Rede elétrica colossal: saiba como a China leva energia limpa para mover milhões de carros elétricos e trens a 300 km/h?

Rede elétrica colossal: saiba como a China leva energia limpa para mover milhões de carros elétricos e trens a 300 km/h?

A linha de energia começa em um deserto remoto no noroeste da China, onde vastos conjuntos de painéis solares e turbinas eólicas geram eletricidade em escala monumental. Ela serpenteia em direção ao sudeste, seguindo um antigo rio entre cadeias de montanhas, até chegar à província de Anhui, próxima a Xangai — região com 61 milhões de habitantes e sede de alguns dos fabricantes de carros elétricos e robôs mais bem-sucedidos do país. Vídeo: Streamer realiza parto ao vivo diante de 700 mil espectadores em transmissão de oito horas Saiba mais: Arqueólogos descobrem navio romano de 2 mil anos surpreendentemente preservado na Croácia Essa é apenas uma entre 42 linhas de energia de ultra-alta tensão da China, cada uma capaz de transportar mais eletricidade do que qualquer linha de transmissão dos Estados Unidos. Isso se deve, em parte, ao uso de tecnologia que torna o sistema chinês muito mais eficiente do que em quase qualquer outro lugar do mundo. O feito é resultado das ambiciosas políticas energéticas nacionais e da pouca resistência dos moradores locais — ainda que alguns relatem sentir pequenos choques elétricos ao segurar varas de pescar metálicas sob os cabos. “Desde que você não pesque diretamente embaixo dos fios e evite que a linha de pesca encoste neles, está tudo bem”, diz Shu Jie, técnico em ar-condicionado, exibindo um peixe de 15 centímetros recém-pescado. O desafio da distância e a modernização da rede A rápida adoção de tecnologias de energia limpa na China — em ritmo ainda mais acelerado do que o previsto pelo governo — criou uma demanda insaciável por eletricidade. Metade dos carros novos vendidos no país é movida a bateria, e seus 48 mil quilômetros de ferrovias de alta velocidade funcionam totalmente com energia elétrica. Em abril, fontes eólicas e solares responderam por mais de um quarto da eletricidade gerada no país, um marco alcançado por poucos. Grande parte dessa energia limpa, porém, é produzida nas regiões ensolaradas e ventosas do oeste e do norte, longe da maioria da população e das fábricas. Mais de 90% dos 1,4 bilhão de habitantes vivem no leste, onde dias nublados, ventos fracos e rios lentos limitam o potencial energético. Para levar eletricidade aonde ela é mais necessária, Pequim aposta na rápida modernização de sua rede. Os planejadores centrais, que subestimaram a velocidade com que o país adotaria fontes renováveis, estão construindo a primeira rede nacional de linhas de transmissão de energia de ultra-alta tensão do mundo. Um contraste com a política energética dos EUA A expansão da rede chinesa contrasta fortemente com a política de “Perfure, baby, perfure” do ex-presidente Donald Trump, que defendia o aumento da produção de combustíveis fósseis e a reversão de incentivos a energias limpas. Em julho, o Departamento de Energia dos Estados Unidos cancelou o compromisso de conceder um empréstimo de US$ 4,9 bilhões à construção da linha Grain Belt Express, que levaria energia eólica do Kansas a cidades de Illinois e Indiana. O projeto de 1.280 quilômetros — menor do que dezenas de linhas já concluídas na China — enfrentou resistência de proprietários rurais e legisladores republicanos. Mesmo antes da gestão Trump, outros projetos de energia renovável nos EUA já esbarravam em longos processos de licenciamento: alguns levaram até 17 anos para aprovar linhas de apenas algumas centenas de quilômetros. Enquanto isso, a China investe pesado em tecnologia de corrente contínua, que permite transportar eletricidade por longas distâncias com perdas mínimas — uma vantagem em relação à maioria das redes de alta potência no resto do mundo. As linhas mais eficientes do país têm implicações diretas na corrida global contra as mudanças climáticas. Elas determinarão a rapidez com que a China poderá reduzir seu uso de carvão — o maior do planeta — e, consequentemente, suas emissões de gases de efeito estufa, que já superam as dos Estados Unidos e da União Europeia somadas. Avanço tecnológico e ambição nacional A rede de ultra-alta tensão vem ajudando a resolver um dilema histórico dos planejadores chineses: o excesso de energia renovável gerada nas regiões ocidentais, onde há sol, vento e água em abundância. Em 2020, o presidente Xi Jinping fixou a meta de triplicar a capacidade de geração solar e eólica até 2030. O país alcançou esse objetivo seis anos antes do previsto, surpreendendo até mesmo a gigante estatal State Grid. “A State Grid é boa em construir coisas — mas não seis anos antes do cronograma”, afirmou David Fishman, consultor de eletricidade em Xangai. Nos últimos meses, cerca de 10% da energia eólica e solar produzida na China ficou sem uso, em parte porque a rede ainda não consegue absorver toda a geração disponível. “Para aumentar a capacidade do sistema de incorporar novas fontes, precisamos acelerar a construção de projetos que deem suporte à energia renovável”, declarou Du Zhongming, diretor da Administração Nacional de Energia, em entrevista coletiva no ano passado. A China já consome o dobro de eletricidade que os Estados Unidos e planeja triplicar o número de linhas de ultra-alta tensão até 2050. Dados oficiais mostram que, no fim de 2024, 19 linhas operavam a 800 quilovolts e outras 22 a 1.000 quilovolts. Uma delas, a que termina em Guquan, transmite energia a 1.100 quilovolts — suficiente para abastecer mais de sete milhões de lares americanos, ou até 50 milhões de residências chinesas. Para se ter dimensão, os Estados Unidos contam apenas com algumas linhas de 765 quilovolts, totalizando 3.200 quilômetros — o equivalente a uma única linha chinesa. Impactos ambientais e riscos geográficos O desenvolvimento das linhas de ultra-alta tensão ganhou impulso em 2009, durante a crise financeira global, quando o governo chinês investiu pesadamente em infraestrutura para conter o desemprego e evitar uma desaceleração econômica. Na mesma época, foram lançados planos ambiciosos para veículos elétricos e trens de alta velocidade. Em 2011, após o colapso de reatores nucleares em Fukushima, no Japão, Pequim adiou projetos de novas usinas nucleares e intensificou a construção de linhas que conectam áreas remotas às regiões industriais. Essa estratégia ajudou a reduzir drasticamente as emissões de poluentes e gases de efeito estufa. Um estudo da Universidade de Chicago, publicado em agosto, apontou queda de 41% na poluição do ar desde 2014 — o que elevou em quase dois anos a expectativa média de vida da população. Pequim, antes símbolo da poluição atmosférica, encerrou o uso de carvão para gerar eletricidade em 2020 e hoje é parcialmente abastecida por energia eólica vinda de centenas de quilômetros de distância. Mas o avanço também traz vulnerabilidades. Muitas das linhas cruzam regiões montanhosas no noroeste do país, onde o relevo exige que sejam agrupadas ao longo de um afluente do Rio Amarelo, sujeito a enchentes e abalos sísmicos. Por décadas, outros países discutiram projetos semelhantes, mas encontraram resistência popular à instalação de linhas de alta potência. A China avança mais rápido graças ao seu modelo de planejamento centralizado e ao controle rígido da dissidência pública. Entre orgulho nacional e preocupação local Na província de Anhui, onde passa a maior linha de ultra-alta tensão da China, alguns moradores expressam desconforto, ainda que reconheçam a importância nacional do projeto. A estrutura transporta energia solar e eólica — e parte gerada por carvão — do deserto de Gurbantünggüt, em Xinjiang, até grandes centros urbanos do leste, como Xangai, Hangzhou e Nanquim. “Quando você segura um guarda-chuva na chuva, ele solta faíscas e você fica dormente”, relata Xu Shicai, gerente de uma fazenda em Xuchong, vila onde os cabos passam a menos de 30 metros das casas. “Na pesca, é difícil segurar a vara sob os fios porque as mãos formigam.” Um pequeno lago da vila, logo abaixo das torres, exibe uma placa de “Proibida a pesca”, com a caricatura de um esqueleto eletrocutado e a foto de um homem gravemente queimado. Ainda assim, muitos insistem em pescar ali pela proximidade. Xu afirma aceitar a presença da linha por entender sua relevância nacional, mas teme que ela afaste visitantes. “Já me acostumei”, diz. “Mas, sinceramente, não queremos mais linhas construídas aqui.”

Xeque-mate ou morte: a história do prisioneiro russo que escapou da execução com uma partida de xadrez em 1918

Xeque-mate ou morte: a história do prisioneiro russo que escapou da execução com uma partida de xadrez em 1918

Quem diria que o xadrez poderia salvar alguém da execução? Foi exatamente o que aconteceu com Ossip Bernstein, prisioneiro da Cheka, a polícia secreta da jovem União Soviética, em 1918. Acusado de ser advogado de banqueiros e, portanto, inimigo da Revolução Russa, ele se viu em uma cela fria, aguardando um destino que parecia inevitável: a morte. Zzyzx: conheça o 'resort-fantasma' da Califórnia e o homem que prometia curas milagrosas Assista: Homem urina no altar da Basílica de São Pedro durante missa; vídeo circula nas redes sociais Bernstein não era um criminoso comum. Nascido em 1882 na Ucrânia, ele se destacou como advogado financeiro em Paris e Londres e era reconhecido internacionalmente como mestre de xadrez. Sua carreira combinava estratégia e precisão, habilidades que, naquele momento, seriam decisivas para salvar sua própria vida. Segundo o portal All That's Interesting, a oportunidade surgiu quando um oficial da Cheka, curioso sobre a fama de Bernstein no xadrez, propôs um desafio arriscado: se ele vencesse uma partida, seria liberto; se perdesse ou empatasse, seria executado. Cada movimento no tabuleiro passou a representar uma questão de vida ou morte. Durante o jogo, Bernstein manteve a calma característica de um grande mestre. O oficial abriu com uma jogada agressiva, e Bernstein respondeu com a Defesa Francesa, antecipando cada ameaça. O tabuleiro se tornou um campo de batalha, e o xeque-mate, aplicado no décimo lance, garantiu sua sobrevivência imediata. Depois de ser libertado, Bernstein fugiu clandestinamente para Paris. Lá, reconstruiu sua vida, retomou sua carreira jurídica e voltou ao xadrez competitivo, participando de torneios internacionais e consolidando sua reputação. O episódio na Cheka se tornou uma lenda que circulou entre os jogadores e intelectuais. Mesmo após guerras, exílio e perdas financeiras, Bernstein continuou a competir até seus últimos anos. Morreu em 1962, mas deixou um legado notável: a prova de que inteligência, estratégia e calma podem ser, às vezes, mais poderosas do que qualquer força. Em seu caso, salvaram sua vida. Conhecia essa história?

Novo SUV da Toyota será um Corolla cupê híbrido flex e chega em 2028

Novo SUV da Toyota será um Corolla cupê híbrido flex e chega em 2028

A Toyota confirmou o desenvolvimento de um novo SUV cupê derivado do Corolla, que promete ser um dos principais lançamentos da marca no Brasil nos próximos anos. O modelo, conhecido internamente como projeto 913D, terá motorização híbrida flex e versões com até 223 cv de potência, combinando eficiência e desempenho. Como será o Ferrari Elettrica, o primeiro carro 100% elétrico da marca italiana Parece um Mercedes, mas não é: o HWA Evo renasce das pistas e mistura nostalgia dos anos 1990 com engenharia de ponta; fotos De acordo com informações divulgadas pelo site Autos Segredos, o utilitário será construído sobre a mesma plataforma TNGA-C, já utilizada no Corolla e no Corolla Cross, mas com um visual mais esportivo e linhas de cupê, em sintonia com a nova linguagem de design “Hammerhead”, caracterizada pelos faróis em formato de “C”. O lançamento está previsto para 2028, e a produção será concentrada na fábrica de Sorocaba (SP), que passa por um processo de modernização para receber novos modelos eletrificados. O novo SUV será vendido exclusivamente com tecnologia híbrida. As versões de entrada terão o já conhecido motor 1.8 híbrido flex de 122 cv, utilizado atualmente no Corolla e no Corolla Cross. Já as versões topo de linha estrearão o sistema híbrido plug-in (PHEV) flex, que combina um motor 2.0 a combustão com propulsores elétricos e baterias recarregáveis. O conjunto, atualmente em testes no Brasil, deve gerar uma potência combinada de 223 cv, tornando-se o híbrido flex mais potente da linha Toyota no país. O modelo deve chegar acima do Corolla Cross na gama da marca, posicionando-se como um rival direto dos SUVs híbridos e elétricos chineses, que vêm conquistando espaço no mercado nacional. Antes do SUV cupê, a Toyota lançará sua nova picape média, desenvolvida para competir com a Fiat Toro. O modelo, previsto para 2026, também usará a plataforma do Corolla e contará com um sistema de tração elétrica e-Four, que combina motores elétricos com tração 4x4. As novidades fazem parte do investimento de R$ 11 bilhões que a Toyota anunciou para o Brasil até 2030, com foco em veículos eletrificados e produção nacional. Com o novo SUV cupê híbrido plug-in e a futura picape eletrificada, a marca japonesa reforça sua estratégia de ampliar a oferta de modelos sustentáveis, mantendo o protagonismo em tecnologia híbrida no país.

Como cheirava a Europa no século XVI? Cientistas recriam os aromas antigos com inteligência artificial

Como cheirava a Europa no século XVI? Cientistas recriam os aromas antigos com inteligência artificial

Imagine caminhar pelas ruas de Londres do século XVII. O ar é denso, carregado de aromas que variam entre o exótico e o medicinal. O cheiro de tabaco recém-importado mistura-se com o incenso das igrejas e o aroma pungente de remédios contra a peste. Esses odores, hoje distantes, estão sendo trazidos de volta à vida pelo projeto europeu Odeuropa. Zzyzx: conheça o 'resort-fantasma' da Califórnia e o homem que prometia curas milagrosas Saiba mais: Arqueólogos descobrem navio romano de 2 mil anos surpreendentemente preservado na Croácia Liderado por uma equipe de historiadores, cientistas e especialistas em inteligência artificial, o projeto visa identificar e recriar os cheiros que marcaram a Europa entre os séculos XVI e XX. Para isso, a IA analisa mais de 250.000 documentos em sete idiomas, criando uma enciclopédia digital de odores europeus. Descobrindo os odores do passado Uma das ferramentas centrais é o Odeuropa Smell Explorer, uma plataforma online desenvolvida para explorar o olfato como fenômeno cultural. Pesquisável e interativa, a ferramenta permite descobrir os cheiros do passado e entender como eles moldaram a história e a cultura europeias. O Smell Explorer é o resultado de três anos de pesquisa e desenvolvimento por uma equipe internacional de cientistas da computação, especialistas em IA e acadêmicos de humanidades. Seu público inclui acadêmicos, perfumistas, profissionais de patrimônio, artistas e qualquer pessoa interessada em aromas, linguagem e imagens olfativas. Cada aroma revela uma história. Segundo o The Guardian, o tabaco, introduzido no século XVI, era inicialmente um luxo exótico, mas logo se tornou comum, sendo criticado em ambientes fechados como teatros. Outros odores, como ervas usadas em remédios, mostram práticas de saúde e crenças culturais da época. A tecnologia por trás da pesquisa permite que os algoritmos reconheçam descrições olfativas e objetos aromáticos em textos e imagens históricas, criando uma base de dados rica e diversificada. William Tullett, da Universidade Anglia Ruskin em Cambridge, membro da equipe da Odeuropa e autor de Smell in Eighteenth-Century England, ressalta que “os cheiros antigos nos dizem muito sobre como os objetos se degradam e como podem ser preservados”. Além da pesquisa acadêmica, o projeto tem aplicação prática para além da plataforma online. Museus como o Jorvik Viking Centre, em York, já utilizam cheiros recriados para enriquecer a experiência do visitante. A equipe do Odeuropa planeja colaborar com perfumistas e químicos para trazer aromas históricos às exposições, proporcionando uma imersão sensorial única.

Profissionais mais velhos consideram usar botox e fazer plástica para se manter no mercado de trabalho

Profissionais mais velhos consideram usar botox e fazer plástica para se manter no mercado de trabalho

No Reino Unido, pesquisa realizada pelo Centre for Ageing Better mostrou que uma em cada cinco pessoas com 45 anos ou mais consideraria recorrer a aplicações de botox ou preenchimentos para parecer mais jovem, caso isso aumentasse suas chances de conseguir um emprego ou promoção. Uma em cada dez, na mesma faixa etária, cogitaria se submeter a uma cirurgia plástica. Cerca de 16% dos entrevistados relataram ter recebido comentários inadequados sobre sua idade de colegas ou gestores. De acordo com levantamento feito no Reino Unido, um em cada três profissionais maduros se sente em desvantagem ao se candidatar a uma vaga Centre for Aging Better Carole Easton, diretora executiva da organização e responsável pela campanha “Age without limits” (“Idade sem limites”), descreveu o quadro como “desanimador”: “muitas pessoas presumem que, nos dias de hoje, temos leis e políticas de RH que colocariam fim ao etarismo no trabalho, mas os dados e depoimentos mostram outra realidade”. Não é à toa que um em cada três profissionais maduros se sente em desvantagem ao se candidatar a uma vaga. Outra pesquisa conduzida pela “Age without limits” revelou que um em cada quatro recrutadores afirma que contratar alguém com mais de 50 anos “não faz sentido comercial”, pois essa mão de obra é vista como mais lenta ou menos adaptável. Um em cada cinco disse que treinar empregados mais velhos seria um desperdício de recursos, e um em cada três acredita que a competência tecnológica diminui com a idade. “Recebemos relatos de candidatos que foram ignorados em centenas de processos seletivos, apesar de terem ampla experiência, e que sentem que os empregadores perdem o interesse assim que tomam conhecimento da sua idade. Estereótipos persistentes e infundados têm condenado muitas pessoas ao descarte profissional, mesmo que ainda tenham um terço da vida produtiva pela frente”, criticou Easton. Casca de banana funciona como 'botox' natural? A campanha sugere ações como: Garantir que os eventos corporativos sejam inclusivos para todas as idades. Enfrentar o idadismo em todos os níveis: da falta de representatividade a piadas etaristas. Quebrar barreiras intergeracionais, incentivando o trabalho colaborativo entre colegas de diferentes idades, aproveitando os ganhos de produtividade e inovação das equipes multigeracionais.

Casal dos EUA descobre lápide romana de quase 2 mil anos no quintal; entenda como ela foi parar lá

Casal dos EUA descobre lápide romana de quase 2 mil anos no quintal; entenda como ela foi parar lá

Quem diria que, entre as folhas secas e o mato alto do quintal de uma casa em Nova Orleans, nos Estados Unidos, repousava uma relíquia de 1.900 anos? Foi o que descobriram Daniella Santoro, antropóloga da Universidade Tulane, e seu marido, Aaron Lorenz, ao limpar o terreno de sua residência no início deste ano. Sob a vegetação, encontraram uma laje de mármore com inscrições em latim, que, à primeira vista, pareciam ser de um cemitério do século XIX. Mas, ao investigar mais a fundo, revelaram um vínculo com o Império Romano. Leia também: Arqueólogos descobrem navio romano de 2 mil anos surpreendentemente preservado na Croácia A pedra, com cerca de 30 centímetros de largura, trazia uma inscrição que dizia: "Aos espíritos dos mortos, para Sextus Congenius Verus, soldado da frota praetória Misenensis, da tribo dos Bessi, que viveu 42 anos e serviu 22 na guerra, na trirreme Asclepius. Atilius Carus e Vettius Longinus, seus herdeiros, fizeram para ele, bem merecedor". A tradução foi confirmada por especialistas como Susann Lusnia, da Universidade Tulane, e Harald Stadler, da Universidade de Innsbruck, que identificaram a lápide como pertencente a um marinheiro romano do século II. Segundo a AP News, a surpresa maior veio quando a inscrição foi comparada com registros de um artefato perdido: a mesma lápide havia sido parte de um cemitério militar desenterrado na década de 1860 em Civitavecchia, Itália, e estava desaparecida desde os bombardeios da Segunda Guerra Mundial. A cidade, importante porto romano, foi severamente atingida pelos aliados, resultando na destruição de muitos museus e acervos arqueológicos. O elo americano A história da pedra ganhou um novo capítulo recentemente quando se descobriu que ela havia sido trazida para os Estados Unidos por Charles Paddock Jr., veterano da Segunda Guerra Mundial que serviu na Itália. Sua neta, Erin Scott O’Brien, herdou o item e o utilizou como decoração de jardim em sua casa em Nova Orleans a partir de 2003. Quando Santoro e Lorenz se mudaram para a residência em 2018, encontraram a pedra e iniciaram a investigação que revelou sua origem. Após a confirmação da autenticidade e da origem da lápide, autoridades americanas, em colaboração com o FBI e o Ministério da Cultura italiano, iniciaram o processo de repatriação do artefato. A pedra será restaurada e exibida no Museu Arqueológico Nacional de Civitavecchia, onde ocupará seu lugar de direito na preservação da história romana.

Acreana e de origem indígena: conheça a modelo que brilhou nas passarelas da Semana de Moda de Paris

Acreana e de origem indígena: conheça a modelo que brilhou nas passarelas da Semana de Moda de Paris

Gabriely Dobbins, de 18 anos, viveu um dos momentos mais marcantes de sua trajetória no domingo (5), ao estrear nas passarelas da Semana de Moda de Paris. Natural de Sena Madureira, no interior do Acre, e descendente do povo indígena Kaxinawá, ela foi escolhida pela grife francesa Chloé para integrar o casting de seu desfile, feito que marca sua entrada oficial no circuito internacional da moda. Confira: Dandara Queiroz, atriz e modelo indígena, é destaque do primeiro dia da São Paulo Fashion Week De vendedora de chips a top model: jovem indígena brilha na Semana de Moda de Nova York Ainda no backstage da apresentação, a modelo compartilhou registros nas redes sociais e se emocionou com a dimensão do momento. No Instagram, onde reúne pouco mais de 8 mil seguidores, Gabriely recebeu uma enxurrada de mensagens celebrando seu feito e exaltando sua beleza. "Perfeita, do nosso Acre para o mundo", escreveu uma seguidora. "Que emoção ver uma acreana voando tão alto", comentou outra. "Deusa demais. O Acre está muito bem representado", destacou um perfil. Entre os comentários, predominavam orgulho, apoio e encantamento com sua representatividade. Gabriely Dobbins: modelo de origem Kaxinawá estreia na Semana de Moda de Paris e emociona seguidores Reprodução Instagram Antes de despontar como nova promessa da moda, Gabriely chegou a iniciar o curso de Farmácia e trabalhou como maquiadora. Mas foi aos 16 anos que sua carreira deu uma guinada, ao ser descoberta e agenciada pela Way Model, mesma agência responsável por nomes como Alessandra Ambrósio, Carol Trentini e Candice Swanepoel. Quem é a nova modelo brasileira que desfilou para a Chloé e conquistou Paris Reprodução Instagram Desde então, a jovem acreana tem construído uma trajetória consistente na indústria. No Brasil, já participou de desfiles da São Paulo Fashion Week e foi destaque em editoriais de publicações de peso como "Vogue" e "Marie Claire". Quem é a modelo brasileira de origem indígena que estreou na passarela da Chloé em Paris Reprodução Instagram A estreia em Paris é mais do que um marco na carreira de Gabriely, é também um passo importante para ampliar as referências de beleza e identidade nas passarelas internacionais. Com postura serena e olhar firme, ela representa não apenas o talento brasileiro, mas também a diversidade que ainda luta por espaço no mundo da moda.

Estilo resort? Quais são as três melhores cidades para curtir a aposentadoria nos EUA, segundo estudo

Estilo resort? Quais são as três melhores cidades para curtir a aposentadoria nos EUA, segundo estudo

Aposentar-se já não significa “sumir do mapa” ou viver à margem do mundo produtivo. Cada vez mais, essa fase da vida se transforma em um recomeço, sendo um período para aprender, socializar, viajar e, principalmente, viver com conforto. Academias, aulas de cerâmica, clubes de vinho, trilhas ao ar livre e festas são o novo normal entre aposentados que buscam bem-estar e autonomia, e não apenas descanso. Leia também: Lisboa é eleita uma das cidades mais felizes para turistas em 2025; conheça o top 5 Entre rios e casas de pedra: conheça a cidade mais bonita do mundo em 2025, segundo a Forbes Esse movimento, que se espalha por vários países, é especialmente visível nos Estados Unidos, onde um levantamento do GOBankingRates mapeou as dez cidades mais promissoras para aposentadoria com base em critérios como qualidade de vida, custo de moradia, acesso à saúde e oferta de lazer. As líderes da lista, Goodyear (Arizona), Sugar Land (Texas) e Clermont (Flórida), exemplificam como as novas gerações de aposentados estão ressignificando o que significa envelhecer. De acordo com a CNBC, o contexto ajuda a entender o fenômeno: o número de americanos com 65 anos ou mais deve saltar de 35 milhões em 2000 para cerca de 74 milhões até 2030, segundo projeções oficiais. Essa mudança demográfica vem acompanhada de outro fator determinante: os Baby Boomers detêm mais riqueza acumulada do que as gerações seguintes, o que lhes dá liberdade para escolher onde e como querem viver. E muitos estão optando por comunidades planejadas que mais se parecem com resorts de férias permanentes. Aposentadoria com cara de resort Essas novas comunidades, voltadas a moradores com mais de 55 anos, oferecem o oposto da imagem tradicional dos asilos. São espaços com piscinas estilo clube, academias modernas, aulas de dança e ateliês de arte. Os empreendimentos são desenhados para que os aposentados mantenham uma rotina ativa e socialmente conectada, com fácil acesso a serviços médicos e infraestrutura completa, um conceito que, segundo o Daily Mail, cresce rapidamente no mercado imobiliário americano. Em Goodyear, subúrbio de Phoenix, a população idosa aumentou 11% no último ano. Lá, o PebbleCreek Resort Community oferece desde clubes de escultura e fotografia até apresentações de comédia e festivais de dança. Já em Sugar Land, no Texas, o atrativo está nas vantagens fiscais e na vida social intensa de comunidades como o Arista Riverstone, que oferece desde aulas de ioga e meditação até noites de bingo e cinema. Em Clermont, na Flórida, o destaque é o clima agradável, os lagos e os parques que permitem um estilo de vida ao ar livre, além da proximidade com centros de saúde e atrações turísticas. No fim das contas, o que se vê nessas cidades é mais do que uma tendência imobiliária: é uma nova filosofia de vida. A aposentadoria do século XXI é ativa, conectada e planejada. E talvez o maior símbolo dessa revolução seja justamente a frase dita por uma corretora de Goodyear ao Daily Mail: “Morar aqui é como viver em um resort. Todo dia parece sábado. Se você está entediado, a culpa é sua.”

Como voltar ao Windows 11 23H2? Veja passo a passo para reverter atualização

Como voltar ao Windows 11 23H2? Veja passo a passo para reverter atualização

Atualização do Windows 11 pode ser revertida se o usuário deseje voltar para a versão 23H2. Caso o internauta tenha feito o update para a versão mais recente do sistema operacional e esteja enfrentando bugs e lentidão, a Microsoft permite que o downgrade seja realizado em um prazo de 10 dias — após esse período, os arquivos necessários para a restauração são apagados. Nesse caso, a alternativa é reinstalar o Windows 11 23H2 do zero, por meio do modo de recuperação. Nas próximas linhas, veja o passo a passo para reverter a atualização com segurança. Versão 24H2 do Windows 11: recursos e ajustes que vale a pena conhecer ➡️ Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews ? Grupo do TechTudo no Telegram: receba ofertas e cupons de desconto todos os dias Como voltar ao Windows 11 23H2? Veja passo a passo para reverter atualização Laura Storino/TechTudo O que é o Windows 11 Lite? Saiba mais no Fórum do TechTudo Veja se é possível voltar ao Windows 11 23H2 Downgrade do Windows pode ser feito dentro de um período de 10 dias Reprodução/Unsplash/Windows A Microsoft estabelece um prazo de 10 dias para que o downgrade seja realizado. Após esse período, o Windows apaga automaticamente todos os arquivos necessários para efetuar a reversão. Por isso, antes de iniciar o processo, esteja atento ao prazo. Caso ainda esteja dentro do período, siga o passo a passo abaixo: Passo 1. Vá em “Configurações”, toque em “Sistema” e procure a seção “Recuperação”. Passo 2. Em “Opções de recuperação”, verifique se há o botão “Voltar” ou “Reverter”. Se houver, clique em um deles para iniciar o processo de reversão do Windows e siga as instruções. Passo 3. Aguarde até que o sistema reinicie e restaure o Windows 11 23H2. Importante destacar que seus arquivos pessoais serão mantidos. Use o modo de recuperação se o PC não iniciar corretamente Modo de recuperação é uma alternativa para reinstalação da versão anterior do Windows Reprodução/Unsplash/Windows Se o computador travar após a atualização 24H2, você deve recorrer ao modo de recuperação para reverter a instalação para a versão 23H2. Para isso, ligue e desligue o PC três vezes seguidas até que ele entre na tela de Reparo Automático. Depois, vá em “Solução de Problemas”, depois em “Opções Avançadas” e, em seguida, em “Desinstalar Atualização”. Selecione a opção “Desinstalar a atualização de recurso mais recente”. Aguarde até que o processo de reversão para o sistema anterior seja concluído. Faça uma instalação limpa do Windows 11 23H2 Veja como fazer uma instalação do Windows 11 23H2 do zero Reprodução/Unsplash/Windows Após o fim do prazo para reversão, a única alternativa que resta é realizar uma reinstalação limpa do Windows 11 23H2. Ao concluir a reinstalação, será necessário restaurar os dados a partir do backup criado e reinstalar novamente todos os softwares e drivers. Para isso, siga com atenção o passo a passo abaixo: Passo 1. Baixe a imagem ISO do Windows 11 23H2 — acessível em sites como UUP Dump ou em repositórios oficiais da Microsoft (vale mencionar que, durante a apuração para produção desta matéria, a ISO do Windows 11 23H2 não estava disponível no site da Microsoft). Passo 2. Em seguida, crie um pendrive de boot utilizando ferramentas como o Rufus. Passo 3. Faça backup dos seus arquivos. Passo 4. Reinicie o computador e inicialize pelo pendrive. Passo 5. Siga as instruções na tela para instalar o Windows 11 23H2 do zero. Dicas para evitar problemas futuros O update do software pode trazer problemas. Devido à instabilidade do sistema, é comum que o computador trave, apresente lentidão ou falhas de hardware e de drivers. Nesse caso, uma dica importante é criar um ponto de restauração antes de aceitar novas atualizações. Dessa forma, caso o update apresente problemas, será possível restaurar o computador para as configurações anteriores. Além disso, desative temporariamente as atualizações automáticas para evitar a reinstalação da versão 24H2 e utilize o Assistente de Instalação da Microsoft apenas quando a nova versão do sistema operacional estiver estável. Com informações de Microsoft Mais do TechTudo Veja também: A IA pode te ajudar no processo seletivo de uma vaga? A IA pode te ajudar no processo seletivo de uma vaga?

Atividades criativas ajudam o cérebro a envelhecer mais lentamente, mostra estudo internacional

Atividades criativas ajudam o cérebro a envelhecer mais lentamente, mostra estudo internacional

Mudanças simples na rotina podem melhorar a saúde do cérebro Um estudo internacional publicado na revista científica Nature Communications mostrou que se envolver em atividades criativas — como dançar, tocar instrumentos, pintar, cantar ou até jogar videogame — pode retardar o envelhecimento do cérebro. A pesquisa analisou dados cerebrais de mais de 1.400 participantes de 13 países e descobriu que pessoas que praticam atividades criativas com frequência têm cérebros “mais jovens” do que aquelas que não cultivam esses hábitos. “Não é que o cérebro rejuvenesce — ele envelhece mais lentamente”, explica o neurologista Renato Anghinah, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo. “O cérebro dessas pessoas mantém sua capacidade de resposta e de criação por mais tempo.” ? O que a ciência descobriu A equipe usou modelos computacionais conhecidos como brain clocks (“relógios cerebrais”) para comparar a idade biológica e cronológica do cérebro. Entre os grupos analisados — dançarinos, músicos, artistas visuais, jogadores de videogame e pessoas que não praticavam nenhuma atividade criativa —, os resultados foram claros: os que se envolviam regularmente com práticas criativas tinham cérebros mais jovens e conexões neurais mais eficientes. Os chamados “não praticantes” — grupo usado como controle — apresentaram o padrão esperado de envelhecimento cerebral, sem os ganhos observados nos criativos. Já os aprendizes, que começaram recentemente uma atividade, mostraram melhora intermediária: os benefícios aparecem mesmo após poucas semanas de treino. O efeito foi ainda mais evidente nos dançarinos de tango, cujos cérebros pareceram até sete anos mais jovens do que a idade real. Segundo Anghinah, isso acontece porque a dança combina movimento, coordenação, música e improviso, ativando várias regiões cerebrais ao mesmo tempo. “A dança é uma atividade completa: exige coordenação motora, planejamento, resposta rápida e criatividade. Tudo isso faz com que o cérebro crie mais conexões e mantenha essas redes ativas por mais tempo”, explica o pesquisador. Dançarinos de tango têm cérebros que parecem até sete anos mais jovens do que a idade real. Reprodução Criatividade como ferramenta de saúde pública O neurologista acredita que o estudo ajuda a revalorizar o papel das artes e da criatividade como fatores de saúde e não apenas de lazer. “A arte sempre foi colocada em segundo plano, como se fosse algo opcional. Mas ela deve ter o mesmo peso que o exercício físico ou uma boa alimentação. As atividades criativas fazem parte da complexidade da nossa cognição e precisam estar no centro das políticas públicas”, afirma. Anghinah defende que escolas — públicas e privadas — deveriam manter o ensino de música, teatro e artes como componentes essenciais do currículo. Começar tarde também traz benefícios Mesmo quem nunca se considerou uma pessoa criativa pode se beneficiar. O estudo mostrou que começar depois dos 50 ou 60 anos ainda traz ganhos mensuráveis para o cérebro. “Se a pessoa resolve entrar num coral, aprender um instrumento, pintar ou jogar algum jogo que exija atenção e raciocínio, ela vai criar novas conexões e reativar habilidades antigas”, diz Anghinah. “Não é o mesmo efeito de quem fez isso a vida inteira, mas o cérebro continua respondendo. A neuroplasticidade funciona até o fim da vida.” Pequenas mudanças que fazem diferença Para o neurologista, o ideal é começar aos poucos e encontrar uma atividade que gere prazer. “Há infinitas formas de ser criativo”, diz ele. “Cantar, cozinhar de forma diferente, aprender um tipo novo de dança, fazer crochê, pintar, desenhar ou até jogar videogames que exijam estratégia e coordenação — tudo isso ajuda o cérebro a trabalhar melhor.” “A criatividade é um exercício de liberdade mental. Ela não precisa de talento, mas de curiosidade e constância”, resume. ? Um novo olhar sobre o envelhecimento Os pesquisadores acreditam que, no futuro, a criatividade poderá ser prescrita como ferramenta de prevenção. “Acho que o grande recado é que o envelhecimento cerebral é resultado de uma soma de fatores: boa alimentação, atividade física, sono, e agora sabemos que a criatividade também é um protetor importante”, diz Anghinah. Ele próprio, após participar da pesquisa, diz ter se inspirado a retomar antigos hobbies. “Eu era uma pessoa muito racional, de pesquisa. Mas esse estudo me fez voltar a cantar e a buscar atividades criativas. Até o pesquisador sai transformado”, ri.

Diretor-geral de 'Vale tudo' em 1988, Dennis Carvalho relembra mudança de última hora em morte de Odete Roitman

Diretor-geral de 'Vale tudo' em 1988, Dennis Carvalho relembra mudança de última hora em morte de Odete Roitman

No fim de 1988 e ínicio de 1989, Dennis Carvalho era uma das poucas pessoas que sabiam da resposta a um dos maiores mistérios da história da TV brasileira: quem havia matado Odete Roitman? Essa informação privilegiada lhe cabia porque ele era o diretor-geral da novela escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, agora reescrita por Manuela Dias com o mesmo assassinato mobilizando o país. Indispensável: OAB alerta suspeitos de morte de Odete Roitman após depoimentos sem advogados Veja as primeiras imagens do casamento de Raquel e Ivan em 'Vale tudo'; figurinista detalha vestido de noiva — A gente pensou em Marco Aurélio para matar Odete — diz Dennis ao GLOBO, referindo-se ao personagem de Reginaldo Faria. — Mas houve um vazamento e precisamos mudar. Mas a resolução do mistério acabou saindo na imprensa, segundo Dennis, o que obrigou Gilberto Braga a alterar a trama em cima da hora. Não só porque perderia a graça para o público, como também por causa de um concurso patrocinado pela marca de alimentos Maggi (o caldo da Galinha Azul), que sortearia 5 milhões de cruzados entre os telespectadores que acertassem o assassino. Quem matou Odete Roitman: autora de 'Vale tudo' escreveu dez finais, para cinco suspeitos; veja diferenças entre 2025 e 1988 — Uma semana antes do final, o Gilberto me falou: "Quem é que tem cara de louca no elenco?". A Cássia (Kis, intérprete de Leila), claro, eu respondi. Então é ela que vai matar, ele me disse — relembra Dennis. Esta história também é contada na autobiografia de Gilberto Braga, "O balzac da Globo", escrita por Artur Xexéo e Maurício Stycer (Editora Intrínseca). A última gravação Para evitar novos vazamentos, Dennis armou uma operação de guerra, reportada pelo GLOBO na edição de 7 de janeiro de 1989, um dia depois do último capítulo. O final, com Leila, mulher de Marco Aurélio, matando Odete sem querer, por achar que sombra na parede era de Fátima (Gloria Pires), a amante dele, foi filmada no dia em que foi ao ar. "Oito cenas foram gravadas ontem, duas com a participação da vítima", dizia a matéria do GLOBO. — Convoquei todo o elenco, fomos para o estúdio às 9h e fiz uma brincadeira, falando, solenemente, “vou revelar quem matou Odete Roitman” — diz Dennis. — Quando anunciei Cássia Kis, foram só aplausos. O pessoal foi para casa e começamos a gravar do zero às 13h. Sobre a nova versão, Dennis diz que, pela primeira vez, está com tempo de assistir a uma novela inteira e elogia a atuação "brilhante" de Debora Bloch. E quem matou Odete Roitman, na visão desse especialista? — Afonso (Humberto Carrão). Para mim, ele é o assassino.

Como foi o final da versão original de 'Vale Tudo'? Capítulo teve trisal, casamentos e jogo do bicho

Como foi o final da versão original de 'Vale Tudo'? Capítulo teve trisal, casamentos e jogo do bicho

Veja como foi o final de ‘Vale Tudo’ em 1989 O capítulo final da primeira versão de "Vale Tudo" foi ao ar em 6 de janeiro de 1989. A novela surpreendeu os espectadores ao não punir os personagens de má índole, finalmente uniu um casal queridinho e explicou de vez quem matou Odete Roitman (Beatriz Segall). No remake, o capítulo final vai ao ar nesta sexta (17). Relembre como foi o final da versão original: Quem matou Odete Roitman No capítulo final, a identidade do assassino finalmente é revelada: Leila (Cássia Kis) matou Odete por engano. Mas ela não chega a ser punida. Leila confessa a verdade a Bartolomeu e consegue fugir com Marco Aurélio (Reginaldo Faria) e Bruno (Danton Mello). No avião, o empresário da TCA faz o gesto de "dar uma banana" para o Brasil e voa para longe — a cena se tornou uma das mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira. Cena em que Marco Aurélio (Reginaldo Faria) dá uma banana para o Brasil ao fugir do país com Leila (Cássia Kis) Reprodução/TV Globo Casamentos (e trisal?) No último capítulo, Afonso vai atrás de Solange (Lídia Brondi) e se declara para ela. Ele acha que a filha dela, Marcinha, é de Mário Sérgio (Marcos Palmeira), mas se oferece para cuidar da menina "como se fosse minha". Mais tarde, Solange revela que a bebê é filha dele. "Você é muito desligado, hein, Afonso? Bom, ficou dois anos casado com a Fátima sem saber que ela te enganava... aliás, era só olhar para a Marcinha com um pouquinho mais de atenção. Ela é a tua cara", diz ela, para a emoção de Afonso. Vemos os casamentos de Poliana (Pedro Paulo Rangel) e Íris (Cristiana Galvão interpreta a personagem, que não existe no remake). Afonso e Solange se casam e Heleninha (Renata Sorrah) se casa com William (Dennis Carvalho), que também não está na nova versão. Sóbria há um ano, Heleninha aparece feliz e bem-sucedida em sua galeria de arte. Maria de Fátima (Glória Pires) se casa com príncipe italiano Reprodução/TV Globo Maria de Fátima (Glória Pires) está trabalhando diariamente (o que, para ela, é um sofrimento). Mas ela também acaba se dando bem: César (Carlos Alberto Riccelli) consegue para ela um casamento arranjado com um príncipe italiano, que precisa de uma esposa para disfarçar sua homossexualidade. O capítulo dá a entender que, juntos, os três formarão um trisal. Já o filho dela fica com Raquel. Consuelo e Olavo Na versão original, Consuelo é solteira, e Jarbas é seu irmão. Ela tem um caso com Olavo, que por sua vez está com ela por interesse. No fim da novela, o fotógrafo é preso, e ela o visita na cadeia todos os domingos (para a família, ela diz que está na igreja). Vitória no jogo do bicho Lucimar (Maria Gladys) ganha no jogo do bicho Reprodução/TV Globo Até então faxineira, Lucimar (Maria Gladys) aposta no número da sepultura de Odete Roitman e vence no jogo do bicho. Com a bolada, ela desaparece por um tempo e volta mudada, diretamente da Argentina. Ela reaparece vestida como uma socialite, de penteado parecidíssimo com Odete, e desprezando os brasileiros. Ivan e Raquel Ivan e Raquel no fim de 'Vale Tudo' (1988) Reprodução/TV Globo Se Marco Aurélio consegue fugir, Ivan (Antônio Fagundes) não tem a mesma sorte de não pagar pelos seus crimes. Ele é condenado a dois anos de prisão pelo crime de suborno para liberar equipamentos retidos na alfândega. "Aqui nesse país, é careta você ser íntegro, você ser honesto", diz. Ele cumpre um ano e, ao sair da cadeia, é indicado por Afonso (Cássio Gabus Mendes) à vice-presidência da TCA. Mais tarde, lança o livro "Vale Tudo", baseado em suas experiências de vida. Ele compra uma casa para morar com Raquel (Regina Duarte). Felizes, os dois protagonizam a cena final da novela, andando juntos pela orla da praia.

Como economizar a bateria do celular Samsung? Use essas configurações

Como economizar a bateria do celular Samsung? Use essas configurações

Aumentar a durabilidade da bateria do celular reduz a necessidade de cargas constantes, o que pode preservar a vida útil do aparelho a longo prazo. Tanto que as próprias fabricantes, como a Samsung, implementam recursos nativos para prolongar o nível da carga de seus dispositivos, como o modo de economia de energia. Algumas simples configurações de tela também podem impactar significativamente no consumo e, ainda, existem aquelas medidas que você nem imagina que possam ter uma contribuição no uso da bateria do seu smartphone. Por isso, o TechTudo separou 5 ajustes que podem salvar a bateria do seu celular Samsung. Confira! Essas 10 funções vão deixar o seu celular Samsung BEM mais rápido! Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews O Galaxy A55 tem uma bateria de 5.000 mAh Divulgação/Samsung Como liberar espaço no celular Android? Veja no fórum do TechTudo Como economizar a bateria do celular Samsung? Use essas configurações: Uso do “Modo de Energia Adaptável” e Limites de Processamento Configuração Agressiva da Suspensão Profunda Gerenciamento de Tela “Always On Display” (AOD) Ajuste da Resolução e Taxa de Atualização Desativação de Serviços de Localização e Conectividade Desnecessários Uso do “Modo de Energia Adaptável” e Limites de Processamento Um recurso que os usuários de Android já conhecem é o modo de economia de energia, bem útil quando o smartphone está em níveis críticos de bateria e não dá para ser carregado instantaneamente. Essa “economia” acontece, pois, para preservar a bateria, o modo limita o desempenho da CPU do smartphone, reduzindo o brilho da tela, desligando a luz das teclas sensíveis ao toque e o feedback de vibração. Além disso, ele geralmente fecha todos os aplicativos e telas desnecessárias para aumentar a duração da bateria. No entanto, existe outra funcionalidade integrada ao Samsung e na maioria dos smartphones Android, a chamada Bateria Adaptável. Ela gerencia automaticamente o desempenho e eficiência do smartphone em segundo plano, usando processos especiais para prolongar a carga. Em algumas operações mais simples que não exigem desempenho máximo, como navegar pela caixa de entrada, por exemplo, a configuração reduz o consumo de bateria para economizá-la. Para que isso aconteça, você deve acessar Ajustes > Bateria > Preferências adaptáveis. ​​Verifique se a opção “Bateria adaptável” está ativada, caso contrário, ative-a. Bateria adaptável Samsung Reprodução/Samsung Members Configuração Agressiva da Suspensão Profunda Os apps instalados que caem no esquecimento por falta de uso entram automaticamente “Em Suspensão”, ou seja, em uma espécie de hibernação digital, de modo que não funcionam em segundo plano. Porém, uma vez que algum desses softwares é aberto, ele volta à “estaca zero”. Porém, existe uma maneira de você mesmo colocar os apps do seu Samsung para dormir. No modo de Suspensão Profunda, é possível escolher os aplicativos que deseja que jamais operem em segundo plano. Mas vale dizer que há algumas consequências ao fazer isso, como deixar de receber notificações, como novas mensagens no WhatsApp, por exemplo. Para fazer isso, acesse as configurações do smartphone e siga essa sequência: Assistência do Aparelho > Bateria > Gerenciamento de energia de aplicativos > Aplicativos em suspensão profunda. Escolha os aplicativos em suspensão profunda no Android Foto: Reprodução/Mayara Aguiar Gerenciamento de Tela “Always On Display” (AOD) O Always On Display (AOD) exibe determinadas informações em telas AMOLED enquanto elas estão “desligadas”. Ele permite, por exemplo, que você verifique a data e hora sem precisar ativar a tela. Mas ao fazer isso, essa atividade exige que a tela fique ligada o tempo todo, consumindo mais energia. No entanto, você tem a opção de desligar o AOD ou definir horários para que ele ligue e desligue. Para desativá-lo, vá para Configurações > Tela de bloqueio e segurança > Tela de bloqueio e Always On Display. Toque o controle deslizante (ele se moverá para a esquerda). Se quiser somente definir um cronograma de funcionamento, faça o mesmo passo a passo para chegar até a Tela de bloqueio e Always On Display, toque em “Quando mostrar” (pode variar conforme dispositivo), e siga as orientações do dispositivo. Use o Always-On-Display em horário agendado Reprodução/Diego Cataldo Ajuste da Resolução e Taxa de Atualização A melhoria no desempenho das telas dos smartphones mais modernos se deve, na maioria, às taxas de atualização mais rápidas que os fabricantes implementaram, seja 90 Hz, 120 Hz ou valores maiores. Isso torna as animações, rolagem nas redes sociais e outras interações mais suaves e responsivas. Mas, por outro lado, o consumo de bateria também é maior. Entretanto, existe a possibilidade de reduzir essa taxa de atualização. Nas configurações do telefone, navegue até o menu “Tela” e procure por “Suavidade de Movimento” (ou similar, dependendo do dispositivo) e volte para a taxa padrão. Isso significa que sua tela passará a operar automaticamente em 60 Hz. Ao fazer a mudança, você pode sentir uma certa instabilidade na tela no começo, mas isso é completamente normal. Outra opção para economizar bateria é alterar a resolução da tela de QHD Plus para Full HD Plus. Isso reduz o consumo da bateria, fazendo somente uma pequena diferença na qualidade da tela. Vá para Configurações > Tela > Resolução da tela > FHD. Altere a taxa de atualização da tela em celular Samsung para Padrão (60 Hz) para economizar bateria Reprodução: Juliana Villarinho/TechTudo Desativação de Serviços de Localização e Conectividade Desnecessários Muitas vezes, desabilitar recursos que não estão em uso já faz uma diferença significativa para poupar a bateria. Serviços de localização, Wi-Fi e Bluetooth são funcionalidades que não precisam estar o tempo todo ativadas, pois, nestes casos, cada verificação regular em busca de sinal consome energia. Nos Samsung e maioria smartphones Android, você pode rolar o painel de notificações (menu suspenso) para baixo para ativar e desativar esses serviços tocando no ícone correspondente. Embora este modo de configurações rápidas seja a maneira mais prática de acessá-los, eles também estão disponíveis no menu de configurações do celular para gerenciamento. Ainda sobre os serviços de localização, há a possibilidade de desativar o seu uso individualmente em apps específicos em “Permissões de aplicativos”. Com informações de Samsung, Android, ZDNET, Asurion e Boucepad North America Inc. Mais do TechTudo Veja também: Melhores antivírus Grátis para celular Android! Veja o Top 3 atualizado para 2025! Melhores antivírus Grátis para celular Android! Veja o Top 3 atualizado para 2025!

Enem 2025: checklist para revisar a redação e garantir mais pontos

Enem 2025: checklist para revisar a redação e garantir mais pontos

'Vale Tudo' no Enem: morte de Odete vira questão de matemática; qual seria sua nota? Faltando poucas semanas para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, os candidatos devem definir um bom plano de ataque para a prova. No primeiro domingo, 9 de novembro, é preciso ter agilidade para responder às 90 questões objetivas e escrever uma boa redação – cuja pontuação é determinante para a nota final. Para garantir que o texto produzido atende às competências cobradas pelo exame, é essencial que o estudante reserve alguns minutos para revisar o que escreveu antes de entregar. Ou, de preferência, e se houver tempo, antes mesmo passar à limpo na folha de redação. LEIA TAMBÉM: Quantos parágrafos tem uma redação do Enem? Relembre a estrutura Além de corrigir pequenos erros de gramática e ortografia, essa estratégia permite ter uma visão geral e mais distanciada do texto, garantindo que não existam falhas graves que possam resultar em perdas significativas de pontos ou até mesmo na anulação da redação – um grande medo dos candidatos. Prova de redação será aplicada no primeiro domingo de exame, 9 de novembro. Freepik É o famoso "pente fino". Maysa Barreto, assistente pedagógica da plataforma Redação Nota 1000, recomenda que o candidato comece relendo a redação em voz baixa, claro, para não incomodar os outros inscritos. “Isso ajuda a identificar possíveis desvios gramaticais e falhas sintáticas que podem ter passado despercebidos na hora de transcrever o texto do rascunho para a folha oficial”, explica. Veja o checklist completo recomendado por Maysa: ✅ Releia em voz baixa para identificar desvios gramaticais e falhas sintáticas; ✅ Confira se respeitou os limites da folha – mínimo de 8 linhas e máximo de 30 –, mantendo o texto dentro das margens indicadas; ✅ Garanta que as palavras-chave da frase-tema apareçam ao longo da redação, o que mostra que o texto está de fato dentro do tema proposto; ✅ Verifique se há uma tese clara na introdução, ou seja, um ponto de vista que foi desenvolvido e retomado ao longo de todo o texto; ✅ Observe se incluiu repertórios socioculturais pertinentes, informações vindas de outras áreas do conhecimento e não apenas dos textos de apoio – e se estão bem relacionados ao tema e à argumentação do parágrafo; ✅ Revise a coerência e a progressão das ideias, avaliando se cada parágrafo contribui para a defesa do ponto de vista e se as afirmações estão acompanhadas de exemplos ou justificativas para comprová-las; ✅ Analise o uso dos conectivos, garantindo variedade e sentido adequado nas relações entre as partes do texto; ✅ Confira se a proposta de intervenção está completa, com todos os elementos essenciais, respeito aos direitos humanos e relação direta com os problemas discutidos na redação. Revise com base nas competências Outro caminho é revisar o texto de acordo com as cinco competências avaliadas pelo Enem, indica a professora de redação Tanay Gonçalves, da plataforma Professor Ferretto. Ela sugere o seguinte roteiro: ✅ Competência 1: revisar bem o rascunho para eliminar o máximo de erros gramaticais; ✅ Competência 2: verificar se o tema é mencionado em todos os parágrafos; ✅ Competência 3: garantir dois ou três repertórios socioculturais, sempre acompanhados de análise para articular à argumentação – nada de citações soltas; ✅ Competência 4: observar se fez bom uso dos conectivos, empregando de 10 a 15, especialmente no início dos parágrafos de desenvolvimento e conclusão; ✅ Competência 5: conferir se a proposta de intervenção traz os cinco elementos válidos (agente, ação, modo, finalidade e detalhamento), relacionados à discussão dos parágrafos anteriores. LEIA MAIS: Um mês para o Enem: o que estudar e como se preparar para cada área da prova? Como estudar para o Enem usando filmes, séries e outras obras Como treinar redação em casa? Vale usar IA para corrigir?

De volta ao mapa da vergonha: crianças sem vacina

De volta ao mapa da vergonha: crianças sem vacina

É inadmissível, mas está acontecendo: o Brasil voltou a figurar entre os 20 países com maior número de crianças não vacinadas no mundo. Somos agora o 17º colocado, segundo dados divulgados em julho pela Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estávamos fora dessa lista em 2023, quando demos sinais de recuperação nas coberturas vacinais. Mas, infelizmente, um ano depois, retrocedemos. Voltamos a ocupar um lugar entre as nações que falham em proteger suas crianças contra doenças evitáveis. É um alerta vermelho para a saúde pública brasileira. De acordo com o levantamento, cerca de 14 milhões de crianças no mundo não receberam sequer uma dose de vacina. São chamadas de “zero dose”. Outras 6 milhões foram vacinadas apenas parcialmente, ficando também vulneráveis. O estudo usa como referência a aplicação da DTP1 — vacina que protege contra difteria, tétano e coqueluche —, por ser considerada um marcador de acesso aos serviços de imunização de rotina. E os números que vêm do Brasil são preocupantes. Em 2024, foram registrados mais de 7.440 casos de coqueluche no país. A doença é caracterizada por crises severas de tosse seca, que podem durar semanas e causar complicações graves, principalmente em bebês. A doença está reaparecendo com força. O tétano também não desapareceu, apesar da falsa sensação de segurança. A vacina reduziu muito os casos, mas não eliminou a doença. De 2022 a 2024, o Brasil registrou 188, 205 e 219 casos, respectivamente. Quase todos entre adultos e idosos. O mais alarmante? A letalidade: entre 26% e 29%. Isso significa que 1 em cada 4 pessoas que contraem tétano morre. Já a difteria, que não registra mortes no país desde 2017, continua sendo uma ameaça latente. Naquele ano, uma criança de 10 anos, vinda da Venezuela, morreu em Boa Vista (RR) — um lembrete brutal de que fronteiras sanitárias são frágeis, e que o Brasil precisa manter vigilância constante. O que estamos vivendo é consequência direta da queda nas coberturas vacinais. Nenhuma das 17 vacinas infantis monitoradas pela OMS atingiu os 90% de cobertura no Brasil. A hesitação cresceu, alimentada por desinformação, fake news e discursos antivacina. Isso, somado à redução de recursos e à fragilização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) — responsável por organizar e garantir o acesso gratuito às vacinas — gera o cenário perfeito para o retorno de doenças antes controladas. Você já se perguntou por que os bebês tomam vacinas desde o nascimento? Os recém-nascidos correm maior risco de adoecer. É também o momento em que o sistema imunológico deles mais aprende com as vacinas. Quando atuava como pediatra, costumava explicar aos pais que uma criança é como um computador novo — sua “memória imunológica” está em branco, e as vacinas vão instalando as proteções contra vírus e bactérias perigosos, garantindo que o corpo esteja preparado para enfrentar doenças. Vacinar é, sim, uma decisão individual — mas com impacto coletivo. Ao deixar de vacinar seu filho, uma família coloca em risco toda uma comunidade. E, no caso de doenças como sarampo, coqueluche e poliomielite, basta uma queda pontual de cobertura para o vírus circular novamente. A imunização precisa voltar a ser tratada como prioridade — e não apenas quando há surtos ou emergências sanitárias. É frustrante ver o Brasil — País que já foi referência mundial em vacinação — recuar tanto. Mas ainda é possível mudar esse cenário. Precisamos de ações integradas entre governos, setor privado, profissionais de saúde, educadores e famílias. Campanhas de comunicação eficazes, reforço no PNI, capacitação das equipes de saúde e investimento contínuo são o caminho. A vacina é uma das maiores invenções da humanidade. Proteger nossas crianças com elas não deveria ser negociável.