Blindagem a irmão de Lula, quebras de sigilo barradas e avanço contra advogado: as vitórias governistas na CPI do INSS

Blindagem a irmão de Lula, quebras de sigilo barradas e avanço contra advogado: as vitórias governistas na CPI do INSS

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), decidiu se nomear como novo integrante da CPI do INSS após uma série de derrotas da oposição no colegiado. A mais recente foi a rejeição do requerimento de convocação do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, o Frei Chico — vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). O sindicato é uma das entidades investigadas pela Polícia Federal no esquema de descontos fraudulentos de aposentados. Frei Chico, porém, não é formalmente investigado. 'Vale tudo': Lula surfa no 'quem matou Odete' antes do final da novela e fala em 'combater a desigualdade com justiça social' STF: Gilmar pede para julgamento do aborto ir a plenário físico e interrompe análise O pedido foi derrotado por 19 votos a 11 e marcou a vitória de uma articulação da bancada governista. O esforço político bem-sucedido representou ainda uma nova fase de aliados do Palácio do Planalto que atuam na comissão. Após a instalação da CPI, o governo perdeu o controle dos postos-chave do colegiado devido às ausências na sessão que elegeu o presidente e o relator, em setembro, mas recentemente passou a ter êxito em votações que blindam nomes próximos à base. — A oposição foi vitoriosa na instauração da CPI. Mas, desde que ela começou, só colhemos derrotas. Perdemos todas. Decidi entrar para ajudar os parlamentares a se organizarem e conseguirem aprovar os requerimentos contra o governo. Não gosto de perder — disse Sóstenes. Vitórias recentes da base de Lula Blindagem a irmão de Lula - A CPI rejeitou um requerimento para o depoimento de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula. Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades na mira da apuração sobre esquema de descontos fraudulentos no INSS. Ele não é investigado. Quebras de sigilo barradas - Os aliados de Lula conseguiram barrar as quebras de sigilo da publicitária Danielle Fonteles e de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete de Davi Alcolumbre. A publicitária já prestou serviços a campanhas eleitorais do PT e recebeu R$ 5 milhões do “careca do INSS”. Avanço contra advogado - Outra vitória foi a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, autor das primeiras denúncias sobre as fraudes no INSS. Parlamentares governistas da CPI têm a expectativa que os dados apontem desvios no governo de Jair Bolsonaro. Em votações recentes, a base de Lula também evitou a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles e da sua empresa. Ela recebeu R$ 5 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS”, entre novembro de 2023 e março de 2025. A publicitária já prestou serviços a campanhas eleitorais do PT, como a de Dilma Rousseff, em 2010. A rejeição consolidou o entendimento que preservou Frei Chico — Danielle não é formalmente investigada. De acordo com as defesas de Antunes e Fonteles, o pagamento foi feito para a compra de um imóvel em Trancoso (BA) em uma negociação que acabou não se concretizando. O caso foi revelado pela revista “Veja” e confirmado pelo GLOBO. Na semana passada, os votos do governo impediram a quebra do sigilo bancário de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tem sido fiador dos interesses do Executivo no Legislativo. ‘Lista de chamada’ Já a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, autor das primeiras denúncias sobre as fraudes no INSS, foi celebrada como uma vitória governista. Parlamentares da CPI têm a expectativa que os dados apontem desvios no governo Bolsonaro. A “lista de chamada” dos presentes tem sido o principal trunfo dos governistas. Às segundas e quintas-feiras, dias de sessão, o gabinete do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), designado líder da bancada na CPI, entra em contato com os parlamentares da base para assegurar o quórum e não permitir que suplentes ligados à oposição votem. Em um grupo de WhatsApp, os deputados e senadores governistas são abastecidos com resumos sobre as atividades dos interrogados e com orientações. Pimenta nega que as vitórias representem uma tentativa de blindar aliados: — Não queremos blindar ninguém, mas temos como diretriz a rejeição dos requerimentos que não tenham vínculo com o escopo da CPI. Os governistas contam com uma “tropa de choque” na comissão, que tem protagonizado embates com a oposição e se posicionado de forma mais técnica durante as sessões.

Blindagem a irmão de Lula, quebras de sigilo barradas e avanço contra advogado: as vitórias governistas na CPI do INSS

Blindagem a irmão de Lula, quebras de sigilo barradas e avanço contra advogado: as vitórias governistas na CPI do INSS

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), decidiu se nomear como novo integrante da CPI do INSS após uma série de derrotas da oposição no colegiado. A mais recente foi a rejeição do requerimento de convocação do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, o Frei Chico — vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). O sindicato é uma das entidades investigadas pela Polícia Federal no esquema de descontos fraudulentos de aposentados. Frei Chico, porém, não é formalmente investigado. 'Vale tudo': Lula surfa no 'quem matou Odete' antes do final da novela e fala em 'combater a desigualdade com justiça social' STF: Gilmar pede para julgamento do aborto ir a plenário físico e interrompe análise O pedido foi derrotado por 19 votos a 11 e marcou a vitória de uma articulação da bancada governista. O esforço político bem-sucedido representou ainda uma nova fase de aliados do Palácio do Planalto que atuam na comissão. Após a instalação da CPI, o governo perdeu o controle dos postos-chave do colegiado devido às ausências na sessão que elegeu o presidente e o relator, em setembro, mas recentemente passou a ter êxito em votações que blindam nomes próximos à base. — A oposição foi vitoriosa na instauração da CPI. Mas, desde que ela começou, só colhemos derrotas. Perdemos todas. Decidi entrar para ajudar os parlamentares a se organizarem e conseguirem aprovar os requerimentos contra o governo. Não gosto de perder — disse Sóstenes. Vitórias recentes da base de Lula Blindagem a irmão de Lula - A CPI rejeitou um requerimento para o depoimento de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula. Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades na mira da apuração sobre esquema de descontos fraudulentos no INSS. Ele não é investigado. Quebras de sigilo barradas - Os aliados de Lula conseguiram barrar as quebras de sigilo da publicitária Danielle Fonteles e de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete de Davi Alcolumbre. A publicitária já prestou serviços a campanhas eleitorais do PT e recebeu R$ 5 milhões do “careca do INSS”. Avanço contra advogado - Outra vitória foi a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, autor das primeiras denúncias sobre as fraudes no INSS. Parlamentares governistas da CPI têm a expectativa que os dados apontem desvios no governo de Jair Bolsonaro. Em votações recentes, a base de Lula também evitou a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles e da sua empresa. Ela recebeu R$ 5 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS”, entre novembro de 2023 e março de 2025. A publicitária já prestou serviços a campanhas eleitorais do PT, como a de Dilma Rousseff, em 2010. A rejeição consolidou o entendimento que preservou Frei Chico — Danielle não é formalmente investigada. De acordo com as defesas de Antunes e Fonteles, o pagamento foi feito para a compra de um imóvel em Trancoso (BA) em uma negociação que acabou não se concretizando. O caso foi revelado pela revista “Veja” e confirmado pelo GLOBO. Na semana passada, os votos do governo impediram a quebra do sigilo bancário de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tem sido fiador dos interesses do Executivo no Legislativo. ‘Lista de chamada’ Já a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, autor das primeiras denúncias sobre as fraudes no INSS, foi celebrada como uma vitória governista. Parlamentares da CPI têm a expectativa que os dados apontem desvios no governo Bolsonaro. A “lista de chamada” dos presentes tem sido o principal trunfo dos governistas. Às segundas e quintas-feiras, dias de sessão, o gabinete do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), designado líder da bancada na CPI, entra em contato com os parlamentares da base para assegurar o quórum e não permitir que suplentes ligados à oposição votem. Em um grupo de WhatsApp, os deputados e senadores governistas são abastecidos com resumos sobre as atividades dos interrogados e com orientações. Pimenta nega que as vitórias representem uma tentativa de blindar aliados: — Não queremos blindar ninguém, mas temos como diretriz a rejeição dos requerimentos que não tenham vínculo com o escopo da CPI. Os governistas contam com uma “tropa de choque” na comissão, que tem protagonizado embates com a oposição e se posicionado de forma mais técnica durante as sessões.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

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Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. 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Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Brasileira presa no Camboja está em cadeia superlotada, com registros de morte e inundação; saiba como é o local

Após ser atraída para uma falsa promessa de emprego, e se recusar a aplicar golpes na internet, a arquiteta brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, foi presa no Camboja, e está há sete meses detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey. A cadeia, localizada no norte do país, é conhecida por ir além da capacidade máxima de presidiários, além de casos de inundações e morte de prisioneiros. De acordo com o site Camboja News, a prisão vive uma "superlotação severa" e atrasos de atendimentos médicos, que culminaram na morte de um prisioneiro em março. São Paulo: Ao menos três casos de intoxicação por metanol em SP estão ligados a fábrica clandestina de família no ABC, diz polícia Crime: PM recebeu dez novos pedidos de escolta de autoridades depois da morte de ex-delegado-geral de São Paulo Um homem de 22 anos chamado Leap Chantha foi preso em Banteay Meanchey em dezembro de 2023 por posse e transporte de armas sem permissão, violência intencional, roubo e uso de drogas ilegais. Ele havia sido sentenciado a três anos e já tinha cumprido um ano e dois meses da pena na época da morte. Chantha chegou a ter atendimento, mas morreu devido a um problema no coração e falta de oxigenação cerebral. A família questionou a coordenação da prisão por não ter sido notificada imediatamente. O pai do prisioneiro morto afirmou na época que o filho havia reclamado da superlotação na prisão. Um levantamento do Licadho, grupo defensor de direitos humanos do Camboja, mostra que as prisões do país operam a 200% da capacidade em algumas instalações. Em 2013, 842 prisioneiros da Banteay Meanchey foram evacuados para outras instalações após a prisão ter sido atingida por uma inundação. O nível da água, de acordo com publicações da época, chegou à altura do pescoço dos detentos em alguns locais. Naquele ano, as fortes chuvas e a enchente do rio Mekong causaram a morte de pelo menos 104 pessoas, afetando 1,5 milhão de pessoas em três semanas. Tráfico internacional Assim como já aconteceu com outros brasileiros, a arquiteta teria sido vítima de uma rede de tráfico humano internacional que leva estrangeiros até países do Sudeste Asiático, onde existem complexos de prédios mantidos por máfias locais dedicadas a cometer crimes virtuais. Aos familiares, a brasileira relatou no início do ano ter recebido uma proposta de emprego para trabalhar com telemarketing no Camboja. O contrato prometido seria temporário, de seis meses a um ano, e ela pretendia retornar ao Brasil em seguida. Daniela embarcou para o Camboja no dia 30 de janeiro. — Quando ela chegou, mandou para nós a localização. Começamos a achar muito estranho: era um complexo afastado da capital, próximo da fronteira com a Tailândia — diz Lorena, irmã de Daniela — Assim que ela entrou lá, pegaram o passaporte dela. Não tinha como ela sair. É um local sem comércio, sem estrada, sem nada. Segundo Lorena, ao longo do mês de fevereiro, novas vítimas do esquema foram chegando ao complexo. Em março, o treinamento para o suposto emprego teve início, e Daniela de Oliveira percebeu que seria obrigada a cometer golpes na internet. Ela se negou a continuar no local e pediu para sair, mas foi avisada de que deveria pagar uma multa. Daniela Oliveira foi vítima de rede de tráfico humano e atraída até o Camboja para aplicar golpes Divulgação Os familiares de Daniela afirmam que, após esse episódio, drogas foram plantadas na bagagem da brasileira, que acabou presa. Ela deverá ser julgada por posse e uso de drogas no dia 23 de outubro. Não foi especificado quais seriam as substâncias encontradas nas malas. Outros casos: Homem que traficou brasileiros à máfia chinesa em Mianmar é condenado a 18 anos de prisão Lorena afirma que, nos dois dias seguintes à prisão de Daniela, a família passou a ser extorquida por criminosos se passando pela irmã. Cerca de R$ 27 mil foram repassados aos criminosos. — Eles ficaram com todos os pertences dela, inclusive o celular. Com ele, começaram a mandar mensagem para nós, se fazendo passar por ela. Falaram que tinha uma multa a ser paga. Percebemos que não era ela por conta dos erros de ortografia e também perguntamos coisas íntimas — diz Lorena. A família conseguiu falar com a arquiteta apenas no dia 29 de março. Daniela relatou o que havia acontecido nos últimos dias e falou que havia pedido para fazer um teste toxicológico, o que foi negado. Na prisão, ela enfrenta dificuldades para se comunicar por não falar a língua local, mas uma ONG local conseguiu um advogado para defendê-la no julgamento da próxima semana. No momento, a família realiza uma vaquinha virtual para ajudar a trazer a brasileira de volta ao país. O objetivo é arrecadar R$ 60 mil reais para pagar advogados, custo das passagens e comprar itens básicos. Procurado, o Itamaraty disse que tem conhecimento do caso, que é acompanhado pela Embaixada do Brasil em Bangkok. "A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.

Joia do barroco mineiro, igreja com histórico de lendas ligadas a Chica da Silva será restaurada em Diamantina

Joia do barroco mineiro, igreja com histórico de lendas ligadas a Chica da Silva será restaurada em Diamantina

Com um histórico de lendas que envolvem Chica da Silva, ex-escravizada que viveu na segunda metade do século XVIII e ganhou fama por seu empoderamento, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro Histórico de Diamantina (MG), será restaurada. Construído entre 1760 e 1784, o imóvel é considerado uma das joias do barroco mineiro e foi erguido pelo marido de Chica, o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, um dos homens mais ricos da Corte à época. As obras consumirão R$ 8 milhões, com previsão de término em dois anos. Após pedido de Barroso: Fachin marca sessão extraordinária para julgar descriminalização do aborto Véspera da aposentadoria: Barroso autoriza enfermeiros e técnicos a auxiliar em aborto e protege contra punição Entre as curiosidades que fizeram da Igreja de Nossa Senhora do Carmo uma das mais procuradas por visitantes, está a localização de sua torre nos fundos da construção, o que não era comum na época. A posição está ligada a duas histórias populares que remontam à vida de Chica da Silva. Como só era permitida a permanência de negros nas igrejas até a altura das torres, João Fernandes determinou que a estrutura fosse deslocada para os fundos. Assim, Chica da Silva conseguiria acessar o interior do prédio e assistir às missas. A torre na frente, ao lado da porta de entrada do prédio, serviria como uma barreira para evitar a entrada de negros no local. Outra lenda que justifica a posição da torre diz respeito a um suposto pedido feito por Chica da Silva ao marido. Como o casarão em que moravam ficava próximo à fachada da igreja, o som dos sinos atrapalharia o sono de Chica. Com a torre nos fundos, porém, o barulho ficaria longe. — São lendas contadas que resistiram ao tempo e mexem com a curiosidade de quem visita Diamantina. A obra resgatará um dos bens mais importantes para o município, para população e para a irmandade — afirma o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Albéris Mafra, ao ressaltar outras preciosidades da igreja. — Em seu interior há o primeiro órgão instalado numa igreja construída na América Latina, com 549 tubos. Outro destaque é seu altar folheado a ouro. A obra de restauração é uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o município de Diamantina e será financiada pelo Novo PAC. O trabalho está em fase de preparação do edital de licitação, etapa que será concluída em 60 dias. De acordo com Mafra, o projeto aprovado pelo Novo PAC vai contemplar não só a estrutura do prédio, mas também seu interior, rico em pinturas no teto. Torre da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, alvo de duas lendas contadas por moradores de Diamantina e que falam do poder de Chica sobre seu marido Divulgação/Prefeitura de Diamantina Filme e novela A vida de Chica da Silva se popularizou por meio do cinema, com a entrada em cartaz de “Xica da Silva”, em 1976, filme dirigido por Carlos Diegues. Na obra, Zezé Motta deu vida à mineira que, segundo o filme, escandalizou o Arraial do Tejuco, atual Diamantina. Vinte anos depois, a personagem foi interpretada pela atriz Taís Araújo em uma novela da extinta TV Manchete. Alforriada por seu dono, João Fernandes, Chica foi retratada em livros como uma mulher sedutora, que ganhou destaque na sociedade ao manter uma rotina de luxo. Hoje, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dedicam-se ao resgate de sua história. Estudos apontam que Chica, por ser negra, ex-escravizada e mulher, sofreu preconceito e misoginia por escritores que contaram sua vida. No início deste ano, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais anunciou a restauração do testamento de Chica, que teve 13 filhos com o contratador, numa união de 15 anos. O documento mostra uma Chica diferente das lendas, religiosa e preocupada com os herdeiros.