto já esteve na pauta do plenário da Casa em agosto, setembro e outubro de 2024, além de março deste ano. Já foi aprovado na Câmara e depende de aval do Senado para ser enviado à sanção do presidente Lula (PT). A principal mudança que o projeto institui é a limitação do prazo de inelegibilidade de políticos enquadrados na Lei da Ficha Limpa a oito anos. Atualmente, na prática, esse período pode ser bem maior. A lei em vigor atualmente estabelece que o período de oito anos deve ser contado apenas a partir do trânsito em julgado da condenação, quando não cabem mais recursos na Justiça. Além disso, se o político exerce cargo eletivo, o tempo de inelegibilidade é acrescido do tempo restante do mandato. Se houver outros processos de inelegibilidade, o período sem disputar eleições pode se acumular e ser ainda maior. O projeto na pauta do Senado fixa a punição em oito anos a partir da decisão judicial, da condenação, da eleição na qual ocorra o ilícito ou da renúncia —nos casos em que o acusado deixa o cargo que ocupa para evitar punições. O tempo restante de mandato não entrará mais na conta caso o texto seja aprovado. Além disso, a proposta estabelece um teto de 12 anos de inelegibilidade para as situações em que um político é punido em mais de um caso. Inicialmente, a proposta em discussão no Congresso tinha uma brecha que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o dispositivo foi retirado pelo relator do texto no Senado. Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto (PL) foram condenados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político, no caso dos ataques às urnas em encontro com embaixadores, e econômico, pelo uso eleitoral das comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022. O ex-presidente não teve cassado seu registro de candidatura —não sofreu também perda do diploma nem do mandato, já que não foi eleito. Isso permitiria uma argumentação para reverter a inelegibilidade, visto que a proposta original atrelava essa punição à cassação de registro de candidaturas, diplomas ou mandatos. O relator do projeto no Senado, Weverton (PDT-MA), aceitou uma sugestão do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), para alterar essa parte do texto e inviabilizar esse possível argumento. A redação proposta por ele mantém a inelegibilidade para casos de comportamento grave, mas suprime o trecho que condicionava essa pena à cassação de registros, de diplomas ou de mandatos. Um dos idealizadores da lei em vigor atualmente, o advogado Márlon Reis criticou a proposta discutida pelos senadores. "A maior gravidade deste projeto está na redução drástica dos prazos de inelegibilidade", afirmou. A Lei da Ficha Limpa passou a vigorar em 2010. Em 2018, foi o dispositivo que impediu a candidatura ao Planalto do hoje presidente Lula. O petista, à época, estava preso em Curitiba por causa da operação Lava Jato. A lei tem apoio popular, mas é criticada tanto no meio político quanto no meio jurídico. "Sem querer ofender ninguém, já ofendendo, essa lei foi tão mal feita que parece que foi feita por bêbados", disse o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes em 2016. Em fevereiro, Bolsonaro defendeu a revogação da lei e afirmou que ela serviria apenas para "perseguir [a] direita". Para que um candidato seja enquadrado e, consequentemente, perca seus direitos políticos pela Lei da Ficha Limpa, ele deve ser condenado por um órgão colegiado nos crimes previstos no próprio texto legal ou se enquadrar nos outros requisitos trazidos pelo dispositivo.

Acusado de construir discurso contra urnas, Ramagem será julgado em duas etapas

Acusado de construir discurso contra urnas, Ramagem será julgado em duas etapas

CÉZAR FEITOZA BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) Ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem será julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de ser um dos responsáveis por preparar o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas. A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que a busca por descredibilizar o sistema eletrônico de votação foi a etapa inicial de um plano para manter Bolsonaro no comando do Palácio do Planalto mesmo em caso de uma eventual derrota nas eleições presidenciais. Quando já ocupava o cargo deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, Ramagem teve sua denúncia aceita pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi acusado de cometer cinco crimes, mas a Câmara dos Deputados, em embate com o Supremo, decidiu suspender parte da ação penal contra o deputado —aquela que tratava dos crimes que teriam sido cometidos após a diplomação dele como parlamentar. Por isso, como acusado de integrar o núcleo central da trama golpista, Ramagem será julgado a partir do próximo dia 2 pela acusação dos crimes de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa armada. Só quando deixar de ser deputado ele poderá ser julgado pelos crimes de dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, ambos relacionados aos ataques de 8 Janeiro. Veja o que pesa contra Alexandre Ramagem, segundo a denúncia da PGR: Construção da mensagem golpista A Polícia Federal encontrou em material apreendido com Ramagem quatro arquivos de texto com críticas ao sistema eleitoral. Eles eram escritos em primeira pessoa e indicavam que o destinatário seria Bolsonaro. Os arquivos foram salvos com os nomes "Bom dia Presidente.docx", "Presidente TSE Informa.docx", "PR Presidente" e Presidente.docx". Os indícios de que seu interlocutor era Bolsonaro estão também em frases escritas por Ramagem, como "parabéns, presidente", "estou à disposição" e "conte sempre comigo". Em um dos textos, Ramagem diz que mesmo antes da eleição já havia como "concluir que será apontada vulnerabilidade na transparência técnica e na governança exclusiva do tribunal". Em outro trecho, diz ter "total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do Sr. no primeiro turno". "Entendo que argumento de anulação de votos não seja uma boa linha de ataque às urnas. Na realidade, a urna já se encontra em total descrédito perante a população. Deve-se enaltecer essa questão já consolidada subjetivamente", escreveu o então diretor da Abin. As propostas de ataque às urnas também foram encontradas em um print que seria de uma conversa entre Ramagem e Bolsonaro. O chefe da Abin dizia que "as maiores autoridades em computação já conseguiram identificar diversas falhas e vulnerabilidades". Segundo a PGR, os arquivos revelaram a "intensa atuação [de Ramagem] para transmitir informações sem base confiável e desestabilizar as instituições democráticas". "A predileção pelo assunto eleitoral não era fortuita. A intensa dedicação em demonstrar supostas falhas no sistema eleitoral brasileiro atendia diretamente aos interesses de Jair Bolsonaro. Prova disso é que as orientações de Alexandre Ramagem foram amplamente utilizadas em pronunciamentos públicos do então presidente", afirma Paulo Gonet nas alegações finais. A defesa de Ramagem, feita pelo advogado Paulo Renato Cintra, diz que o conteúdo dos arquivos tinha convergência com o que já era propagado por Bolsonaro havia anos. Não faria sentido, portanto, imputar ao ex-diretor da Abin a responsabilidade de construir a narrativa contra as urnas. Segundo Cintra, os arquivos expressavam somente a opinião pessoal de Ramagem. Espionagem ilegal A denúncia acusa Ramagem de montar uma estrutura paralela na Abin para realizar ataques virtuais. O núcleo atuaria como uma central de contrainteligência, que produzia desinformação contra os opositores da organização criminosa. Segundo a PGR, o grupo comandado por Ramagem utilizava ferramentas à disposição da agência, como o sistema FirstMile, que permite monitorar a localização de celulares. Foram alvo das ações clandestinas, de acordo com as investigações, ministros do Supremo, deputados e jornalistas. Ramagem ainda é acusado de, no comando da Abin, determinar monitoramento sobre suspeitas envolvendo Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente. A defesa do deputado diz que os fatos não foram descritos corretamente pela Procuradoria e que tampouco os crimes podem ser atribuídos a Ramagem. Ela destaca que o FirstMile foi adquirido pela Abin antes do início do governo Bolsonaro e diz que, quando Ramagem assumiu a direção da agência, identificou uma possível utilização indevida do sistema e "provocou as autoridades administrativas competentes para que verificassem a licitude de sua utilização". Interferência na Polícia Federal Em um dos arquivos encontrados no celular de Ramagem, com o título "ataque às urnas e aos Poderes", o ex-diretor da Abin sugere que a AGU (Advocacia-Geral da União) fosse usada para produzir pareceres que respaldassem a Polícia Federal a descumprir de ordens de buscas e prisões. "As unidades da PF […] necessitam apenas de respaldo legal e comando hierárquico para cumprir ou não as medidas do STF manifestamente contrárias à lei", completa. A defesa de Ramagem ressalta o uso da expressão "para cumprir ou não" e argumenta que isso passaria ela análise jurídica da AGU. "É importante registrar que a AGU não foi acionada. Não houve crime. Ainda que a mensagem tivesse sido efetivamente transmitida ao então presidente —e não há evidência nesse sentido—, a proposta jamais foi levada adiante, não havendo materialidade", completa.

Paçoca de carne suína com melancia vira patrimônio imaterial em Capão Bonito; saiba como é feita a receita de origem tropeira

Paçoca de carne suína com melancia vira patrimônio imaterial em Capão Bonito; saiba como é feita a receita de origem tropeira

Paçoca de carne suína com melancia, agora patrimônio gastronômico de Capão Bonito, preserva a tradição tropeira e o sabor que atravessa gerações Alexandre Mendes/Divulgação Pela primeira vez em seus 168 anos de história, Capão Bonito (SP) reconheceu oficialmente um prato típico como patrimônio cultural imaterial do município. A paçoca de carne suína acompanhada de melancia foi declarada patrimônio gastronômico por meio de lei sancionada pelo prefeito Julio Fernando Galvão Dias, em 11 de agosto de 2025. A receita, de origem tropeira, foi preservada e difundida pelo culinarista Nelson Alcover, dono da Gamela Charcutaria. Ele conta que aprendeu a fazer o prato com a família e que a tradição atravessa gerações. Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp "Foi bom receber essa notícia, informada pela própria prefeitura. É um prato já conhecido e usado em vários eventos culturais do município", disse Nelson ao g1. Lei sancionada pelo prefeito Julio Fernando Galvão Dias, em 11 de agosto de 2025, reconhece oficialmente a paçoca de carne suína com melancia como patrimônio imaterial de Capão Bonito Alexandre Mendes/Divulgação Como é feito O prato leva pernil suíno frito em gordura de porco, temperado a gosto, misturado com farinha de milho e pilado até atingir a consistência desejada. A melancia é servida à parte, como acompanhamento refrescante. Ingredientes: 1 kg de pernil suíno; 1 kg de farinha de milho; Temperos a gosto (sal); 1 melancia. "Tempera e frita o pernil, conserva na gordura de porco, coloca a farinha junto e soca no pilão. Depois é só servir com melancia", explica Alcover. Valor cultural Segundo o diretor de Cultura de Capão Bonito, Alexandre Mendes, a escolha da paçoca com melancia como patrimônio gastronômico reforça a identidade tropeira da região. "A origem da paçoca está associada à nossa raiz tropeira, que tanto influenciou a culinária e os hábitos da população. A junção com a melancia representa nossas tradições e nossa identidade cultural", afirma. O prato já foi destaque em festivais como o Revelando SP, figurando entre os mais degustados em edições anteriores. Também já apareceu em reportagens do programa Globo Rural e em coberturas da TV TEM. Tradição das gamelas Além da receita, a tradição de servir a paçoca em gamelas — travessas de madeira talhadas artesanalmente — também faz parte da herança cultural de Capão Bonito. Os utensílios eram usados por tropeiros e ainda são produzidos na região. Apesar de o prato ser novamente selecionado para representar Capão Bonito no Revelando SP 2025, Nelson informou que, por motivos pessoais, não participará da edição deste ano. Diretor de Cultura, Alexandre Mendes, e o culinarista Nelson Alcover durante a caravana da TV TEM em 2023, em Capão Bonito Divulgação/Alexandre Mendes Confira os destaques do g1: g1 em 1 minuto: Família faz trocadilhos com nome de bebê em 'mesversários' temáticos Papa Bento, Chico Bento e São Bento: família faz trocadilhos com nome de bebê em 'mesversários' temáticos Quilombo de Itararé: herança de forças e histórias de 26 famílias ecoam em cada canteiro Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

Prefeitura de SP vai ampliar oferta de canabidiol no SUS para mais de 30 doenças, de depressão à dor crônica

Prefeitura de SP vai ampliar oferta de canabidiol no SUS para mais de 30 doenças, de depressão à dor crônica

Maconha medicinal: pacientes, artistas e profissionais da saúde vão gravar vídeos para evitar que tratamentos sejam prejudicados por uma resolução restritiva CBD-Infos-com para Pixabay A Prefeitura de São Paulo vai ampliar o acesso a medicamentos à base de cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS) municipal para o tratamento de mais de 30 doenças. A lista inclui transtornos psiquiátricos, dores crônicas, doenças neurodegenerativas, epilepsias, autismo e algumas condições reumatológicas. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a medida busca reduzir a judicialização — pacientes que antes precisavam recorrer a ações na Justiça poderão receber o tratamento diretamente na rede. Como vai funcionar O processo de distribuição será regulamentado pela Portaria SMS nº 440/2023. Os medicamentos estarão disponíveis em farmácias municipais de referência, mediante apresentação de: prescrição médica, notificação de receita B1, cartão SUS ou CPF, assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A relação completa das farmácias pode ser consultada na plataforma Remédio na Hora. A SMS afirma que os médicos da rede estão sendo capacitados para prescrever cannabis medicinal e que a prescrição só poderá ser feita por profissionais legalmente habilitados e com avaliação clínica individual. Remédios a base de canabidiol: distribuição no SUS completa um ano nesta sexta Quem poderá receber O canabidiol será destinado a pacientes com quadros graves e/ou refratários aos tratamentos convencionais. Entre as condições incluídas estão: Transtornos mentais e do comportamento: episódios e transtornos depressivos (CIDs F32, F33), ansiedade (F41), distúrbios do sono (F51), autismo (F84). Doenças neurológicas: Huntington (G10), Parkinson (G20), Alzheimer (G30), esclerose múltipla (G35), epilepsias (G40.4, G40.8, G40.9), distúrbios do sono (G47), neuropatias (G56 a G63). Doenças reumáticas: artrite reumatoide (M06, M06.9), outras artrites (M13, M13.8, M13.9), artrose (M19), fibromialgia (M79.7). Malformações congênitas: neurofibromatose (Q85.1). Outras condições: dor crônica intratável (R52.2), efeitos adversos de drogas antineoplásicas e imunossupressoras com náuseas/vômitos (T45.1 + R11.2). Quais medicamentos estarão disponíveis Na rede municipal serão oferecidas cinco apresentações orais de canabidiol: Full Spectrum 200mg/ml e 100mg/ml (com até 0,2% de THC); Broad Spectrum 200mg/ml, 100mg/ml e 50mg/ml (isentas de THC). Próximos passos As orientações seguem a legislação da Anvisa. Segundo a Secretaria, a Nota Técnica SMS/SEABEVS nº 01/2025 está em fase final de publicação e vai detalhar o protocolo de prescrição. Com a iniciativa, São Paulo se torna uma das primeiras capitais do país a estruturar um processo próprio de acesso ao canabidiol no SUS municipal, acompanhando o movimento nacional de expansão da cannabis medicinal como alternativa terapêutica em casos graves.

Em primeira reunião, CPMI do INSS tentará convocar Carlos Lupi

Em primeira reunião, CPMI do INSS tentará convocar Carlos Lupi

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga fraudes em benefícios do INSS realiza nesta terça-feira, 26, sua primeira reunião deliberativa. Entre os nomes que podem ser chamados a depor já nesta primeira fase estão os ex-ministros Carlos Lupi e Carlos Gabas, além de ex-presidentes do INSS como Leonardo Rolim, Renato Vieira e Lindolfo Neto... The post Em primeira reunião, CPMI do INSS tentará convocar Carlos Lupi appeared first on O Antagonista .

BR-230 será parcialmente interditada para transporte de vigas de concreto, em Cabedelo

BR-230 será parcialmente interditada para transporte de vigas de concreto, em Cabedelo

Dnit anuncia interdição parcial no km 11 da BR-230, em Cabedelo, a partir desta terça-feira (26) Reprodução / TV Cabo Branco O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) anunciou que vai interditar parcialmente o km 11 da BR-230, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, a partir desta terça-feira (26). As interrupções que ocorrerão em curos períodos serão necessárias para o transporte de vigas em concreto armado. Segundo o DNIT, essas vigas são destinadas à obra do viaduto no km 12 da BR-230. Para que o transporte ocorra em segurança, uma faixa da pista no sentido João Pessoa e Cabedelo será interditada durante o transporte. O tempo estimado de interdição, segundo o DNIT, é de cinco minutos e será realizado durante o durante o intervalo das 9 às 16 horas. A previsão é que os serviços sejam concluídos em quatro dias. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

CNI contrata lobista próximo de Trump às vésperas de viagem a Washington para negociar tarifas

CNI contrata lobista próximo de Trump às vésperas de viagem a Washington para negociar tarifas

JULIA CHAIB WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) A CNI (Confederação Nacional da Indústria) contratou o escritório de um lobista ligado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às vésperas de uma viagem ao país para tentar reverter as tarifas impostas pelo republicano a produtos brasileiros. O presidente da entidade, Ricardo Alban, vai a Washington para uma missão entre os dias 3 e 4 de setembro, acompanhado por representantes de uma série de setores. A agenda incluirá conversas com empresários americanos, reunião na embaixada do Brasil nos EUA e uma audiência pública no USTR, o órgão americano que trata de comércio internacional, a respeito da investigação tarifária aberta contra o Brasil. A reunião no USTR estava marcada previamente para ouvir as entidades que formalizaram apontamentos a respeito da investigação comercial aberta contra o Brasil, como fez a confederação. Caberá ao embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), representar o setor industrial na ocasião. Como reforço à missão, a CNI contratou Brian Ballard, que tem uma das maiores firmas de lobby (profissão regulamentada nos EUA) em Washington, além de um escritório de advocacia. Segundo o contrato, cuidarão da conta o próprio Ballard e Hunter Morgen, que atuou com comércio externo e imigração durante o primeiro mandato de Trump. Morgen foi também adjunto de Peter Navarro, que na primeira passagem do republicano pela Casa Branca, tinha o cargo de diretor do Conselho Nacional de Comércio. Navarro atua hoje na Casa Branca como um dos principais conselheiros do presidente dos EUA para tarifas. As negociações entre Estados Unidos e Brasil estão travadas desde que Trump anunciou que taxaria os produtos brasileiros em 50%, em 9 de julho. As sobretaxas entraram em vigor em 6 de agosto e atingem 36% dos produtos exportados pelo Brasil aos EUA, segundo o governo brasileiro. Foram afetados itens importantes na relação comercial entre os dois países, como máquinas agrícolas, carnes e café. Trump criou 700 exceções no decreto (leia a íntegra) que oficializou a medida, livrando 43% do valor de itens brasileiros exportados para o país das novas alíquotas, como mostrou levantamento feito pela Folha. Estão isentos do tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil —o que livra a Embraer— e suco de laranja. A CNI diz que um dos objetivos é conseguir ampliar o número de exceções. O governo americano tem resistido a negociar com o Brasil. Trump atrelou as tarifas, em parte, ao que vê como uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo brasileiro e o STF (Supremo Tribunal Federal) têm sido firmes ao afirmar que não cederão na parte política e que apenas topam negociar a questão comercial. Enquanto isso, o diálogo está travado. Apesar da dificuldade, Ballard disse à Folha ver espaço para conversar. "Vamos focar nas exclusões, no que podemos fazer. Eu realmente acho que há espaço para mais. Estamos tendo conversas agora, não quero entrar nos detalhes disso, mas acho que há uma disposição para não prejudicar aquelas empresas e indústrias brasileiras que têm um papel importante na economia dos Estados Unidos", avalia. "Acho que precisamos encontrar uma maneira de fazer isso sem minar o principal objetivo do presidente [Trump], que é tentar fazer com que o governo brasileiro entenda a importância do que está acontecendo quanto à questão do ex-presidente [Bolsonaro]", diz. Integrantes da CNI dizem que o objetivo é fazer uma missão independente, sem ligação com o governo e com o foco empresarial para tentar ampliar as chances de negociação. A contratação de um lobista próximo à Casa Branca entra nesse contexto. A confederação não quis comentar a escolha de Ballard. O lobista foi um dos grandes arrecadadores de fundos para as campanhas de Trump. Também já trabalhou para as Organizações Trump no passado. A chefe de gabinete do republicano, Susie Wiles, e a secretária do Departamento de Justiça, Pam Bondi, trabalharam em sua empresa, fundada na Flórida. O site Politico reportou em maio que o presidente americano havia rompido com Ballard em razão de um desentendimento ligado a um dos seus clientes. No mesmo mês, porém, o site Axios escreveu que o lobista havia se encontrado com Trump e Willes e resgatado os laços na Casa Branca. O escritório de Ballard atua para gigantes americanas, como a Chevron, Bayer, JP Morgan, entre outras. Além da CNI, ele tem contrato com pelo menos outras cinco empresas brasileiras. Dirigentes de diversas associações vão acompanhar a CNI na missão da semana que vem. Segundo a confederação, confirmaram presença até agora os representantes de associações de brinquedos, máquinas e equipamentos, têxtil, alumínio, carnes, madeira, café, ferramentas, cerâmica, entre outros. A Embraer também é uma das empresas confirmadas na missão.

Golpistas usam IA para criar golpes que enganam até empresas

Golpistas usam IA para criar golpes que enganam até empresas

A crescente evolução da Inteligência Artificial tem aberto portas para inovações incríveis, mas também está transformando a maneira como os golpistas operam. De deepfakes a mensagens altamente personalizadas, esses criminosos estão aproveitando a tecnologia para criar fraudes cada vez mais convincentes. Como os golpistas estão usando deepfakes? Com o avanço dos deepfakes, golpistas são capazes... The post Golpistas usam IA para criar golpes que enganam até empresas appeared first on O Antagonista .