Tentativa de Hamas de retomar controle de Gaza com execuções públicas fortalece demanda de Israel por desarmamento do grupo

Tentativa de Hamas de retomar controle de Gaza com execuções públicas fortalece demanda de Israel por desarmamento do grupo

A campanha de execuções públicas e de perseguição a grupos dissidentes lançada pelo Hamas após o início do cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza acendeu um sinal de alerta entre grupos de defesa de direitos humanos, que denunciaram como graves violações o que classificaram como execuções extrajudiciais. Analistas ouvidos pelo GLOBO apontam que a onda de violência observada no enclave palestino é parte de um movimento do Hamas para retomar à força o controle de fato do território, em um reposicionamento antes da continuidade das negociações políticas — uma abordagem interna que pode ter como efeito colateral externo uma participação ativa de países árabes e de maioria islâmica para atingir o objetivo de Israel de desarmar o grupo palestino e excluí-lo da futura administração do enclave. Matéria exclusiva para assinantes. Para ter acesso completo, acesse o link da matéria e faça o seu cadastro.

Casos registrados de envenenamento crescem e chegam a 560 no 1º semestre de 2025; 15 pessoas morreram

Casos registrados de envenenamento crescem e chegam a 560 no 1º semestre de 2025; 15 pessoas morreram

Serial Killer teria matado mulher para incriminar ex-namorado PM que era casado Os casos notificados de envenenamento criminoso estão aumentando a cada ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, 560 pessoas foram envenenadas e 15 morreram somente no primeiro semestre de 2025. O número é o maior da série histórica no mesmo período e representa um aumento de 9% em relação 2024, que teve 513 casos nos seis primeiros meses. Vários casos de envenenamento ganharam repercussão neste ano. O mais recente envolve a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, que está sendo chamada pela polícia de São Paulo de serial killer. Dados sobre envenenamento estão no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), alimentado por profissionais que atendem pacientes em unidades de saúde públicas e privadas. No registro, os médicos precisam informar se o envenenamento ocorreu em uma circunstância de "violência/homicídio" e se houve morte. Os números de 2025 não estão consolidados e ainda podem aumentar. Os casos de envenenamento por metanol, por exemplo, que aconteceram em setembro, não foram incluídos no Sinan, por enquanto. Além das 15 vítimas que morreram envenenadas por terceiros neste ano, segundo os dados do Sinan, nove pessoas se curaram, mas ficaram com sequelas. Contudo, a maioria dos pacientes se curou e não tiveram sequelas (407 casos). Os demais morreram por outras causas não identificadas, ou a evolução do caso não foi registrada. O número de mortes já registrado em 2025 está acima da média em relação a outros anos. Em 2024, por exemplo, foram notificadas 19 mortes por envenenamento criminoso em 12 meses, quase a mesma quantidade de pessoas que morreram apenas no primeiro semestre de 2025. Ao todo, 11.630 pessoas sofreram envenenamento criminoso desde 2007. Os números praticamente dobraram na última década. Em 2015, 577 pessoas foram envenenadas. Já em 2024, os casos chegaram a 1.141. As mortes, no entanto, se mantiveram praticamente no mesmo patamar em 10 anos e até reduziram proporcionalmente. Foram 18 óbitos em 2015 e 19 em 2024. Ao todo, 220 morreram desde 2007. Regulamentação para venda de raticidas Ana Paula, presa por envenenamento Reprodução/TV Globo No caso mais recente de grande repercussão, a investigação policial aponta que a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, que está sendo chamada pela polícia de serial killer, envenenou e matou quatro pessoas nos últimos cinco meses. A suspeita é que tenha usado um veneno contra ratos, conhecido como chumbinho. Raticidas aparecem em 2º lugar como o agente tóxico mais utilizado por quem pretende envenenar outra pessoa. Segundo os dados do Sinan, foram notificados 38 casos em 2025. Em 1º lugar estão os medicamentos, com 300 casos neste ano. Para Juliana Sartorelo, toxicologista e coordenadora do comitê de toxicologia da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), não há uma resposta única para explicar o aumento dos envenenamentos criminosos. Mas ela levanta algumas hipóteses, como fatores sociais, que causam instabilidades comportamentais, e a facilidade de acesso às substâncias tóxicas. Para reduzir o número de casos, a especialista diz que é preciso aumentar a fiscalização e implementar estratégias de controle de comercialização de substâncias potencialmente tóxicas. “Além disso, [é preciso] focar em ações preventivas, estratégias de acolhimento e políticas públicas voltadas para a saúde mental da população”, defende Sartorelo. Média de 28 internações mensais O Brasil registrou uma média de 28 internações mensais por envenenamento criminoso entre 2015 e 2024, segundo levantamento da Abramede com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, foram 3.461 casos de intoxicação proposital causada por terceiros, que levaram à internação hospitalar de ao menos 24 horas na última década. Para representantes da entidade médica, o envenenamento é uma arma silenciosa e eficaz, que exige treinamento dos profissionais para identificar rapidamente as intoxicações, o que reduz a probabilidade de mortes. Sartorelo também destaca a disponibilidade de antídotos nas unidades de saúde como essencial para tratamento eficaz. “Deve haver também notificação dos casos no Sinan para que possam ser identificados padrões, sazonalidade e tipos de substâncias tóxicas. Isso ajuda a nortear as políticas públicas voltadas para o tema”, afirmou a especialista. Procurado, o Ministério da Saúde informou que ações e políticas públicas para casos de envenenamento são de responsabilidade do Ministério da Justiça. Em nota, o Ministério da Justiça disse que o Sistema de Alerta Rápido (SAR), que integra a estratégia da Secretaria Nacional da Política sobre Drogas, pode ser notificado a respeito de casos diversos relacionados a substâncias, incluindo intoxicações exógenas. “O SAR está apto a receber e a alertar órgãos que possam responder de imediato em caso de aumento expressivo de casos ou ameaça à segurança e saúde”, diz a nota. Relembre casos de envenenamento em 2025 Em janeiro, nove pessoas da mesma família comeram um baião de dois envenenado com terbufós —substância altamente tóxica semelhante ao chumbinho — em Parnaíba (PI). Seis delas morreram. Meses antes, duas crianças já tinham morrido com sintomas de envenenamento. Os suspeitos são o casal Francisco de Assis e Maria dos Aflitos. Algumas vítimas eram filhos ou netos da mulher. Outra era vizinha dos réus. Eles estão presos desde janeiro e vão responder por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio qualificado. Em março, a professora de pilates Larissa Rodrigues foi encontrada morta no apartamento em que vivia com o marido, o médico Luiz Antônio Garnica, em Ribeirão Preto (SP). Exames detectaram a presença de chumbinho no organismo da vítima. Luiz Antônio Garnica, Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP Reprodução/g1 As investigações concluíram que Larissa vinha sendo envenenada pela sogra, Elizabete Arrabaça, a mando do filho, após descobrir uma traição e temer perder parte dos bens na separação. Mãe e filho estão presos desde maio e foram denunciados por feminicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Em abril, os irmãos Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, e Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, morreram em Imperatriz (MA) após comerem um ovo de Páscoa contaminado com chumbinho. A mãe das crianças, Mírian Lira Rocha, também foi internada em estado grave, mas sobreviveu. O presente havia sido entregue por um motoboy com um bilhete que dizia: “Com amor, para Mírian Lira. Feliz Páscoa”. As investigações apontaram que o chocolate foi enviado por Jordélia Pereira Barbosa, ex-namorada do atual companheiro de Mírian. Em setembro, a Justiça decidiu que ela será julgada pelo Tribunal do Júri em Imperatriz. Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa suspeita de envenenar ovo de Páscoa no interior do Maranhão. Divulgação/Redes sociais Também em abril, a bebê de oito meses de idade, Yohana Maitê Filgueira Costa, morreu em Natal, no Rio Grande do Norte. Ela tomou um açaí envenenado com chumbinho. A prima de segundo grau da menina também consumiu o alimento, passou mal e chegou a ficar internada em estado grave, mas sobreviveu. A polícia ainda não apontou suspeitos. Em junho, em Itapecerica da Serra, São Paulo, a adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu depois de comer um bolo de pote que recebeu em casa, acompanhado de um bilhete. A Polícia Civil identificou outra adolescente, também de 17 anos, como responsável pelo envio do doce. Segundo o delegado do caso, o crime foi motivado por “raiva e ciúmes”. A suspeita foi apreendida e encaminhada à Fundação Casa e o caso segue em investigação.

Quais são os grupos extremistas em choque com o Hamas em Gaza?

Quais são os grupos extremistas em choque com o Hamas em Gaza?

Forças do grupo terrorista Hamas entraram em confronto com grupos armados rivais em diferentes partes da Faixa de Gaza na terça-feira, um dia após a assinatura do acordo de cessar-fogo firmado com Israel. Integrantes do braço armado do Hamas conduziu execuções públicas que foram gravadas em vídeo e espalhadas nas redes sociais. Essas ações, que continuam a espalhar medo entre palestinos, fazem parte de uma disputa de poder pelo controle do enclave. O grupo islamista acusa membros das milícias rivais de serem "traidores" e aliados do governo de Israel. Entenda: Em Gaza, 50 milhões de toneladas de escombros e falta de equipamentos desafiam busca por corpos de reféns israelenses Após cessar-fogo: Organizações internacionais de mídia voltam a exigir acesso imediato de jornalistas a Gaza O acordo de cessar-fogo firmado na última sexta-feira garantiu o retorno de reféns mantidos sob poder do grupo terrorista a Israel, além da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e do recuo de tropas israelenses dentro do enclave. No entanto, esses passos acordados na primeira fase de negociações entre os envolvidos no conflito ainda estão longe de serem suficientes para garantir a paz na região. Desde a segunda-feira, quando o houve a troca de reféns por prisioneiros palestinos, o Hamas convocou cerca de 7 mil membros de suas forças de segurança para reassumir o controle sobre áreas de Gaza que haviam sido desocupadas pelas tropas israelenses. A liderança do grupo na região tem sido desafiada por vários clãs nos últimos meses, especialmente no sul do enclave palestino. E a reocupação rápida do território por parte do Hamas busca não dar espaço para os adversários controlarem a região. Saqueadores que pertencem a esses grupos rivais roubaram milhares de armas e munições dos depósitos do Hamas durante a guerra, e alguns grupos até receberam suprimentos de Israel. Veja quais são os rivais internos do Hamas: Clã Doghmush No domingo, confrontos eclodiram entre o clã Doghmush e as forças de segurança do Hamas, matando pelo menos 27 pessoas, incluindo oito membros do grupo terrorista, de acordo com o Ministério do Interior em Gaza. O clã Doghmush é um dos maiores e mais poderosos da Faixa de Gaza. O clã tem uma relação tensa com o Hamas há muito tempo, e seus membros armados já entraram em confronto com o grupo em várias ocasiões no passado. Essa grande família tem membros em várias facções do espectro político em Gaza, incluindo a Fatah e o Hamas. Mumtaz Doghmush, um importante líder do clã, liderou anteriormente o braço armado dos Comitês de Resistência Popular na Cidade de Gaza. Mais tarde, formou o "Exército do Islã", que declarou lealdade ao Estado Islâmico, e esteve envolvido no ataque transfronteiriço de 2006 que levou à captura do soldado israelita Gilad Shalit, juntamente com o Hamas. Este foi posteriormente libertado numa troca de prisioneiros. Initial plugin text Combatentes do Hamas entraram em confronto com membros do Doghmosh no domingo e na segunda-feira. Muitos membros do clã foram mortos, assim como alguns combatentes do Hamas, de acordo com fontes de segurança. Não há evidências de que Mumtaz Doghmush tenha participado dos confrontos dos últimos dias, uma vez que ele não é visto em público nem dá notícias há alguns anos. Yasser Abu Shabab Além de Doghmush, Yasser Abu Shabab, com base na área de Rafah, é o líder da milícia anti-Hamas mais proeminente e alguns de seus membros dissidentes fundaram outros grupos armados no enclave. Ele opera numa parte do sul de Gaza ainda ocupada pelas forças israelenses. Segundo a Reuters, seu grupo recrutou centenas de combatentes oferecendo salários atraentes. O seu clã é um grupo beduíno concentrado na zona oriental de Rafah e estima-se que sua força pessoal seja de cerca de 400 homens. O Hamas o acusa de colaborar com Israel, mas Abu Shabab nega. Em junho deste ano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu que o país estava armando a milícia rival do Hamas. A informação, revelada inicialmente pela imprensa internacional, foi confirmada por Netanyahu em um vídeo publicado nas redes sociais. Na ocasião, o premier afirmou que o apoio ao grupo era uma forma de ajudar os soldados israelenses. Segundo ele, a revelação da história pela mídia "apenas ajudava o Hamas". Leia mais: Hamas convoca moradores de Gaza a caçar 'colaboradores de Israel' em meio a disputa territorial com facções Segundo o jornal americano Wall Street Journal (WSJ), o grupo — que se autodenomina “Força Popular” — já circula armado pelas ruas da região, portando fuzis M16 e Kalashnikov, armas supostamente fornecidas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e confiscadas de combatentes do Hamas. Acusados de saquear ajuda humanitária em Gaza, Abu Shabab admitiu em entrevista ao New York Times em novembro de 2024, ter “assumido” a distribuição de mantimentos para famílias da região. Clã al-Majida Mais um grupo grande que disputa o poder com o Hamas no enclave palestino é o clã al-Majida, que está sediado em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. No início de outubro, o Hamas invadiu a área do clã para prender homens que, segundo o grupo, eram procurados por terem matado membros do Hamas. Seguiu-se um tiroteio, que resultou em várias mortes de ambos os lados, segundo o Hamas e membros do clã. Fontes próximas ao clã negam as acusações do Hamas de que seus membros tenham ligações com Abu Shabab. O líder do grupo, Hossam al-Astal, é ex-oficial do aparato de segurança preventiva palestino, foi acusado na década de 1990 de colaborar com Israel. Ele estava entre aqueles que se juntaram às milícias de Yasser Abu Shabab antes de fundar o seu próprio grupo armado em Gaza. A milícia acusa o Hamas de usar a invasão como pretexto para assassinatos seletivos, citando um documento que afirmam ter recuperado dos corpos de combatentes do Hamas mortos durante a invasão. No entanto, na segunda-feira, o chefe do clã emitiu uma declaração nas redes sociais afirmando o apoio à campanha de segurança lançada pelo Hamas para manter a lei e a ordem em Gaza, convencendo os membros do clã a cooperarem. Assim como o clã Doghmush, o clã al-Majida é formado por membros com diferentes afiliações, incluindo a Fatah e o Hamas. Rami Hellis O clã Hellis se concentra na Cidade de Gaza, com sede no subúrbio de Shejaia. Há alguns meses, um membro sênior do grupo, Rami Hellis, e Ahmed Jundeya, membro de outro grande clã de Shejaia, formaram uma milícia que atua contra o Hamas em partes de Shejaia que ainda estão sob o controle das Forças Armadas israelenses.

Acusada de planejar queda de Maduro, CIA está por trás de uma longa lista de ações na América Latina; veja algumas

Acusada de planejar queda de Maduro, CIA está por trás de uma longa lista de ações na América Latina; veja algumas

A revelação feita pelo jornal New York Times de que o presidente dos EUA, Donald Trump, autorizou uma operação especial da CIA, a principal agência de inteligência americana, na Venezuela confirmou o que a Casa Branca já dava a entender há algum tempo: para Washington, o tempo de Nicolás Maduro no poder já chegou ao fim. O sinal verde permitiria à agência realizar operações em solo venezuelano, inclusive letais, mas ainda não é possível determinar se há de fato um plano em curso. Diz NYT: Venezuela ofereceu participação no petróleo para encerrar tensões com os EUA Vídeo: Trump diz que seria 'ridículo' responder se autorizou CIA a derrubar governo Maduro Uma eventual operação da CIA na Venezuela — a agência foi acusada de intervir diretamente no golpe fracassado de 2002 para derrubar Hugo Chávez e de atuar junto à oposição a Maduro —, se juntaria a uma longa lista de ações de Washington na América Latina, voltadas a mudanças de regimes considerados hostis pelo governo americano. Veja algumas delas. Chile Segundo documentos do governo americano, o principal alvo de Washington era Salvador Allende, político do Partido Socialista e candidato à Presidência em 1964. Antes da votação, Washington autorizou uma campanha para difamar Allende, que contribuiu para sua derrota nas urnas. Quatro anos depois, o socialista voltou a concorrer, dessa vez com apoio de Cuba e da União Soviética — do outro lado, o dinheiro americano continuou a chegar, mas não impediu sua vitória. Segundo um relatório do Senado americano, de 1975, foram gastos cerca de US$ 8 milhões entre 1970 e 1973 para fomentar a oposição e angariar apoio entre os militares para o golpe liderado por Augusto Pinochet. O então presidente americano, Richard Nixon, e seu conselheiro de Segurança Nacional, Henry Kissinger, apoiaram a junta militar desde o início, e incrementaram a ajuda militar a Santiago — Kissinger, de acordo com registros oficiais, disse a Nixon que os EUA não atuaram diretamente no golpe, mas ajudaram a “criar as melhores condições possíveis”. Nos anos seguintes, o Chile foi um dos líderes da chamada Operação Condor, voltada a reprimir a oposição em ditaduras de direita apoiadas pelos Estados Unidos nos anos 1970. Resposta a Trump: Maduro denuncia 'golpes de estado orquestrados pela CIA', mas diz não querer guerra Brasil Em março, quando o governo americano divulgou mais de sete mil documentos sigilosos do governo de John Kennedy, ficou comprovada a participação da CIA nos movimentos que antecederam o golpe de 1964, que derrubou o presidente João Goulart e deu início a 21 anos de ditadura militar no Brasil. A agência, em telegrama de 1963, afirmava que Goulart "vivia em um mundo de fantasia", e endossava a tese dos conspiradores de que ele pretendia dar um autogolpe e instaurar uma ditadura comunista. Na ocasião, conselheiros de Kennedy indicavam que um golpe seria preferível a deixar o Brasil entrar para a área de influência da União Soviética. Documentos revelados recentemente confirmaram ainda que os EUA tinham um plano de contingência militar — a Operação Irmão Sam — para apoiar os golpistas caso fosse necessário. A proposta previa o uso de navios americanos e o fornecimento de armas e combustível para os insurgentes, mas foi cancelada horas depois da derrubada de João Goulart. Comissão Nacional da Verdade: Militares brasileiros tiveram aula em instituto americano sobre como praticar tortura Equador Nas eleições de 1960, a chegada ao poder de José María Velasco Ibarra, que apesar de não ser um novo Fidel Castro ou um comunista convicto, acendeu sinais amarelos em Washington, e teve início uma das mais intensas operações da CIA na região. A agência conseguiu se infiltrar em praticamente todas as agremiações políticas do país — na esquerda, o objetivo era afastá-las da influência cubana; na direita, angariar apoio às ideias americanas e ao anticomunismo. Ibarra foi forçado a renunciar em 1961, por pressão dos militares, mas seu sucessor, Carlos Julio Arosemana, também não era bem visto pelos americanos. Além da infiltração no meio político, a operação contou com a divulgação de notícias falsas em órgãos de imprensa aliados e a atentados atribuídos à esquerda. Arosemana foi derrubado em 1963, e substituído por uma junta militar afável a Washington. Trump anuncia novo ataque contra barco com 'narcoterroristas da Venezuela' Guatemala Após o fim da ditadura de Jorge Ubico, que gostava de ser chamado de “Napoleão da América Central”, em 1944, a Guatemala foi comandada por dois presidentes que defendiam a realização de reformas sociais, contrárias à agenda de Washington, incluindo uma reforma agrária que desapropriou terras improdutivas da United Fruit Company. A empresa americana intensificou seu lobby junto ao governo americano para derrubar o governo, e a CIA deu início à operação PBSuccess, seguindo a cartilha de ações de desinformação, apoio à oposição e incitação junto aos militares. O então presidente, Jacobo Árbenz, se viu sem saída a não ser a renúncia em 1954, no que foi o início de quatro décadas de instabilidade no país. Haiti No início dos anos 1990, a CIA foi acusada de fornecer apoio para militares que derrubaram o recém-eleito presidente Jean-Bertrand Aristide, e alguns dos comandantes do levante eram pagos por Washington e receberam treinamento nos Estados Unidos. Aristide retornou ao poder em 1994, em uma operação comandada pelos americanos, mas isso não significou que estivesse nas graças da Casa Branca. No golpe de 2004, a CIA foi acusada de fornecer apoio material e militar à Frente Nacional Revolucionária para a Libertação e Reconstrução do Haiti, grupo armado que derrubou Aristide. Como esperado, o governo americano jamais confirmou o apoio ou a participação no movimento. Crise humanitária: Mais da metade da população do Haiti sofre de desnutrição, e número pode aumentar Cuba Nenhum país da América Latina foi alvo tão recorrente de operações da CIA como a ilha comandada por um regime socialista desde 1959. Meses depois da fracassada Invasão da Baía dos Porcos, em 1961, a CIA orquestrou a chamada Operação Mongoose, que autorizava atentados e assassinatos com o objetivo de fragilizar o regime, mas que teve pouco sucesso. A Operação Northwoods, em 1962, pretendia organizar atos de violência dentro dos Estados Unidos para culpar os cubanos e justificar uma guerra contra a ilha, mas ela não saiu do papel. Em outra frente, a CIA não economizou esforços para tentar matar o líder da revolução, Fidel Castro: segundo documentos oficiais e depoimentos de ex-funcionários da agência, foram mais de 600 tentativas, desde atentados até um charuto envenenado. Castro morreu em 2016, aos 90 anos de idade.

Mauro Vieira leva a Washington cobrança por fim de sanções e tarifas contra o Brasil

Mauro Vieira leva a Washington cobrança por fim de sanções e tarifas contra o Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne hoje, em Washington, com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para preparar o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A expectativa de interlocutores do governo brasileiro é que, com a retomada do diálogo entre os dois países, a Casa Branca adote gestos concretos para pôr fim à crise diplomática, incluindo a suspensão das tarifas sobre produtos nacionais e a revogação das sanções contra cidadãos do Brasil. Lula confirma reunião com Rubio e comenta encontro com Trump: ‘Não foi química, foi indústria petroquímica' Lauro Jardim: A preparação e a cautela de Mauro Vieira na véspera da reunião com Marco Rubio em Washington O objetivo do encontro é assegurar que a futura reunião presidencial vá além de declarações simbólicas e resulte em medidas efetivas. Entre os temas centrais estão a suspensão do “tarifaço” de 50% sobre exportações brasileiras e o fim das sanções a autoridades nacionais, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal. Será a segunda reunião entre Vieira e Rubio neste ano, depois da primeira conversa, em julho, quando Trump, ao anunciar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e iniciar uma série de sanções contra autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, praticamente condicionou uma negociação comercial ao arquivamento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela Corte. Scott Bessent: Secretário do Tesouro de Trump propõe trégua mais longa em tarifa para China por terras-raras O governo Lula reagiu afirmando que a soberania nacional não poderia ser desrespeitada e que os Poderes no país são independentes. Desde então, além do tarifaço, os Estados Unidos iniciaram uma investigação por supostas práticas desleais de comércio contra o Brasil, que poderão resultar em novas sanções. O governo americano mira, entre outros pontos, o desmatamento, a corrupção, as tarifas de importação, o uso do Pix como meio de pagamento e as vendas de produtos falsificados na Rua 25 de Março, em São Paulo. Entrevista: ‘Trump sacrifica Bolsonaro se tiver ganhos com Lula’, diz Matias Spektor, professor da FGV Na semana passada, Vieira e Rubio conversaram por telefone durante 15 minutos. A convite do americano, o chanceler viajou a Washington para o encontro. De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, o objetivo da reunião é “dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”. Um dos mais críticos ao governo Lula e ao Judiciário brasileiro, Marco Rubio foi designado para ser o interlocutor da Casa Branca nas negociações com o Brasil, após uma conversa telefônica de meia hora entre Lula e Trump, dias antes. Crédito: Tesouro terá que abrir exceção para fazer empréstimo de até R$ 20 bi aos Correios Nos bastidores, Brasil e Estados Unidos perseguem objetivos distintos. O país busca reduzir barreiras comerciais, garantir previsibilidade e fortalecer cadeias produtivas locais, enquanto Washington exige acesso a minerais estratégicos, regras mais flexíveis para grandes plataformas digitais e alinhamento geopolítico. Na quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou convite americano para tratar de lítio, níquel e terras raras, reforçando o interesse de Washington em um fornecimento estável de insumos estratégicos. No campo digital, o Brasil tenta equilibrar investimento e soberania de dados, enquanto os Estados Unidos pressionam por regulamentação favorável às suas empresas. Para interlocutores brasileiros, a prioridade é previsibilidade e acesso a mercados; para os americanos, influência estratégica e garantias de que o país não se alinhará a rivais globais. Initial plugin text

Lula e Silveira reativam conselho de minerais críticos em meio a interesse dos EUA

Lula e Silveira reativam conselho de minerais críticos em meio a interesse dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participam, nesta quinta-feira, da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), órgão criado para ditar políticas públicas ao setor mineral. Recurso: TCU suspende decisão que obrigava governo a buscar centro da meta fiscal Tarifaço: Mauro Vieira e Marco Rubio buscam destravar agenda entre Lula e Trump após meses de impasse A inauguração do novo órgão acontece em meio ao interesse do governo americano na exploração de minerais críticos e estratégicos no Brasil. Do outro lado, o governo do presidente Lula avalia que o interesse dos americanos no setor pode ser uma oportunidade de barganha nas negociações sobre a retirada das tarifas impostas sobre a compra de produtos brasileiros. Em meio à crescente demanda dos minerais, o foco do Conselho será justamente definir uma estratégia de exploração desses recursos no Brasil. Crédito: Tesouro terá que abrir exceção para fazer empréstimo de até R$ 20 bi aos Correios Os chamados minerais críticos — como lítio, nióbio, cobre e terras raras — são insumos essenciais para a transição energética global e indústria de alta tecnologia. O tema tem se tornado um dos eixos centrais da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, e o Brasil é visto como um dos poucos países com potencial para ampliar a oferta desses recursos de forma sustentável. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil é dono de cerca de 10% das reservas mundiais desses insumos. A produção efetiva no país, no entanto, não passa de 0,09% da oferta global. Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia declarou que vai se reunir com o governo do presidente Donald Trump para discutir o tema no fim deste mês. Durante audiência pública na Câmara, o ministro disse que foi convidado para se encontrar com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright. 'Impacto administrativo': INSS suspende pagamento bônus para reduzir fila de pedidos por falta de recursos Criado no final de 2022, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o CNPM ainda não tinha saída do papel desde então. Ao assumir em 2023, o governo do presidente Lula decidiu revisar a organização e atribuições do órgão. Segundo o decreto que estabelece a reativação do Conselho, o colegiado será composto por representantes de 16 ministérios, entre eles os de Relações Exteriores, Fazenda, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Indústria, Justiça, Integração e Casa Civil, além do Gabinete de Segurança Institucional. O órgão será presidido pelo ministro Alexandre Silveira. Além disso, também haverão representações dos municípios produtores de minério, universidades, especialistas do setor mineral e entidades da sociedade civil, com mandatos previstos por dois anos.

CPI do INSS vai votar requerimento para ouvir irmão de Lula sobre descontos irregulares de benefícios previdenciários

CPI do INSS vai votar requerimento para ouvir irmão de Lula sobre descontos irregulares de benefícios previdenciários

A CPI do INSS vai votar, na sessão desta quinta-feira, um requerimento de convocação para depoimento de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente do colegiado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou em suas redes sociais que o requerimento será votado "em bloco", ou seja, junto com outros pedidos de oitivas de pessoas ligadas a entidades e associações vinculadas aos descontos irregulares em benefícios previdenciários. No mês passado, a CPI aprovou outro requerimento, que abria o sigilo sobre as pessoas que tinham procuração para atuar em nome do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), entre os anos de 2015 e 2023. A entidade tem como vice-presidente Frei Chico. O sindicato é citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre possíveis fraudes e nega irregularidades. Frei Chico não é investigado. A blindagem a Frei Chico é uma das prioridades para os governistas que integram a CPI e a votação da convocação dele "em bloco" quebra um acordo alinhavado no início dos trabalhos do colegiado. Na ocasião, ficou pactuado que a votação de requerimentos em bloco na comissão só aconteceria se houvesse consenso sobre todos os nomes analisados. Isto evitaria que o nome de Frei Chico aparecesse ao lado de outros alvos, o que faria com que uma possível convocação tivesse que ser submetida individualmente aos parlamentares, o que aumentaria a margem de articulação do governo para derrotar o pleito. A expectativa é de que os governistas peçam a retirada do requerimento.

Família de noiva flagrada com padre em casa paroquial de MT denuncia exposição de imagens nas redes

Família de noiva flagrada com padre em casa paroquial de MT denuncia exposição de imagens nas redes

Padre é flagrado com noiva de fiel em Nova Maringá (MT) A família da noiva flagrada com o padre Luciano Braga Simplício na casa paroquial de Nova Maringá (MT) registrou um boletim de ocorrência na segunda-feira (13) denunciando o vazamento das imagens do flagrante no local. Segundo a Polícia Civil, o boletim de ocorrência descreve uma divulgação indevida das imagens que, em algumas horas, se espalharam pela cidade, de pouco mais de 5 mil habitantes, e viralizou na internet. A ocorrência foi registrada pela polícia como “caso atípico”. Como se trata de um crime que depende de representação, mais detalhes não foram divulgados pela Polícia Civil. O g1 entrou em contato com a família da noiva, mas os envolvidos optaram por não se pronunciar sobre o caso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Entenda o caso Na última segunda-feira (13) foi divulgado nas redes sociais um vídeo do padre Luciano, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, com a noiva de um fiel em uma casa paroquial de Nova Maringá, onde atua. As imagens mostram um grupo de homens arrombando a porta do quarto e do banheiro da casa paroquial, após o padre se recusar a abri-las. Em seguida, a noiva é encontrada chorando embaixo da pia do banheiro (assista acima). LEIA MAIS VÍDEO: padre é investigado pela Igreja após ser flagrado com noiva de fiel em casa paroquial de MT Padre flagrado com noiva de fiel pode ser afastado do cargo? Entenda Padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Reprodução

Subsídios, repressão e atentados: Entenda o que está por trás da onda de protestos e violência no Equador

Subsídios, repressão e atentados: Entenda o que está por trás da onda de protestos e violência no Equador

Na tarde do último domingo, centenas de pessoas saíram às ruas da capital do Equador, Quito, contra a decisão do governo de Daniel Noboa de eliminar os subsídios aos combustíveis, o que elevou os preços em 56%. Os gritos de “Noboa, fora, fora!”, dividiram espaço com as bombas de gás lançadas pelas forças de segurança. A manifestação foi apenas uma da longa série de protestos contra o governo desde o mês passado — além de gritos de ordem, os atos são acompanhados por ataques contra autoridades, denúncias de abusos e pela ação de grupos criminosos. A crise desencadeada pelos protestos corre em paralelo a um outro e igualmente grave desafio para o Equador: a violência das organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas, que parecem se aproveitar do estado de tensão entre governo e manifestantes. Na terça-feira, um carro-bomba foi detonado do lado de fora de um shopping da maior cidade do Equador, Guayaquil, matando uma pessoa e deixando 26 feridos. Um dia depois, houve explosões em pontes em outras duas províncias, deixando uma pessoa ferida e causando danos às estruturas. Onda de violência: Ataques de gangues do narcotráfico deixam 14 mortos no Equador; vítimas apresentavam sinais de tortura Apostas e futebol: Tráfico de drogas ameaça esporte mais popular do Equador Mesmo diante do crescente número de mortos, no entanto, Noboa não está disposto a recuar. Na segunda-feira, anunciou o envio de um segundo comboio de 100 veículos do Exército a Imbabura, e o emprego de 5 mil militares para desobstruir os bloqueios. O ponto central na nova crise equatoriana foi o anúncio, no dia 12 de setembro, do fim do subsídio oficial aos preços dos combustíveis: nas bombas, o litro do diesel passou de US$ 1,80 (R$ 9,83) para US$ 2,80 (R$ 15,29 — o dólar é a moeda usada no Equador). O governo aponta para uma economia de US$ 1,1 bilhão (R$ 6 bilhões) aos cofres públicos, mas críticos destacam o impacto sobre os orçamentos das famílias, especialmente as mais pobres. Manifestantes durante protesto contra o fim dos subsidios aos combustíveis, anunciado pelo governo do Equador, em Quito Rodrigo BUENDIA / AFP A reação nas ruas foi quase imediata. Uma semana depois, já em meio a protestos, a Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), uma das principais forças políticas do Equador, convocou uma greve geral, aliada a protestos, enfrentamentos com forças de segurança e bloqueios de rodovias. Noboa, que até agora se recusa a ceder sobre o subsídio, declarou estado de exceção em sete das 24 províncias equatorianas. O mecanismo suspende alguns direitos e é voltado a suprimir situações de crise, e tem sido usado com relativa frequência no país, diante da infindável sequência de turbulências internas. Os bloqueios nas estradas continuaram, assim como os protestos em várias cidades, especialmente na região andina, base da Conaie. No dia 28 de setembro, uma pessoa morreu e 12 soldados ficaram feridos em um violento confronto em Otavalo, na província de Imbabura — a Conaie acusa os militares de terem efetuado o disparo que matou Efraín Fuerez, um líder comunitário, mas as autoridades negam. Ao mesmo tempo, as Forças Armadas afirmam que as manifestações foram “infiltradas por grupos terroristas”, e ao menos 13 pessoas detidas enfrentam acusações de terrorismo. Initial plugin text Em comunicado, a Conaie afirma que o governo “transformou nossas comunidades em zonas de guerra”, repetindo acusações de uso de munição letal contra manifestantes desarmados. Até agora, três pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas, algumas em estado grave. A ONG equatoriana Periodistas Sin Cadenas relata ainda que 55 profissionais da imprensa foram agredidos. “A repressão aos protestos, os ataques ao Tribunal Constitucional e a persistência de uma estratégia de segurança militarizada, apesar das graves violações de direitos humanos, colocam o Equador na lista de países da região que vivenciam um aumento preocupante de práticas autoritárias”, afirmou a diretora para as Américas da Anistia Internacional, Ana Piquer, em comunicado divulgado pela organização. Manifestante é detido pela polícia durante protesto contra o governo em Quito Rodrigo BUENDIA / AFP No dia 4 de outubro, Noboa expandiu o estado de exceção para dez províncias, suspendendo por 60 dias o direito de reunião, efetivamente proibindo manifestações. Na ocasião, Edgar Lama, presidente do Conselho de Previdência Social, afirmou: "Não há nada a discutir com uma minoria que busca impor sua vontade por meio da violência". na rede social X, Noboa foi além, afirmando que “aqueles que optarem pela violência enfrentarão a lei. Aqueles que agirem como criminosos serão tratados como criminosos”. Em outro grave incidente, no dia 7, Noboa foi alvo do que as autoridades chamam de tentativa de assassinato. Durante uma visita a uma localidade em uma região andina, o carro de sua comitiva foi atacado por pedras, paus e, de acordo com a ministra de Meio Ambiente e Energia, Inés Manzano, por disparos de arma de fogo. Veja vídeo: Veja como era luxuoso bunker onde criminoso mais procurado do Equador se escondia O presidente saiu ileso, cinco pessoas foram presas e o ministro da Defesa, Gian Carlo Loffredo, disse que se tratou de “um ato de terrorismo”. A Conaie, por sua vez, afirmou que Noboa foi a uma área onde sabia que seria hostilizado “para justificar a sua política de guerra”. Yaku Pérez, ativista e ex-candidato à Presidência, disse que não há nada que ligue os detidos ao ataque, condenado pela comunidade internacional. — Se houver repressão em Imbabura, os povos e nacionalidades não ficarão insensíveis. Nós nos levantaremos, não por solidariedade, mas por responsabilidade, porque o que eles estão fazendo em Imbabura está sendo feito com o resto do país — afirmou Yaku Pérez, em entrevista ao jornal La Hora. Até o momento, não há sinal de diálogo entre o governo e a Conaie. Para Juan Fernando Páez, da Pontifícia Universidade Católica do Equador, hoje Noboa tem a mão mais forte à mesa, e mostra o ímpeto para usar a força para resolver a crise. Contudo, ele aponta que o presidente precisará fazer concessões em algum momento. No mês que vem, o país vai às urnas em um referendo que inclui, dentre outras medidas, a convocação de uma Assembleia Constituinte. — Muitas das reivindicações deles (da Conaie) são legítimas e contam com o apoio da população — afirmou em entrevista ao site Cuenca High Life. — Pode haver espaço limitado para concessões sobre o diesel, mas é preciso haver uma discussão sobre saúde pública, educação e outros temas. Uma maneira de resolver esta greve é ​​o presidente e o governo admitirem que muitos dos argumentos da Conaie são válidos. Duas pessoas foram presas: Equador apreende, na fronteira com o Peru, material explosivo para 'atos terroristas' na Colômbia Destroços de carro-bomba detonado diante de um shopping center em Guayaquil Marcos Pin / AFP Aumento do crime organizado Antes considerada uma nação segura, o território equatoriano passou a ser usado por cartéis para o transporte de narcotráficos para os EUA e Europa, e se tornou cenário de confrontos sangrentos, inclusive dentro das penitenciárias. Não há ligação comprovada entre as explosões de terça e quarta-feira, mas o ministro do Interior, John Reimberg, afirmou que a organização criminal Los Lobos, uma das maiores do país, era a principal suspeita: segundo ele, seriam represálias a um ataque recente contra áreas de mineração ilegal, controladas pelo grupo, em Imbabura. Para o ministro da Infraestrutura, Roberto Luque, o narcotráfico também tenta se aproveitar das turbulências sociais para causar distúrbios e afetar a vida dos cidadãos. Já o governador da província de Guayas, Humberto Plaza, onde fica Guayaquil, tentou ligar a explosão ao movimento indígena, algo rejeitado pela Conaie. “Repudiamos as acusações irresponsáveis ​​e sem fundamento do governador de Guayas, Humberto Plaza, que quer vincular os povos indígenas à explosão”, afirma a organização, em publicação no X. “Este discurso bélico das autoridades do regime, como o de John Reimberg, só evidencia a violência estatal contra nossos povos.”

Mega-Sena pode pagar R$ 40 milhões nesta quinta-feira

Mega-Sena pode pagar R$ 40 milhões nesta quinta-feira

Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio O concurso 2.928 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 40 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (16), em São Paulo. Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp No concurso da última terça (14), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online. A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Mega-Sena Marcelo Brandt/G1 Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos. É necessário ter 18 anos ou mais para participar. O pagamento, nesse caso, é realizado de forma online, com opção via PIX. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.

Consórcio da Linha 15-Prata paga R$ 41 milhões para encerrar investigação sobre falhas no monotrilho

Consórcio da Linha 15-Prata paga R$ 41 milhões para encerrar investigação sobre falhas no monotrilho

Consórcio da Linha 15-Prata paga R$ 41 milhões para encerrar investigação sobre falhas no monotrilho O consórcio de empresas responsável pela construção da Linha 15-Prata do monotrilho, formado pela Alstom e pela antiga Queiroz Galvão — que hoje se chama Álya — fechou um acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e vai pagar R$ 41 milhões para encerrar uma investigação sobre falhas no sistema. O valor foi definido em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para evitar que a Promotoria entrasse com uma ação na Justiça cobrando uma indenização ainda maior pelos problemas ocorridos no início da operação da linha. Além do TAC, o consórcio também concordou em pagar ao Metrô de São Paulo mais R$ 27 milhões em multas contratuais. Todo o dinheiro arrecadado deve ser investido em melhorias no transporte, como a instalação de novos assentos nos trens, câmeras de segurança e filtros de ar. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp A Linha 15-Prata enfrentou incidentes graves nos últimos anos. Em fevereiro de 2020, o pneu de um trem estourou, revelando uma falha no sistema. A operação precisou ser suspensa por três meses. Na ocasião, o MP-SP pediu explicações ao Metrô sobre a segurança no Monotrilho. A Linha 15-Prata do Monotrilho de São Paulo foi paralisada pouco antes das 7h desta quarta-feira, 08, devido a uma colisão frontal entre trens entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto, na zona leste da capital paulista. O acidente aconteceu antes do início da operação, segundo o Metrô, durante o posicionamento dos trens. Dois operadores estavam nos trens e não tiveram ferimentos graves. O Metrô já iniciou apuração para saber o motivo desta colisão, disse a companhia em nota. TABA BENEDICTO/ESTADÃO CONTEÚDO Já em março de 2023, dois trens bateram, e peças se soltaram, caindo sobre a Avenida Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. O monotrilho liga a Vila Prudente ao Jardim Colonial, ambos na Zona Leste, e transporta cerca de 140 mil de passageiros diariamente. O Ministério Público seguirá acompanhando o cumprimento dos termos do acordo. Linha 15-Prata do Metrô Reprodução/Metrô

A lição do Líbano para Gaza

A lição do Líbano para Gaza

Imagine se fosse formado um governo democrático palestino em Gaza, opositor ao Hamas e com enorme apoio internacional, incluindo dos EUA. Imagine se esse governo tivesse um exército treinado pelos americanos. Imagine se forças de paz da ONU e embaixadas de diversos países estivessem presentes no território. Imagine se houvesse aeroporto e porto funcionais. Você diria que a chance de o cessar-fogo ser mantido entre o grupo palestino e Israel seria maior? Talvez, mas haveria boa chance de o conflito seguir, ainda que em menor intensidade. Afinal, o cenário descrito acima é o Líbano. Guerra de Gaza: Alegria no presente, tristeza no passado e ceticismo no futuro Disputas internas: Hamas convoca moradores de Gaza a caçar 'colaboradores de Israel' Restos mortais de reféns: Como é o trabalho de Israel para identificar os corpos dos reféns devolvidos pelo Hamas? No ano passado, o Hezbollah e Israel firmaram um acordo de cessar-fogo. O Líbano passou nos meses seguintes a ser governado pelo presidente Joseph Aoun, ex- comandante das Forças Armadas e treinado nos EUA, e pelo premier Nawaf Salam, que antes ocupava o cargo de presidente da Corte Internacional de Haia. Ambos defensores do desarmamento do Hezbollah e da desocupação israelense do Sul do Líbano, onde forças de paz da ONU (Unifil) estão presentes há décadas. Washington e praticamente toda a comunidade internacional apoiam esse governo. Todo esse cenário positivo foi insuficiente para conseguir convencer o Hezbollah a se desarmar e Israel a se retirar das áreas que ainda ocupa no Sul do Líbano. Um lado culpa o outro. Além disso, os israelenses seguem bombardeando o território libanês, embora em uma escala bem menor do que há um ano atrás e sem alvejar a capital, Beirute. Não há mais guerra. Mas tampouco há paz e não dá para dizer que exista um cessar-fogo. Apesar de improvável, a escalada do conflito não pode ser descartada. No Oriente Médio, é sempre preciso ter cautela. A queda da ditadura sanguinária de Bashar al-Assad precisava ser celebrada. Mas, como muitos que acompanhavam a guerra na Síria, deixei claro meu ceticismo com a chegada do grupo jihadista Hayett Tahrir al-Sham ao poder em Damasco. Nos meses seguintes, vimos massacres de alauitas, de drusos e ataques a cristãos. A Síria virou uma ditadura jihadista e não uma democracia liberal. No caso de Gaza, o cenário atual deve ser descrito como um gigantesco avanço em relação ao status quo de duas semanas atrás, antes de Donald Trump deixar de apoiar a limpeza étnica de população palestina. O presidente americano deu uma guinada a favor do acordo defendido pela comunidade internacional há mais de um ano e sempre vetado pelos EUA no Conselho de Segurança da ONU tanto pelo republicano como por seu antecessor democrata, Joe Biden. Graças a essa mudança, não há mais reféns israelenses em Gaza. Todos foram soltos. Isso precisa ser celebrado. Palestinos não são mais mortos nos bombardeios israelenses. Isso também precisa ser celebrado. Initial plugin text Mas o cessar-fogo em Gaza é frágil. A guerra pode ser retomada a qualquer momento. Existe enorme ceticismo e cautela para as próximas etapas. Os maiores obstáculos são a relutância do Hamas em de desarmar e de Israel a se retirar de mais da metade do território palestino, que ainda ocupa. As dificuldades para a manutenção do cessar-fogo existiriam em qualquer circunstância. Foram responsáveis inclusive pelo fracasso do cessar-fogo do começo do ano. Cabe a Trump e seus aliados na região seguirem engajados para conter os agentes da guerra e fortalecer os agentes da paz. E devem saber que mesmo com todos os pontos do plano sendo implementados, talvez o sucesso não seja total, como não foi no Líbano. Ainda assim, melhor do que uma guerra.

Hoje é o dia da padroeira dos endividados: conheça a santa que atrai mais fiéis em busca de ajuda divina para sair do vermelho

Hoje é o dia da padroeira dos endividados: conheça a santa que atrai mais fiéis em busca de ajuda divina para sair do vermelho

Quem sobe as escadarias do Santuário Arquidiocesano de Santa Edwiges, na vizinhança da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, se depara logo de cara com uma imponente imagem da santa, talhada em madeira. Trazida da Itália, a representação mostra Edwiges em sua versão mais conhecida: segurando uma bíblia e uma coroa, símbolo de sua origem nobre. Ali, católicos recorrem a ela para pedidos como a cura de uma doença, sucesso profissional ou a realização de um projeto. Mas a maioria das preces tem a ver com uma inquietação cada vez mais comum entre os brasileiros: as dívidas. Inadimplência bate recorde: mesmo com emprego em alta e inflação caindo, calotes disparam. Entenda por quê O fluxo de fiéis recorrendo à santa padroeira dos endividados tem aumentado nos últimos meses, e a expectativa é que o auge ocorra nesta quinta-feira, dia 16 de outubro, quando os católicos comemoram o Dia de Santa Edwiges. A previsão de "casa cheia" do padre Henrique Gomes, pároco do santuário, e da comunidade da igreja tem amparo na realidade. Apesar de vários índices econômicos estarem favoráveis, o orçamento das famílias está comprimido. A taxa de desemprego, por exemplo, alcança patamares mínimos históricos, e a inflação também dá sinais de alívio. Ainda assim, o brasileiro nunca esteve tão endividado.  Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em agosto, 78,8% das famílias declararam ter dívidas, em atraso ou em dia. Já a proporção de famílias inadimplentes, ou seja, com débitos em atraso, atingiu no mês analisado o maior nível da série histórica, iniciada em 2010, com 30,4% dos entrevistados nessa situação.   Enquanto mutirões de renegociação ajudam quem deseja colocar o orçamento em dia, recorrer à ajuda divina também não faz mal.   — Tem mais gente chegando nos últimos meses. Fico impressionado pela fé que as pessoas depositam e as graças que recebem, mas também na gratidão em voltar para agradecer — conta padre Henrique.  Padre Henrique Gomes, do Santuário de Santa Edwiges Marcelo Theobald / Agência O Globo De desemprego a golpes De um novo emprego para dar conta das despesas até a solução para dívidas contraídas durante o tratamento de uma doença, os pedidos de ajuda feitos à santa são muitos. Padre Henrique lembra de um caso recente de um casal que perdeu uma quantia relevante ao investir num negócio. A empreitada, porém, era um golpe, e o casal ficou com uma dívida grande no banco.  O advogado do casal disse que era causa "quase perdida", conta o religioso. A senhora, então, recorreu à santa e prometeu que, se tivesse a graça alcançada, voltaria ao santuário para compartilhar seu caso. — Um dia, ela me procurou após a missa porque queria dar um testemunho. Disse que, de forma muito inesperada, o banco reconheceu que eles tinham sofrido um golpe e perdoou as dívidas. Chorou muito e disse que não tinha dúvida de que foi atendida por Edwiges — se recorda. A bancária aposentada Leila Maria Simas, de 74 anos Marcelo Theobald / Agência O Globo Frequentadora há quase 50 anos do santuário e hoje responsável pela lojinha da igreja, a bancária aposentada Leila Maria Simas, de 74 anos, também já escutou muitas das histórias de fiéis aflitos em busca de ajuda da santa, e não apenas pelo orçamento familiar. Empresários também recorrem à Edwiges em busca de prosperidade para os negócios. — Já conversei com várias pessoas que vieram pedir por causa de problemas em empresas. E relatos de negócios que se recuperaram a partir de promessas, dessa interação entre o proprietário e a santa — diz Leila. — Quando o desespero bate, bate da mesma forma para todos nós, e as pessoas vêm rezar para aliviar mesmo as dores. Missas de hora em hora As festividades em celebração à Santa Edwiges começaram no último dia 6 e seguem até o dia 19, mas o ápice é nesta quinta-feira. A programação inclui missas de hora em hora, das 7h às 20h (com exceção das 16h). A cerimônia das 15h será presidida por Dom Orani Tempesta, cardeal arcebispo do Rio. No domingo, além de missas, haverá também uma procissão pelas ruas de São Cristóvão.  Santuário de Santa Edwiges, em São Cristóvão Marcelo Theobald / Agência O Globo Filha de uma nobre família católica de onde hoje é a Alemanha, Edwiges nasceu em 1174. Aos 12 anos, se casou com um duque da atual Polônia. A tradição católica conta que, com os filhos criados, ela ajudava famílias pobres.  Nas visitas, percebeu que os maiores problemas que as pessoas enfrentavam estavam relacionados à falta de dinheiro. Eram principalmente agricultores que precisavam pagar aos proprietários da terra uma quantia proporcional à colheita que deveriam ter. Mas, em muitos casos, a produção era menor do que o esperado, o que deixava os lavradores endividados.  O problema maior era que esses produtores rurais acabavam presos por conta das dívidas, e suas famílias ficavam sem amparo.  — Além de ser uma mulher de muita fé, ela era uma pessoa de muita caridade. Conta-se que, em muitas situações, pagava as dívidas dos presos e ajudava as famílias — conta padre Henrique. — E é também a santa dos pobres e desvalidos, tinha muito cuidado com os moradores de ruas, levava comida, cuidava de quem estava doente ou ferido.  Depois da morte de dois dos filhos e do marido, Edwiges foi morar num convento, onde morreu aos 69 anos. Em 1267, a Igreja Católica decidiu pela canonização.

Bruno e Dom: Justiça Federal começa a ouvir 'Colombia' e outros nove réus por organização criminosa

Bruno e Dom: Justiça Federal começa a ouvir 'Colombia' e outros nove réus por organização criminosa

Manifestação em homenagem a Dom e Bruno, mortos no Vale do Javari Reuters via BBC Rubén Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, e outros oito réus acusados de envolvimento nas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, vão ser interrogados em audiência nesta quinta (16) e sexta-feira (17) como parte de inquérito que são investigados por organização criminosa. A audiência ocorre na Justiça Federal em Tabatinga, no interior do Amazonas. Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição na Amazônia, no território que engloba os municípios de Guajará e Atalaia do Norte. Eles foram vistos pela última vez em 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiriam para o munícipio de Atalaia do Norte, mas foram mortos. Pelado é apontado como o autor dos disparos que mataram Bruno e Dom, enquanto Colômbia é acusado de ter mandado executar o crime devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Os dois estão presos em presídios federais e deverão participar da audiência por videoconferência. A audiência desta quinta-feira é relativa à ação penal que trata do crime de organização criminosa, em um processo diferente do que apura a morte de Bruno e Dom, e envolve outros oito réus além de Colômbia e Pelado. Colômbia é apontado como líder do grupo que atuava com a pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari e tráfico de munição. A acusação sustenta ainda que o assassinato de Bruno e Dom foi motivado pelas ações de fiscalização ambiental realizadas pelo indigenista, que prejudicavam os interesses econômicos do grupo criminoso. Baixe o app do g1 para ver notícias do AM em tempo real e de graça Colômbia "Colômbia" suspeito de mandar matar Bruno e Dom. Rede Amazônica. Envolvimento com o tráfico de drogas, pesca ilegal e uso de documentos falsos. O histórico de Rubén Villar veio à tona após os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips. Em 1º de novembro de 2024, ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) como mandante do crime. Segundo a investigação, Colômbia forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interveio para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. A PF confirmou que os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Apesar do apelido Colômbia, o homem é de nacionalidade peruana e foi preso em flagrante por uso de documento falso ao comparecer à sede da PF, em Tabatinga, em 8 de junho de 2022. Ele alegava não ter envolvimento com as mortes do indigenista e do jornalista. No decorrer das investigações, as autoridades constataram que Colômbia é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, e de ter envolvimento com tráfico de drogas. A região fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Segundo a PF, o traficante pagava despesas de pescadores que atuam ilegalmente em áreas indígenas. Quadrilhas lideradas por ele também escondiam cocaína em carregamentos de pescado, constatou a PF. PF diz que "Colômbia" é o mandante dos assassinatos de Bruno e Dom A primeira prisão dele, no entanto, durou pouco mais de 4 meses. Em outubro de 2022, a Justiça Federal do Amazonas concedeu a ele liberdade provisória, em decisão que alegava que a PF "não reuniu um único elemento de ligação dele com as mortes". Na ocasião, Colômbia foi submetido a medidas cautelares, como o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de moradia em Manaus. Em dezembro daquele ano, foi novamente preso por descumprimento das condições impostas pela Justiça e conduzido a um presídio em Manaus. Atualmente, ele está preso em um presídio de segurança máxima. Caso Bruno e Dom: veja cronologia desde a morte das vítimas até o indiciamento do suposto mandante do assassinato PF usou escutas na cela para desvendar assassinatos de Bruno e Dom; conversas entre criminosos revelam detalhes da trama O caso Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirma que Brasil deve esgotar as investigações sobre a possibilidade de encontrar mandantes nos assassinatos de Dom e Bruno Getty Images via BBC Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Dom escrevia o livro "How to save the Amazon?" (Como salvar a Amazônia?). O objetivo era mostrar como povos indígenas fazem para preservar a floresta e se defender de invasores. Na viagem de campo, os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino. Os restos mortais dos dois foram achados em 15 de junho daquele ano. A polícia concluiu que eles foram mortos a tiros, e seus corpos corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Além de Colômbia, também respondem pelo crime Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos" e Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha". Amarildo foi preso em flagrante em 8 de junho de 2022 por ter feito ameaças a indígenas que participavam das buscas pelos corpos e em posse de munição de uso restrito e permitido. No dia seguinte a prisão, a polícia encontrou vestígios de sangue na lancha usada por ele. Oseney foi preso em 14 de junho do mesmo ano. Ele é irmão de Amarildo e teria o ajudado a fazer uma emboscada e cometer o crime contra as vítimas. Jefferson foi preso no dia 18 de junho de 2022. A investigação indicou que ele teve participação direta no caso, desde a emboscada até a ocultação dos corpos. Além deles, também foram denunciados pelo MPF os pescadores Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa Oliveira por usarem um menor de idade para ajudar a ocultar os cadáveres de Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles também foram denunciados pelo delito de ocultação de cadáveres. Amarildo e Jefferson serão julgados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Os dois continuam presos. Quanto a Oseney, ele aguarda a finalização do julgamento do caso em prisão domiciliar, com monitoração eletrônica.

Bolsa lança incentivo para estimular abertura de capital de pequenas e médias empresas

Bolsa lança incentivo para estimular abertura de capital de pequenas e médias empresas

No ano em que o mercado vê nove pedidos de fechamento de capital de empresas em andamento — os mais recentes são de Pan e Gol —, a B3 anuncia hoje uma estratégia para ampliar o acesso de companhias com faturamento de até R$ 500 milhões ao mercado de capitais. Bolsa sobe 21% em nove meses, maior alta desde 2017. Veja três fatores que explicam o salto Ambipar: como uma dívida de R$ 35 milhões pode gerar um risco financeiro de R$ 10 bi? Entenda O movimento permite que pequenas e médias empresas tenham acesso facilitado à emissão de ações e títulos de dívidas corporativas, como debêntures e notas comerciais. As companhias poderão se tornar listadas sem fazer ofertas, mas terão o limite de 24 meses para lançar uma. Haverá um teto de captação de R$ 300 milhões por ano. O movimento permite que pequenas e médias empresas tenham acesso facilitado à emissão de ações e títulos de dívidas corporativas, como debêntures e notas comerciais. cil”, que pretende agilizar o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado acionário. Esta regulação entra em vigor a partir de janeiro de 2026. Com risco eleitoral no radar: captação de empresas no exterior este ano já supera em 29% a de todo 2024 De acordo com Flávia Mouta, diretora da B3, a nova abertura à empresas pequenas e médias oferece uma nova oportunidade ao investidor e também às companhias: — É oportunidade para que o público investidor acessem essas empresas quando ainda estão em fase de crescimento, combinando interesse da empresa, em fase de ascendência, com possibilidade do público investidor capturar parte desse ritmo — disse. As empresas que buscam emitir também ações poderão buscar a chamada "classe A", enquanto aquelas que pretendem emitir apenas títulos de dívidas para se capitalizar podem escolher a "classe B". Diante da Taxa Selic em 15%, num patamar restritivo e o maior em quase 20 anos, e ímpeto nas emissões de crédito corporativo, a B3 aposta que as empresas optem mais pelo nível com maior foco em emissão de dívidas: — A expectativa é que a gente comece maior em renda fixa, de que (as empresas) tenham interesse maior, porque é um mercado mais ativo hoje — afirmou Fernando de Andrade Mota, superintendente na B3. — Não é um cenário fácil, sabemos dos desafios que o mercado enfrenta, mas estamos trabalhando para que saiam operações destinadas a experimentar o regime — disse Flávia, se referindo ao cenário dos juros. A taxa Selic no atual patamar tende a frear o apetite à renda variável, já que há a tendência de que os investidores busquem aplicar seu capital em títulos de renda fixa, considerados mais seguros. Com isso, o custo de oportunidade para se investir em renda variável, como é o caso de ações, sobe, já que elas correm o risco de não dar os retornos garantidos por aplicações mais conservadoras. 'Fácil' facilita As empresas que buscam a abertura de capital via Fácil terão obrigações regulatórias mais flexíveis, proporcionais ao tamanho dessas pequenas e médias empresas, para que consigam reduzir seus custos para o acesso. Quando listadas, também terão flexibilidades, como divulgar relatórios não trimestralmente, mas de seis em seis meses. Rafael Erlinger, sócio do escritório Machado Meyer afirma que essas companhias terão flexibilizações: — O regime tem várias dispensas de documentação, como lâmina, prospecto, o formulário de referência. No Fácil há um formulário específico e simplificado, com informações mínimas, demonstração financeira só do último exercício, com processo que não deve durar mais de 30 dias — afirma ele, comparando com a abertura de capital de uma empresa maior, que pode durar de três a quatro meses. Dólar: é hora de comprar ou vai cair mais? Veja as previsões para a cotação Via Fácil na B3, os processos de abertura devem durar de cinco a doze dias. Ainda não está definido qual será a sinalização que estas empresas terão, mas, ao investidor, no painel de negociações — o chamado ‘homebroker’ —, os códigos das ações (tickers) terão “duas ou três letras” em sinalização, disse Flávia. Segundo o advogado, que participou das discussões da autarquia com o mercado para a estruturação da regulação, o conjunto de regras teve inspiração no mercado inglês, que possui diretrizes semelhantes para empresas menores. — O Fácil é um degrau. A ideia é que, aos poucos, a companhia crie musculatura e robustez para conseguir galgar passos maiores e alcançar um novo mercado — afirma. Initial plugin text Para o advogado, a redução de compromisso de empresas em divulgar informações tem objetivo de não compará-las com empresas maiores, mas que essa flexibilização não prejudica ou diminui a qualidade do negócio: — Ter menos não significa ter menor qualidade. Não é pelo fato de ter menos informação que você vai saber menos da companhia e diminuir a decisão de investimento. Vimos aí no passado recente de companhias do Novo Mercado, que adotaram padrões mais elevados de governança e mesmo assim houve carência de informações precisas, que seriam importantes para tomada de decisão — compara. — O primeiro critério de governança é a transparência de informações, flexibilizando em alguma medida. Mas não está abrindo mão 100% das informações dessas companhias, e sim trazendo proporcionalidade ao porte — disse Flávia, da B3. Segundo os executivos da Bolsa, já há conversas para empresas se listarem através do regime e até mesmo consultas de empresas já listadas para o reenquadramento, mas não foram divulgados detalhes. De acordo com Erlinger, já há um movimento de interesse para acesso à este mercado por empresas de laboratórios de exames, empresas de entretenimento esportivo e até mesmo as SAFs, sociedades anônimas de futebol. Initial plugin text

Tempestade se aproxima e deve atingir todas as regiões do RS nesta quinta-feira; veja previsão do tempo

Tempestade se aproxima e deve atingir todas as regiões do RS nesta quinta-feira; veja previsão do tempo

Previsão de chuva nesta quinta-feira no RS O Rio Grande do Sul deve enfrentar uma quinta-feira (16) marcada por chuvas em todas as regiões, com maior intensidade na metade Norte do estado. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta possibilidade de tempestades, incluindo trovoadas e queda de granizo em regiões isoladas. Conforma a Climatempo Meteorologia, a origem do mau tempo está na combinação de três fatores: o calor; a umidade do ar; a presença de uma área de baixa pressão atmosférica no Paraguai. Esse sistema atua como um motor para a formação de nuvens carregadas, ao organizar o transporte de umidade da região amazônica em direção ao Sul do país. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp As pancadas de chuva devem acontecer de forma pontual, mas com força moderada a intensa. Regiões como as Missões, o Centro, o Oeste e a Campanha Noroeste estão entre as mais suscetíveis a temporais, com possibilidade de granizo. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo potencial para tempestades em todo o território gaúcho (sinalizado em amarelo no mapa abaixo). Além disso, há uma área considerada com grau de severidade de "perigo" de tempestade (destacada em laranja), que abrange principalmente as regiões Central, Noroeste e Sudoeste do estado, onde as condições para eventos extremos, são ainda mais favoráveis. Previsão de tempestade para o RS na quinta-feira (16) Divulgação/ Inmet Em Porto Alegre, os moradores devem se preparar para chuvas isoladas entre a manhã e a tarde, que podem vir acompanhadas de trovões. Apesar da instabilidade, as temperaturas tendem a subir ao longo do dia, aumentando a sensação de abafamento. Fim de semana com chuva e queda nas temperaturas A sexta-feira não promete trégua. As instabilidades continuam espalhadas pelo estado. A previsão é de pancadas de chuva a qualquer hora, especialmente na metade Norte, onde há risco de novos temporais. As temperaturas devem cair em relação aos dias anteriores. Na Serra, o tempo segue instável, com chuvas moderadas a fortes ao longo do dia. A partir da tarde, há possibilidade de tempestades. As temperaturas permanecem amenas. Já no sábado, a frente fria avança pelo oceano e, junto com uma nova área de baixa pressão entre o Sul e o Sudeste, reforça as instabilidades no Norte do estado. A chuva deve se concentrar entre a madrugada e a manhã, perdendo força à tarde. Enquanto isso, o Sul gaúcho deve ter um dia mais firme, com a chegada de uma massa de ar frio que derruba as temperaturas. Chuva em Porto Alegre Prefeitura de Porto Alegre/ Alex Rocha VÍDEOS: Tudo sobre o RS